tag:blogger.com,1999:blog-79894813270588798882024-03-05T02:57:41.789-03:00Leituras&GaticesAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.comBlogger139125tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-88096193475832912332017-05-22T18:00:00.000-03:002017-05-22T18:00:12.400-03:00Obra completa - Raduan Nassar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXefKzuRbLVZfwFRhfjH2O2NfSD7AYBStsOa3Oxnby6izFTW_TntnnpA0H7VEGxMFkx-pQBA2NEYnpeCC3EGTIyN-F5uGzKtVmlUXQWRcCuYtUquNTELk2sR8ODReQ2PL74BYucXXfGBDK/s1600/Obra+completa+Raduan+Nassar.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXefKzuRbLVZfwFRhfjH2O2NfSD7AYBStsOa3Oxnby6izFTW_TntnnpA0H7VEGxMFkx-pQBA2NEYnpeCC3EGTIyN-F5uGzKtVmlUXQWRcCuYtUquNTELk2sR8ODReQ2PL74BYucXXfGBDK/s400/Obra+completa+Raduan+Nassar.jpg" width="268" /></a></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<i>"Raduan Nassar escreveu apenas dois livros e alguns contos, reunidos posteriormente, antes de abandonar a escrita há mais de trinta anos. Com esta breve porém decisiva obra, firmou-se como um dos maiores escritores de língua portuguesa e, mais de quatro décadas após sua estreia na literatura com Lavoura arcaica, romance publicado em 1975, continua sendo lido e estudado no Brasil e fora dele. Às edições nacionais seguiram-se estrangeiras e o reconhecimento da crítica internacional. Tendo sua obra traduzida para dez idiomas, e adaptada para o cinema mais de uma vez, Raduan Nassar foi nomeado para diversos prêmios.</i></div>
<i></i><br />
<div style="text-align: left;">
<i><i>Esta edição, revisada pelo autor, traz, além de Lavoura arcaica, Um copo de cólera e Menina a caminho, dois contos e um ensaio inéditos no Brasil, e conta também com extensa fortuna crítica e outros aparatos textuais que cobrem a vasta recepção a estes clássicos da ficção contemporânea."</i> (Texto retirado do site da <a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=14208" target="_blank">Companhia das Letras</a>)</i></div>
<i>
</i></blockquote>
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<br /></div>
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Quando eu me deparei com esse livro, lançado no ano passado pela Companhia das Letras, em edição comemorativa de 30 anos da editora e na ocasião do Prêmio Camões recebido pelo autor, fiquei instantaneamente interessada em fazer a leitura. Ao finalizá-la, as impressões iniciais foram de que Nassar realmente merece o prestígio nacional e internacional que tem, bem como uma sensação de que fiz uma leitura superficial, no sentido de que é preciso me aprofundar melhor em alguns aspectos da escrita e dos temas abordados nos textos apresentados nessa edição para que eu pudesse chamar isso que vocês lerão de uma resenha. Em momento algum isso vai chegar perto de poder ser considerado uma resenha. Portanto, primeiro farei um comentário (breve) sobre os textos e, depois, um comentário sobre algumas coisas que me incomodaram nessa edição "definitiva".</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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De todos os textos, <i>Lavoura Arcaica</i> foi o que deixou uma impressão maior em mim. Cheio de referências bíblicas, esse romance é uma espécie de releitura da parábola do filho pródigo. O protagonista é um jovem que foge de casa e de um pai extremamente religioso, que constantemente pregava sermões à mesa, mas também foge de si mesmo. Logo no início da narrativa, eu já senti que algo muito (MUITO) errado havia acontecido. O narrador vai revelando, aos poucos, o dilema do protagonista e a escrita segue um fluxo muito rápido, com muitas vírgulas, ponto e vírgulas e quase nenhum ponto final, o que dá uma cadência incrível à narrativa e me fez ler quase ininterruptamente até o desfecho que é chocante.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7y4E7MD52YPgLJok5Go75LXWND2_ksjLwQQjBz2d1TDQJ2f0kWRCRPk0rLZvtMuPqGsClc0jS7Z4i1VHfqNdzBGieXZwFGoIYKJUa1d-PrPpGOKbxj3oPEa-uKbF2izGOxOqeznuvLstB/s1600/20170323_150928.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7y4E7MD52YPgLJok5Go75LXWND2_ksjLwQQjBz2d1TDQJ2f0kWRCRPk0rLZvtMuPqGsClc0jS7Z4i1VHfqNdzBGieXZwFGoIYKJUa1d-PrPpGOKbxj3oPEa-uKbF2izGOxOqeznuvLstB/s1600/20170323_150928.jpg" /></a></div>
<i><br /></i>
<i>"[...] ao contrário do que se supõe, o amor nem sempre aproxima, o amor também desune; e não seria nenhum disparate eu concluir que o amor na família pode não ter a grandeza que se imagina." (NASSAR, 2016, p. 170)</i><br />
<i><br /></i>
De<i> Um copo de cólera </i>eu esperei mais, por causa da maldita expectativa. Foi um texto muito recomendado por um amigo e também acredito que eu não tenha gostado tanto por conta de ter lido logo após <i>Lavoura arcaica</i>, que eu gostei muito. Protagoniza essa estória um casal que, ao início da narrativa, parecem apenas aproveitar a manhã depois de uma noite de amor. A estória toma um rumo totalmente diferente quando ele se irrita com o estrago que saúvas fazem na sua cerca viva e ela, ao tentar acalmá-lo, acaba provocando mais ainda sua raiva. O que até então fora uma relato de dois amantes tomando café da manhã, torna-se uma discussão em que ambos explodem e expõem o que pensam um do outro. E é aí que passamos a entender melhor esses dois personagens: percebemos que ele faz um estilo mais rude e retrógrado, um homem do campo; já ela, jornalista, mostra sua face de mulher das letras, preocupada em defender-se dos ataques (machistas) do parceiro. Arrisco a dizer que Nassar consegue exprimir com maestria uma nuance bruta da natureza humana.<br />
<br />
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*** </div>
<i><br /></i>
Algo que eu senti durante a leitura é que Nassar parece ser um escritor diferente a cada texto, não só o estilo narrativo muda, o modo como ele pontua, conduz a estória e, também, os temas abordados. Pode-se dizer que Nassar é um escritor multifacetado. Isso fica evidente com a leitura de seus contos e do ensaio que compõem essa edição.<br />
<br />
Para encerrar esse meu comentário, gostaria de falar sobre algo que não exatamente me incomodou, mas que poderia ser melhor: a edição. Vejam, minha crítica aqui é à edição, já que a qualidade literária dos escritos de Nassar é irrefutável. Sendo assim, eis um dos pontos que me deixaram desapontada: a falta de textos de apoio. Nada é mais gratificante, para mim, do que abrir um livro e descobrir prefácios, posfácios e uma infinidade de notas de rodapés, isso torna a leitura mais rica a meu ver. Nesse caso, levando em conta o preço salgado desse livro (em torno de R$60), eu esperava mais do que uma lista de referências no final do livro (não desmerecendo a pesquisa, claro), quem sabe poderiam ter colocado um prefácio de alguém com propriedade para falar sobre a obra do Nassar, quem sabe...</div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que não é um livro extenso e daria tranquilamente para diminuir a diagramação, tamanho da fonte e margens e adicionar algum material extra.<br />
<br />
Enfim, apesar dessa minha pequena insatisfação, indico fortemente a leitura desse livro. É uma oportunidade única de apreciar tudo que Raduan Nassar já produziu, já que não sabemos se e quando ele vai escrever mais alguma coisa, e essa também é uma bela edição de capa dura de tecido.<br />
<br />
NASSAR, Raduan. <b>Obra completa</b>. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 457 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-58317826168999537852017-04-24T17:00:00.000-03:002017-04-24T17:00:34.837-03:00A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafón<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZp6P8O9Co9r4DvtEJEemuzzS4viqtzHwzosXJ-v-yY7SgCI7jKG6H97qQMoLU2Lhj7PERWAXp8NNAjK2O7wHflRKOGJFYb6Njzho1u5qYfKdWabvCzpHE9FVKE9ehbMaw1vfcvR5uHMTJ/s1600/A+sombra+do+vento+Carlos+Ruiz+Zaf%25C3%25B3n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZp6P8O9Co9r4DvtEJEemuzzS4viqtzHwzosXJ-v-yY7SgCI7jKG6H97qQMoLU2Lhj7PERWAXp8NNAjK2O7wHflRKOGJFYb6Njzho1u5qYfKdWabvCzpHE9FVKE9ehbMaw1vfcvR5uHMTJ/s1600/A+sombra+do+vento+Carlos+Ruiz+Zaf%25C3%25B3n.jpg" /></a></div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i><br /></i><i>"[...] poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração." (ZAFÓN, p. 11)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>A sombra do vento</i> pode não ser o primeiro livro a abrir caminho ao me coração, mas, com certeza, é um dos que levarei para sempre na memória. O protagonista, Daniel Sempere, certo dia acorda desesperado por não lembrar mais do rosto da falecida mãe. Seu pai, então, o leva ao <b>Cemitério dos Livros Esquecidos</b> para um passeio mais do que especial em que ele pode levar um livro para casa, qualquer um que ele quisesse, sob a condição de que ele cuidasse do exemplar para que ele nunca fosse esquecido. E é aí que ele se encontra pela primeira vez com <b>A sombra do vento</b> e fica fascinado pela estória. Vira a noite lendo e fica curiosíssimo para saber quem é o autor, Julián Carax, e descobrir mais sobre a vida dele.</div>
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<br /></div>
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Ao procurar por outros livros do mesmo autor, Daniel descobre que alguém os está queimando e a partir daí começa a investigar a vida de Julián para saber porque isso está acontecendo. Ao passo que Daniel investiga o passado de Julián, começa a perceber o quanto a vida de ambos está entrelaçada e, a cada camada em que ele se aprofunda nesse mistério, fica mais preso.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"O livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro [...]" (ZAFÓN, p. 174)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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Em certo ponto, as histórias de Daniel e Julián ficam tão interligadas e semelhantes, que é preciso redobrar a atenção para não se perder na narrativa. Conhecemos, então, personagens como o Inspetor Fumero, cruel e perigoso, que sai da vida de Julián para atormentar Daniel e seus amigos. Acompanhamos os amores impossíveis de Daniel e Julián, intercalando passado e presente. E nos envolvemos numa rede de segredos e mentiras que nos deixam cada vez mais curiosos para descobrir porque alguém odiava tanto Julián Carax a ponto de querer apagar não só ele, como também sua memória.</div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i><br />"Há prisões piores do que as palavras." (ZAFÓN, p. 292)</i></blockquote>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<i>A sombra do vento</i> é um livro que tem todos os predicados para agradar um leitor assíduo: fala sobre livros, tem uma escrita poética e cheia de aforismos, tem mistérios do início ao fim, personagens cativantes e uma dose de romance. Além disso, tem uma ambientação que, apesar de se passar na Espanha pós Guerra Civil, consegue trazer uma atmosfera quase mágica e um tanto assustadora. É sabido que possui uma legião de fãs e isso, inevitavelmente, acabou por me fazer criar expectativas bem altas para essa leitura e, como dizem por aí "Não crie expectativas, crie unicórnios". Felizmente, eu me surpreendi demais com essa leitura e nunca usei tantos <i>post-its</i> e <i>flags</i> em um livro com usei nesse. Ele é cheio de frases marcantes que fará qualquer apaixonado por livros suspirar, mas os elogios não vão somente para o estilo do autor, é preciso reconhecer que, embora eu não seja tão fã de romances com mistério e investigação, esse ganhou meu coração e a minha curiosidade, me fazendo ansiar pela resolução do caso de Julián e, ao mesmo tempo, ficar triste pelo livro estar chegando ao fim.</div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"De todas as coisas que Julián escreveu, aquela que sempre me pareceu mais próxima é a que diz que, enquanto os outros se lembram de nós, continuamos vivos." (ZAFÓN, p. 366)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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Se eu não soubesse de antemão que o livro foi publicado pela primeira vez em 2001, poderia dizer que é mais antigo, pois a escrita de Zafón tem ares de livro clássico. Sério mesmo! Isso explica muito o meu amor por esse livro, já que sou apaixonada pelo estilo dos clássicos, essas narrativas que conquistam pelo conteúdo, mas que também têm uma forma mais erudita.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<i>A sombra do vento</i> faz parte da série "O cemitério dos livros esquecidos", contando com mais três títulos: <i>O jogo do anjo</i> (Suma de Letras), <i>O prisioneiro do céu</i> (Suma de Letras) e <i>El laberinto de los espíritus</i> que ainda não tem uma edição brasileira, mas ao que tudo indica, a Suma de Letras vai lançar no segundo semestre desse ano (YAYYYY!) e, inclusive, estão preparando novas edições dos outros três livros da série. É pra glorificar de pé, não é gente?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
ZAFÓN, Carlos Ruiz. <b>A sombra do vento</b>. Tradução de Marcia Ribas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. 399 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-26780607944609115512017-04-17T17:00:00.000-03:002017-04-17T17:00:31.741-03:00Gertrude sabe tudo - L. Rafael Nolli <div style="text-align: justify;">
Quando o Rafael (<a href="https://twitter.com/nollirafael" target="_blank">@nollirafael</a>) entrou em contato comigo propondo uma parceria, e me disse sobre o que se tratava o livro dele, <i>Gertrude sabe tudo</i>, não demorei muito a aceitar e embarcar nessa leitura. É sabido que eu leio muitos clássicos, mas, volta e meia, leio literatura infantil e juvenil, pois acho que nunca é tarde de mais para apreciar um bom livro infantil.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQTLKNxgQNztG1Hhtzx7wTkKG79sh563Bz3_hw3_IE_E_pQPX0kdPYsdmS3SsWgTLNcTy5bw8uS1x_fFSGC3S8EZHvX2CgJn7UjHqfDj121Q4AJuS-FCB-BSD_j_KWARCBx54I50ySpO_r/s1600/Gertrude+sabe+tudo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQTLKNxgQNztG1Hhtzx7wTkKG79sh563Bz3_hw3_IE_E_pQPX0kdPYsdmS3SsWgTLNcTy5bw8uS1x_fFSGC3S8EZHvX2CgJn7UjHqfDj121Q4AJuS-FCB-BSD_j_KWARCBx54I50ySpO_r/s1600/Gertrude+sabe+tudo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Apesar das reflexões bem adultas, esse livro tem uma linguagem simples e pode ser lido tranquilamente por crianças de qualquer idade.</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda mais quando é um livro sobre livros, ou sobre o amor pela leitura. A protagonista é uma menininha cheia de "idiossincrasias", que vive lendo e sabe de muita coisa, como o título da estória sugere. Porém, os pais, familiares e conhecidos não enxergam com bons olhos toda essa paixão que ela tem pelos livros. Gertrude frequentemente falava muito e sobre assuntos que até mesmo os adultos não compreendiam, é que na ânsia que ela tinha por conversar sobre as coisas que ela descobria nos livros acabava por se empolgar no falatório e irritava um pouco os que estavam a sua volta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2P8L2jL9IECcWWuMvQgbYoPgVFQ0EQe9ndd_srb4nV6VAjDmybPjDpeaoNJzZogGFfLVY9euMpUoUofe9miw0peCB04cN8k3wNGqA5IG_6c4nIrzYZ4WKIHGPVnzOcSrTnvBU2hgA5Y3N/s1600/Gertrude+sabe+tudo+I.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2P8L2jL9IECcWWuMvQgbYoPgVFQ0EQe9ndd_srb4nV6VAjDmybPjDpeaoNJzZogGFfLVY9euMpUoUofe9miw0peCB04cN8k3wNGqA5IG_6c4nIrzYZ4WKIHGPVnzOcSrTnvBU2hgA5Y3N/s1600/Gertrude+sabe+tudo+I.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que me deixou profundamente indignada é que nem mesmo os pais dela viam isso com bons olhos, ao invés de incentivar a curiosidade e criatividade da filha, eles queriam que ela fosse menos "esquisita" e mais como as outras crianças da idade dela. E isso não poderia resultar num final feliz para essa estória, não mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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***</div>
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<br /></div>
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Dentre as várias reflexões que esse pequeno livro me causou, uma delas foi enxergar essa sociedade que condena o diferente e que exalta o padronizado. A Gertrude é uma menina fictícia, mas podemos encontrar muitas Gertrudes pelo mundo afora sentindo-se deslocadas. Meninas (e meninos) cuja curiosidade foram podadas por um sistema escolar ou um ambiente familiar que não os incentivou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Para que uma pessoa precisa saber tanto?<br />Por que ir além do estritamente necessário?<br />Estudante tem que aprender o suficiente para passar de ano. Mais do que isso de que vai ajudar?"</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Existe uma frase (que não encontrei em lugar nenhum mesmo pesquisando muito) que fala sobre <b>o hábito da leitura, no mundo de hoje, ser um ato de rebeldia</b> e acredito que ela se encaixa perfeitamente na minha interpretação desse livro. O problema nesta estória é que a rebeldia de Gertrude foi sufocada por uma convivência em uma sociedade que não valoriza meninas que passam os dias com o nariz nos livros, mas sim, meninas que se preocupam (somente) com maquiagens, namorados e roupas. E isso não poderia ser mais verdadeiro. Quase ninguém valoriza o que não é belo, esteticamente agradável. Hoje em dia tudo gira em torno de se passar uma "boa imagem". O conteúdo é secundário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc3p5y4WfQ_NkQZoKJBL_e7VxkCHKEwcpqBVNWSq0j57vq9StDdBZtiEr8UIz7gQt0eNDiROZFYj9SNgsJ7CvahVkSWWFvRvV33uyFxgdsS7EUrDAUUJcH89PKWO7SSSAS5FPaIafyQvI7/s1600/20170411_172421.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc3p5y4WfQ_NkQZoKJBL_e7VxkCHKEwcpqBVNWSq0j57vq9StDdBZtiEr8UIz7gQt0eNDiROZFYj9SNgsJ7CvahVkSWWFvRvV33uyFxgdsS7EUrDAUUJcH89PKWO7SSSAS5FPaIafyQvI7/s1600/20170411_172421.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Além de ter um conteúdo incrível, o livro é todo ilustrado pelo Gutto Paixão.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Enquanto professora, gostaria que houvessem mais crianças e adolescentes como Gertrude, porém, a realidade é bem o oposto. Da minha observação da realidade das escolas e dos jovens que conheço, afirmo com tristeza que a maioria deles encontra diversão apenas em conteúdos supérfluos e abominam a leitura de um texto que tenha mais de três parágrafos. Por isso, se você conhece alguma Gertrude, dê um livro de presente, leia com ela (dê esse livro a essa criança). Por outro lado, se você conhece algum jovem que não é nem um pouco como Gertrude, saiba que nunca é tarde para se incentivar a leitura (eu sou a prova disso).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
NOLLI, L. Rafael. <b>Gertrude sabe tudo</b>. Ilustrações de Gutto Paixão. 1ª ed. MG: Gulliver, 2016. 48 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-20645513299506837262017-04-13T17:00:00.000-03:002017-04-13T17:00:17.416-03:00TAG Lugares Literários <div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6FKMNQrCq-IJLmNAAsfGrRIzJBPjmGQ7P6ktSNUreJJC2chrFb14Rjh-68Gnk1hPYQo4Q6Pvf55wSHK2avNRhHq4k6caeKmZlgZFd7Q_pZxf5ARp_tDypBJvdf7OcgNBnHh9_ljpIhcHF/s1600/condado+hobbit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6FKMNQrCq-IJLmNAAsfGrRIzJBPjmGQ7P6ktSNUreJJC2chrFb14Rjh-68Gnk1hPYQo4Q6Pvf55wSHK2avNRhHq4k6caeKmZlgZFd7Q_pZxf5ARp_tDypBJvdf7OcgNBnHh9_ljpIhcHF/s1600/condado+hobbit.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Oi, gente. Tudo bem? Hoje eu respondo a <i>tag "</i>Lugares Literários" que a Leth do <a href="http://loucura-por-leituras.blogspot.com.br/" target="_blank">Loucura por leituras</a> me marcou e que eu gostei muito das perguntas. Vou, então, relacionar algumas das leituras que eu fiz com lugares da ficção:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>1- Chester Mill (Sob a Redoma): Uma história que te prendeu</u></b><br />
<br />
<i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/03/o-planeta-dos-macacos-pierre-boulle.html" target="_blank">O planeta dos macacos</a></i> foi uma leitura que terminei de um dia para o outro de tão entretida que fiquei no enredo. Por causa desse livro que comecei a me interessar mais por ficção científica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>2- Nárnia (As Crônicas de Nárnia): Um livro que te levou pra outro mundo</u></b><br />
<br />
<i>O Hobbit</i> me levou para as tocas aconchegantes dos Hobbits e, também, para as florestas hostis da Terra Média.</div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM0BsBH-ppus_PDq98nG0jx0iPaJFXR1Ch08Y89F7nBqfiz5mw4GkRZ0paSsUiLqm1BQr_4spM92NmtvAXDRBdeolzhop8XrvGksFLLGyBZJASuwHmPPidsWDcjZ0hUtaYi7YQ5skzzDx_/s1600/hobbit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM0BsBH-ppus_PDq98nG0jx0iPaJFXR1Ch08Y89F7nBqfiz5mw4GkRZ0paSsUiLqm1BQr_4spM92NmtvAXDRBdeolzhop8XrvGksFLLGyBZJASuwHmPPidsWDcjZ0hUtaYi7YQ5skzzDx_/s1600/hobbit.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: <a href="http://www.entrelinhasfantasticas.com.br/" target="_blank">Entrelinhas Fantástica</a>s</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>3- Hogwarts (Harry Potter): Um livro que te ensinou algo</u></b><br />
<br />
<i>Admirável mundo novo</i> foi uma leitura que abriu muito meus olhos para a alienação que sofremos e como o modo como nos relacionamos é, às vezes, superficial.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmibMxpNWJLf3oZfrfBlgnDnP-1PF4UmXFWBmq0idO2gWEJTUgo2AAp77CGYtLL7yVJNyC96GX6c9OEO4PrmYZWQyAfr4yBxInsBp3C_PG85OKr4t5FOVCHgxzOCELulDobGOcIlnWxhVg/s1600/Brave+new+world.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmibMxpNWJLf3oZfrfBlgnDnP-1PF4UmXFWBmq0idO2gWEJTUgo2AAp77CGYtLL7yVJNyC96GX6c9OEO4PrmYZWQyAfr4yBxInsBp3C_PG85OKr4t5FOVCHgxzOCELulDobGOcIlnWxhVg/s1600/Brave+new+world.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u><br /></u></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>4- Panem (Jogos Vorazes): Um livro distópico</u></b><br />
<br />
Eu amo distopias e a minha favorita é <i>1984</i>. Das sociedades dos livros distópicos, acredito que a desse livro é a mais opressora, só lendo para saber a agonia que é estar na pele do protagonista Winston Smith.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>5- Condado (Senhor dos Anéis): Um livro que te deu sensação de lar ou quentinho no coração</u></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/12/suzy-e-as-aguas-vivas-ali-benjamin.html" target="_blank">Suzy e as águas-vivas</a></i> é uma estória tão fofinha, apesar de tratar sobre como Suzy lida com o luto e a perda de uma amiga.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK_5g-RwE0re4csTWBfCPiXf6MppdPHqVwD0Z2cCOUFtlm7JPiM8V6lIW3hg_Lhdod0KNJ2CB5_4U_F_EeDXwYeFCW6uVCf-Xg8YStUIz2B7FWmmTSodV3Qor71w-7aHbZRQonWvhvg4-q/s1600/Suzy+e+as+%25C3%25A1guas-vivas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK_5g-RwE0re4csTWBfCPiXf6MppdPHqVwD0Z2cCOUFtlm7JPiM8V6lIW3hg_Lhdod0KNJ2CB5_4U_F_EeDXwYeFCW6uVCf-Xg8YStUIz2B7FWmmTSodV3Qor71w-7aHbZRQonWvhvg4-q/s1600/Suzy+e+as+%25C3%25A1guas-vivas.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>6- Labirinto (Maze Runner): Um livro que te deixou perdido</u></b><br />
<br />
<a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/03/morte-subita-jk-rowling.html" target="_blank">Morte súbita</a> me deixou confusa pela quantidade de personagens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>7- Terra do nunca (Peter Pan): Um livro da sua infância</u></b><br />
<br />
Bom, como eu não fui uma criança leitora e só fui adquirir o gosto pela leitura quase adulta, vou citar um livro que eu não li exatamente enquanto criança, mas sim, pré-adolescente: <i>Harry Potter</i>. <3</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><u>8- Westeros (As Crônicas de Gelo e Fogo): Um livro com várias reviravoltas </u></b><br />
<br />
O primeiro que me veio à mente para responder essa foi <i>Macunaíma </i>do Mario de Andrade. Pensem num livro cheio de loucuras, agora multipliquem por mil. Ainda não chega aos pés dessa estória. Esse livro é amado por uns, odiados por outros. Eu precisei ler duas vezes para começar a entender e, com a ajuda da minha professora de Literatura, consegui apreciar melhor a obra.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
Tag dada, tag respondida.<br />
<br />
Beijinhos, Hel.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-39774669977867111862017-04-03T17:00:00.000-03:002017-04-03T18:41:11.162-03:00O menino feito de blocos - Keith Stuart<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Desde o início foi uma criança difícil. Não comia, não dormia. Só chorava e chorava [...] Parecia revoltado por estar no mundo." (STUART, p. 8)</i></blockquote>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE8iua0uIjrvNctPWsC-Sw4i8G2NbQizvPDvV1vgAeof3pXA6y0IZgWx4fLAf25ZYX4eQekya4JjkwKJP7BlV02hyphenhyphenLbTz5ONkAhv5pV9OpPS6ToQTQFTULUgriae_tANqCuLvwpE2ToHct/s1600/o+menino+feito+de+blocos+keith+stuart.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE8iua0uIjrvNctPWsC-Sw4i8G2NbQizvPDvV1vgAeof3pXA6y0IZgWx4fLAf25ZYX4eQekya4JjkwKJP7BlV02hyphenhyphenLbTz5ONkAhv5pV9OpPS6ToQTQFTULUgriae_tANqCuLvwpE2ToHct/s1600/o+menino+feito+de+blocos+keith+stuart.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Baseado em sua vida com um filho autista, Keith Stuart escreveu esse livro sincero sobre as dificuldades de se criar uma criança que está sob o espectro do autismo.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De início já sabemos que o casamento de Alex com Jody está desmoronado, os dois estão tentando uma "separação experimental". Ele vai, então, morar com um amigo de infância, Dan. E é a partir da perspectiva dele que sabemos como é o seu relacionamento com o filho Sam, de dez anos, que ficou com a mãe, e que sempre fora uma incógnita para Alex que, erroneamente, quando olhava para o filho enxergava só o autismo e não a subjetividade da criança. Aliado a isso, Alex também perde o emprego e se vê numa situação ainda mais difícil, pois era ele quem sustentava a casa e a escola de Sam. Desse modo, Jody começa a trabalhar e Alex precisa ficar cuidando do filho nestas ocasiões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O interessante dessa estória é que Alex, enquanto pai, tem noção de que foi relapso e se absteve de cuidar de Sam, já que Jody sempre fez isso. Ele dizia que ficava trabalhando até tarde para poder dar uma vida melhor aos dois, mas a verdade é que ele inconscientemente fugia do filho e do desafio de entendê-lo. Aquele velho pensamento de que a mãe tem mais "jeito" com os filhos e o homem é quem sustenta a casa. Apesar de Jody ser uma personagem secundária, pensei muito na situação dela e em quantas mulheres passam pelo mesmo, seja com filhos "normais" ou com necessidades especiais. Até quando a criação dos filhos ainda vai ser vista como uma função primeira das mulheres? É perceptível que Jody pede para que Alex saia de casa para ver se ele entende que nada está o.k., e que ele precisa mudar antes que Jody (e também Sam) saiam da sua vida para sempre.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Sam é o planeta de preocupações e caos que nós temos orbitado pela maior parte do nosso relacionamento." (STUART, p. 16)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Então, Alex começa a entrar em contato com Sam sem Jody estar por perto e precisa lidar com as crises de pânico, as oscilações de humor e a sensibilidade elevada que ele tem aos ruídos e acontecimentos do mundo. Como Alex costumava dizer, o mundo é uma aventura para Sam, e não um passeio. O que ele não esperava era que um jogo de <i>vídeo-game</i>, o <i>Minecraft</i>, fosse uni-los e fazer com que eles compartilhassem algo só dos dois, o "mundo do papai e do Sam". É aí que Alex vê uma oportunidade de se aproximar e entender a personalidade de Sam e entender melhor como ele enxerga o mundo a sua volta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Nesse universo, onde as regras são precisas, onde a lógica é clara e infalível, Sam está no controle." (STUART, p. 134)</i></blockquote>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja0LPBkE7ZoFQWKDkmU83TfeuPTQ9sxX3QIlIwCrhhL0fzxAiwZ5lm55ogXcrDOwbNMKNtFtZUObmz5n9ucenAVqa4vYkJBDfs4qViplkDrBOk2Z_df1dFdg4LQMt6uz6UyLNlYYzdr2lX/s1600/o+menino+feito+de+blocos+keith+stuart+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja0LPBkE7ZoFQWKDkmU83TfeuPTQ9sxX3QIlIwCrhhL0fzxAiwZ5lm55ogXcrDOwbNMKNtFtZUObmz5n9ucenAVqa4vYkJBDfs4qViplkDrBOk2Z_df1dFdg4LQMt6uz6UyLNlYYzdr2lX/s1600/o+menino+feito+de+blocos+keith+stuart+1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ao tentar entender o filho, Alex percebe que precisa entender a si mesmo, primeiro, e superar acontecimentos do seu passado. </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
<span style="text-align: justify;">É engraçado tudo isso porque sempre ouvimos que não é saudável deixar as crianças jogarem </span><i style="text-align: justify;">vídeo-game</i><span style="text-align: justify;"> e que isso em nada acrescenta à educação delas. Eu sempre pensei o contrário, e essa estória mostra que por meio de uma realidade virtual Alex se aproxima do filho e compreende quais são suas inseguranças e medos. Além disso, Sam sente-se mais confortável para se comunicar com o pai sobre </span><i style="text-align: justify;">Minecraft</i><span style="text-align: justify;">, um assunto que ele domina. E aproveitando uma brecha aqui, outra ali, o pai consegue estabelecer um diálogo com ele. É bem bonito e muito tocante.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse livro veio parar nas minhas mãos ao acaso, por cortesia da editora, e confesso que o autismo não é um tema que eu compreenda, talvez eu e Alex tenhamos muito em comum. Mas posso dizer que aprendi muitas coisas sobre o autismo e, principalmente, desenvolvi uma maior sensibilidade em relação à criação de filhos autistas (ou não, mas claro que um filho autista tem as suas particularidades e dificuldades). Algo que a Cecília do <a href="http://blogrefugio.com/" target="_blank">Blog Refúgio</a> comentou e que também me tocou bastante durante a leitura foi a questão “quem cuida de quem cuida?”. Se as pessoas já julgam pais e mães em condições normais, imaginem nesse caso? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Eu não tinha pensado nisso antes, em como o autismo é uma versão amplificada e muito centrada de como todos nos sentimos, das ansiedades que todos temos. A diferença é que o restante de nós esconde tudo sob camadas de negação e de condicionamento social." (STUART, p. 215)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
A minha experiência de leitura, apesar de arrastada, foi bem gratificante e me fez terminar esse livro com um quentinho no coração.<br />
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
STUART, Keith. <b>O menino feito de blocos</b>. Tradução de Ana Carolina Delmas. 1 ed. Rio de Janeiro: Record, 2016. 377 p.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-30898474942311072832017-03-30T17:00:00.000-03:002017-03-30T17:00:22.591-03:003 livros com gatíneos legais<div style="text-align: justify;">
É muito bom encontrarmos, nos livros, elementos que nos agradam. Por exemplo, quando eu lia <i>A elegância do ouriço</i>, gostei muito do livro por ele, primeiramente, ser muito bem escrito e suscitar reflexões interessantíssimas, mas, também, por falar sobre livros, gramática e <b>gatos</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gatos são criaturinhas fofas que, à primeira vista, podem parecer hostis e insensíveis, mas que, conforme você convive com eles, percebe que são cheios de amor e carinho para dar. Porém, mesmo que você tenha um gato como animal de estimação, ainda parece que eles são um mistério.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O gato, muitas vezes, na literatura e no cinema, passa uma imagem enigmática e não raro é representado como um ser retraído, inalcançável e místico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dos exemplos de gato misterioso é o da estória <i><b>Coraline</b></i>, do Neil Gaiman. Enquanto os outros personagens existem separadamente em ambos os mundos, sendo pessoas diferentes em cada um, o gato consegue transitar entre um lugar e outro inexplicavelmente (aliás, existem algumas teorias bem interessantes sobre o universo de <i>Coraline </i>na <i>internet</i>, recomendo que pesquisem sobre). Além disso, ele ajuda Coraline a se livrar da "outra mãe".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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</div>
<blockquote class="tr_bq">
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i>“— Por favor, qual é o seu nome? — perguntou ao gato. —
Olha, sou Coraline. Tá?</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i>[...]</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i>— Gatos não têm nomes — disse.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i>— Não? — perguntou Coraline.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i>— Não — respondeu o gato. — Agora, vocês pessoas têm nomes.
Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto
não precisamos de nomes.” (Gaiman, 2003, p. 52).</i></div>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijLtK5kbk6VVVCVFJdYGPnJ8Y-AUO7E-6KNKcDx_P81-oxC_2W4vICg-PWTVvRWxHruH2cFNyopoihLRDswWOabPrQCs3E_sVLMnhC5prt2qQvqr7IRZ6spM-ZbNL7pOnmgzAUpISSWPlV/s1600/tumblr_ngluubzqr71rq2e4to1_500.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijLtK5kbk6VVVCVFJdYGPnJ8Y-AUO7E-6KNKcDx_P81-oxC_2W4vICg-PWTVvRWxHruH2cFNyopoihLRDswWOabPrQCs3E_sVLMnhC5prt2qQvqr7IRZ6spM-ZbNL7pOnmgzAUpISSWPlV/s1600/tumblr_ngluubzqr71rq2e4to1_500.gif" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Alice no país das maravilhas</i> tem um dos personagens gatos mais icônicos da literatura, o Cheshire cat, ou gato que ri. Também encontra-se muitas semelhanças entre esse livro e <i>Coraline </i>e, acredito, que o próprio Neil Gaiman tenha se inspirado na história de Lewis Carroll, já que os dois gatos são igualmente sagazes e enigmáticos, aparecendo e reaparecendo durante a história.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3bpK9XMEQsKi_oBw7iVBEO8pRDvAwbryrcDv9QiOT1xe05fIXHLNDvu9v0vUCyFrAszdwBha6lKpfonmvdEyvMUYrzw4YAXxk26Wb-hiQ1L5XJ9iibD_ycihlrDwiHdPz1H9U6Ka78bnh/s1600/cheshire+cat.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3bpK9XMEQsKi_oBw7iVBEO8pRDvAwbryrcDv9QiOT1xe05fIXHLNDvu9v0vUCyFrAszdwBha6lKpfonmvdEyvMUYrzw4YAXxk26Wb-hiQ1L5XJ9iibD_ycihlrDwiHdPz1H9U6Ka78bnh/s1600/cheshire+cat.gif" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Um gato de rua chamado Bob</i> é uma história baseada em fatos reais, portanto, diferente das citadas anteriormente. Mas o Bob é tão fofo e os truques que ele faz tão perspicazes, que é inacreditável! Essa estória vai nos mostrar o poder que o amor de um animalzinho de estimação pode exercer em nossas vidas, já que o Bob praticamente salva seu dono, o James. James foi por muito tempo viciado em drogas e precisa rever seus hábitos depois que adota Bob. Ou seja, ele precisa ser mais responsável, já que, então, teria uma vida sob sua proteção. Quando James encontra Bob no corredor de seu apartamento, magro e debilitado, não imaginava que dali surgiria uma linda e verdadeira amizade. E, assim, um salva a vida do outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDCOttDhGdpQCjFiTSDI8rCiuWNfilea3NtwzgGFc3faXf3Ob1h2pdzZAasrtycJ5u3UiLnFMUXyBjjwMe6MyNJuLI8cU8h9jTjQCfIFqGwE5vsFfZPsBxfPlYABc2tRgMtL8H3i0rXVw/s1600/1227903_Streetcat-Bob.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDCOttDhGdpQCjFiTSDI8rCiuWNfilea3NtwzgGFc3faXf3Ob1h2pdzZAasrtycJ5u3UiLnFMUXyBjjwMe6MyNJuLI8cU8h9jTjQCfIFqGwE5vsFfZPsBxfPlYABc2tRgMtL8H3i0rXVw/s1600/1227903_Streetcat-Bob.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Me emocionei demais lendo a história do James e de como o Bob só trouxe coisas maravilhosas para a vida dele.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
BÔNUS<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Cansei de ser gato: do capim ao sachê</i>. Quem é gateiro com certeza conhece o Chico e sua família felina. São os gatos mais famosos do Brasil, sério, vocês precisam conhecer. Eles têm redes sociais e tudo, e esse livro de fotografias e entrevistas (sim, entrevistas) é a coisa mais hilária e fofa que vocês vão ler:</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPPCq62BhWmYlteUQ4lU31Jw_0lS6pKFhR_58qX44hv_TakJFqFArnYJ_3kOH15PO3_MdXqJU620oC6Bt4m0c9msvXZIKMTG1l1d0AKS0YyqjN7Vq0l7VpSxgigaedKELotqDmSCsRKjco/s1600/CDSG+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPPCq62BhWmYlteUQ4lU31Jw_0lS6pKFhR_58qX44hv_TakJFqFArnYJ_3kOH15PO3_MdXqJU620oC6Bt4m0c9msvXZIKMTG1l1d0AKS0YyqjN7Vq0l7VpSxgigaedKELotqDmSCsRKjco/s1600/CDSG+2.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Chico é muito versátil.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyFiu_xm72KPj5puz5RgYK32GQC51Dig2U_VyqfRuzjZvYSA1TcarQK3NRT6RXdINHa68ZYdGqg3pl_vBaY8ucIbyyZrYmLBXJvrI69Mx_OJXbY3K4EWJYwwWabnCQZdKPf2VpZUZt0yuc/s1600/CDSG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyFiu_xm72KPj5puz5RgYK32GQC51Dig2U_VyqfRuzjZvYSA1TcarQK3NRT6RXdINHa68ZYdGqg3pl_vBaY8ucIbyyZrYmLBXJvrI69Mx_OJXbY3K4EWJYwwWabnCQZdKPf2VpZUZt0yuc/s1600/CDSG.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E tem uma vida muito atribulada. Porém, em algum momento precisa de um descanso pra tanta beleza.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-DRYWwJFp-BqwkZaEqetbMZedmKLKyy2BhknTgNGmDlqXk3JErLNW4R6xj6OSNGNjjCHy4k2o6qpyW50jgKAnxbaz3F-Tthhancgpyy8XtA31EO7Pdj2SDsOXilaXtbUMfvMOnxQe7hlE/s1600/CDSG+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-DRYWwJFp-BqwkZaEqetbMZedmKLKyy2BhknTgNGmDlqXk3JErLNW4R6xj6OSNGNjjCHy4k2o6qpyW50jgKAnxbaz3F-Tthhancgpyy8XtA31EO7Pdj2SDsOXilaXtbUMfvMOnxQe7hlE/s1600/CDSG+3.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">É ídolo teen e capa de revista.</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr5St9DdEmL7YdwsVsOdKtV7A0rH5d4nUxYRGKiwCdP2mYracssx0gzDmkRhtKFbG6VJECnDqsW959eH6tifJGGk96rLyysfzANE4qXZ_3vGIYkS1kJTGAQ4Ctdq65sA0YJRL9-1UqLcW1/s1600/CDSG+4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mas nunca deixou de ser um gato "gente como a gente".</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr5St9DdEmL7YdwsVsOdKtV7A0rH5d4nUxYRGKiwCdP2mYracssx0gzDmkRhtKFbG6VJECnDqsW959eH6tifJGGk96rLyysfzANE4qXZ_3vGIYkS1kJTGAQ4Ctdq65sA0YJRL9-1UqLcW1/s1600/CDSG+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa edição foi lançada pela Intrínseca e tem muitas fotos engraçadas, um ótimo trabalho gráfico e de edição. Claro que uma gateira como eu precisava de uma cópia e gostei muito quando a Paula, do blog <a href="http://cacandoouricos.blogspot.com.br/" target="_blank">Caçando Ouriços</a> me presenteou com a história da vida do Chico. Às vezes, quando eu quero me distrair e dar umas boas risadas, é sempre uma boa ideia folhear este livro. </div>
<br />
<br />
Beijinhos,<br />
Hel.<br />
<br />
Referências:<br />
<br />
BOWEN, James. <b>Um gato de rua chamado Bob</b>. Tradução de Ronaldo Luís da Silva. 1ª ed. São Paulo: Novo Conceito, 2013. 236 p.<br />CARROLL, Lewis. <b>Alice no país das maravilhas</b>. 2ª ed. Sol. Tradução, introdução e notas de Isabel De Lorenzo. Tradução dos poemas de Nelson Ascher. Ilustrações de John Tenniel. 152 p.<br />GAIMAN, Neil. <b>Coraline</b>. Rocco jovens leitores. 155 p. Ilustrações de Dave Mackean.<br />NORI, Amanda; GUIMARÃES, Stéfany. <b>Cansei de ser gato</b>: do capim ao sachê. 1ª ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. 160 p.<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-84096501251705184512017-03-27T17:00:00.000-03:002017-03-27T17:00:16.352-03:00Clube da luta - Chuck Palahniuk<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Apenas depois do desastre é que podemos ressuscitar." (PALAHNIUK, p. 84)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifpi5zPtcoW72ubNGRUxEZu9LDUaY0uYjAjKPjC0og69cjoN1xT7jplr9a4zzzJC_oMYRd3uHn85JeJmBj5UedZugqCs0hW0Gloj8NiU0g0sTnFBD6ITve_FoxD4zuy1AwqeM0K0wlz2fQ/s1600/Clube+da+luta+-+Chuck+Palahniuk.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifpi5zPtcoW72ubNGRUxEZu9LDUaY0uYjAjKPjC0og69cjoN1xT7jplr9a4zzzJC_oMYRd3uHn85JeJmBj5UedZugqCs0hW0Gloj8NiU0g0sTnFBD6ITve_FoxD4zuy1AwqeM0K0wlz2fQ/s1600/Clube+da+luta+-+Chuck+Palahniuk.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Exemplar adquirido por meio de troca no Skoob Plus. Quem me segue lá, viu que eu favoritei esse livro. Continuem lendo essa resenha para saber o porquê.<br />Me adicionem lá: <a href="https://www.skoob.com.br/usuario/940977" target="_blank">Hel | Leituras&Gatices</a></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Há algum tempo atrás, fiz um post falando sobre como bons livros não podem ser estragados por <i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2017/02/o-que-ha-de-errado-com-os-spoilers.html" target="_blank">spoilers</a></i>. Exemplo disso, foi a minha experiência de leitura com <i>Clube da luta</i>. Eu já sabia de antemão a grande revelação da estória, que é um dos <i>plot twists</i> mais conhecidos da cultura <i>pop</i>, largamente difundido por causa da adaptação (maravilhosa, diga-se de passagem) de David Fincher. Mesmo não tendo assistido ao filme antes de ler <i>Clube da luta</i>, saber como a estória termina de modo nenhum comprometeu minha admiração pelo enredo e pelas reflexões que ele me causou.</div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i><br /></i><i>"Nossa cultura nos fez sermos todos iguais. [...] Todos queremos a mesma coisa,. Individualmente não somos nada." (PALAHNIUK, p. 167)</i></blockquote>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O protagonista é um jovem funcionário de uma empresa de seguros para carros que tem uma existência bem frustrada. Trabalha para poder bancar um estilo de vida que ele sequer gosta, mas que a mídia impõe como sendo o ideal. Não vive plenamente. E para se sentir mais vivo, ele frequenta grupos de apoio, lugares em que ele encontra pessoas com câncer, parasitas no cérebro, sem testículos, enfim, pessoas em situações muito piores do que a dele. Porém, uma intrusa que também finge estar doente começa a frequentar os mesmos grupos de apoio que ele. É assim que conhecemos <b>Marla Singer</b>, tão infeliz e frustrada, só esperando pela morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"[...] se as pessoas achavam que você estava morrendo, elas lhe davam total atenção. [...] As pessoas ouviam em vez de apenas esperar a própria vez de falar." (PALAHNIUK, p. 133)</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até que um dia, em um dos seus voos a trabalho, conhece <b>Tyler Durden</b>, uma figura muito curiosa e, juntos, idealizam o Clube da luta, um lugar onde não há rótulos, e que podem ser e fazer o que sempre quiseram. Ali, homens de origens diferentes, garçons, empresários, jovens, velhos, gordos, magros, se reúnem para extravasar a raiva entre socos e chutes, sem julgamentos, ninguém é melhor do que ninguém. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<span style="text-align: start;"><i>"Gerações têm trabalhado em empregos que odeiam para poder comprar coisas de que realmente não precisam. - Não temos uma grande guerra em nossa geração ou uma grande depressão, mas na verdade temos, sim, é uma grande guerra de espírito. Temos uma grande revolução contra a cultura. A grande depressão é a nossa vida. Temos uma depressão espiritual."(PALAHNIUK, p. 186)</i></span></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">O protagonista, não nomeado, faz uma amizade muito intensa com Tyler, pois ambos parecem sofrer das mesmas mazelas. Talvez por entenderem um aos problemas do outro é que a amizade deles se mantenha tão verdadeira. Tyler começa a mostrar que a vida pode ser excitante se ele se desfazer das amarras sociais. O clube da luta é a maneira de os dois dizerem um grande "Foda-se" para a sociedade. Mas engana-se quem acha que o clube era desregrado e anárquico, na verdade, tinha oito regras. A primeira e a segunda eram as mais importantes: você não fala sobre o clube da luta. Embora exista essa regra, a violação dela começa a trazer novos membros e logo vários clubes da luta começam a surgir por todo lugar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKJIrGHp2ojn-WA0jg8yY49p3vEstJXm7TV28MZcO-vpGVgwJYmDShTI5MpS7fJdj4d9R-YmxZS8vJ-yvXOai9BhGZO6xU5Myl73_6RCcmhXG3BVBya73qPInq3cjOkTydIh414z7fCsjK/s1600/soap+fight+club+gif.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKJIrGHp2ojn-WA0jg8yY49p3vEstJXm7TV28MZcO-vpGVgwJYmDShTI5MpS7fJdj4d9R-YmxZS8vJ-yvXOai9BhGZO6xU5Myl73_6RCcmhXG3BVBya73qPInq3cjOkTydIh414z7fCsjK/s1600/soap+fight+club+gif.gif" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="text-align: start;">***</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Apesar de <i>Clube da luta </i>ser um livro que, na sua superfície, fale sobre violência, percebe-se que é só uma metáfora, nos joga na cara que precisamos sair da zona de conforto e agirmos de maneira a nos libertarmos de todos os estereótipos e do que a nossa cultura consumista nos impõe. E essa luta precisa ser enérgica, é preciso "lutar" para viver, se não estaremos apenas existindo, afinal, essa é nossa vida "</span>e ela está acabando um minuto de cada vez."<span style="text-align: start;">. Deve ser por isso, talvez, que o protagonista não tem nome, ele pode ser qualquer um de nós, tão infeliz por perseguir um padrão de vida que não importa o que fizermos, cada vez fica mais inalcançável</span><span style="text-align: start;">. <i>Clube da luta</i> é uma estória visceral, um tapa na cara.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Após ler e assistir ao filme, compreendo porque <i>Clube da luta</i> é um clássico moderno; ele reflete toda a pobreza de nossa geração. Somos a geração do imediatismo e da falta de profundidade, tudo vira meme, tudo é ostentação, instantâneo, <i>selfie</i>. A geração que tem preguiça de ler, que aceita tudo mastigado, resumido e depois mastigado de novo. A geração que não questiona e problematiza sem conhecimento de causa. É triste e ao mesmo cômico que uma geração com tantas oportunidades, em que a informação está a um clique de distância tenha se transformado nisso, e <i>Clube da luta</i> atira a verdade crua na cara do leitor. Leiam e se surpreendam como eu!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Obs 1.: </span>Não vou comentar o final do livro, quem ainda não sabe do que se trata, deveria ler hoje mesmo e se surpreender porque é simplesmente GENIAL.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Obs 2.: </span>Não vale vir nos comentários dizer que eu quebrei a primeira e segunda regra do clube da luta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;">Obs 3.: </span>A adaptação de <i>Clube da luta</i> está disponível na Netflix e recomendo que assistam, é muito fiel ao livro e mantém as mesmas críticas.</div>
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
PALAHNIUK, Chuck. <b>Clube da luta</b>. Tradução de Cassius Medauar. São Paulo: Leya, 2012. 270 p.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-14290327280848175742017-03-20T17:00:00.000-03:002017-03-20T17:00:13.174-03:00A mágica da arrumação - Marie Kondo<div style="text-align: justify;">
Honestamente, eu me considero uma pessoa organizada e, ao ler <i>A mágica da arrumação</i>, posso afirmar que não encontrei muitas novidades; tudo o que a autora ensina em seu método já é algo que eu faço (do meu jeito, mas faço). Me interesso pelos temas organização, minimalismo e consumo consciente, isso já é um ponto de largada muito interessante e que adianta demais as coisas se o intuito de quem lê é colocar o método KonMari em prática.</div>
<div style="text-align: justify;">
Basicamente, ela sugere que <b>mantenhamos em nossa casa só aquilo que nos faz feliz</b>, mas isso se torna muito relativo se levarmos em conta que algumas pessoas nunca estão satisfeitas não importa quantas sessões de compras façam por mês. Enfim, acho que é possível aplicar o método, sim, mas vai depender muito da motivação e do quanto a pessoa é apegada a bens materiais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin4Rxq49gCJyMzI5O4HO840-TGeiOmI5E_MTLBdLxPK-Yc9Q6rCCw3MeX7dNT0AnJQu-s6fgHmlW6b6gGxmce373HAjlpiWFRwVP-3ne0oFqn1YmaeV40HdCtBkGjOpNxhQkGUXAW0oLhm/s1600/Marie+Kondo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin4Rxq49gCJyMzI5O4HO840-TGeiOmI5E_MTLBdLxPK-Yc9Q6rCCw3MeX7dNT0AnJQu-s6fgHmlW6b6gGxmce373HAjlpiWFRwVP-3ne0oFqn1YmaeV40HdCtBkGjOpNxhQkGUXAW0oLhm/s1600/Marie+Kondo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jogando "Marie Kondo" na busca do <i>Youtube</i>, pode-se acessar diversos vídeos sobre o método e dicas de como dobrar roupas, arrumar gavetas etc..</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O método que a japonesa Marie Kondo desenvolveu é satisfatoriamente detalhado e não deixa escapar nenhum aspecto. Seria muito maçante eu tentar resumi-lo aqui, então, é preciso ler o livro para conseguir pôr em prática. Em suma, ela afirma que, para a casa se manter sempre arrumada e não ter o "efeito rebote" (que é quando você arruma e depois de algum tempo a bagunça volta) é necessário 1) <b>arrumar tudo de uma vez só</b>. Nada de arrumar um cômodo por vez em dias separados, separe um dia para colocar a casa em ordem e, ao invés de arrumar por cômodos, <b>arrume por categorias</b> (ex.: livros, roupas, papéis etc.) 2) <b>jogar fora tudo que não usamos mais e que não nos faz feliz</b>, assim, teremos a nossa volta somente o essencial e 3) <b>não esconder a bagunça ou desfazer-se dela empurrando para outra pessoa</b>. Essa parte, confesso, me deixou um pouco embaraçada, pois é um costume que tenho. Às vezes, despacho algumas coisas que não quero mais para a casa da minha mãe e não farei mais isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Aprendi que despachar objetos para outro lugar é como empurrar a sujeira para debaixo do tapete."</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser um método muito eficaz, dado o número de pessoas que o utilizaram com sucesso, o livro tem algumas ressalvas. Por exemplo, ela sugere que joguemos fora os presentes que ganhamos e não gostamos ou os cartões, cartas que temos em casa. O argumento dela é que a função desses objetos é somente ser recebido e causar alegria, concordo com essa parte. Porém, é impossível não pensar no que a pessoa que deu o presente vai pensar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar disso, me identifiquei muito com vários ensinamentos da Marie, por exemplo, o de que, ao mantermos somente o necessário, levamos uma vida mais leve e, também, o de que a organização da casa reflete na organização "interior". Por exemplo, eu sou uma pessoa muito suscetível ao meio em que estou, se minha casa está bagunçada ou o ambiente está barulhento (sabe quando seu vizinho ouve música 24h por dia?), não consigo me organizar para cumprir minhas tarefas ou até mesmo, se torna impossível estudar ou ler. E isso é um dos benefícios de por em prática este método: traz uma leveza e uma sensação de que fizemos uma limpeza não só na casa, como na mente. E algo que também é muito interessante nesse livro/método são os argumentos que a autora usa, sempre muito convincentes e me fazendo lembrar de situações pelas quais eu já passei (tipo quando eu tinha uma coleção de sacolas de papel que eu não jogava fora porque achava que usaria, mas que, depois que eu joguei fora, percebi que não me faziam a menor falta), entre outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é claro que em algum momento eu esperava que Marie falasse sobre o acúmulo de livros, e eu esperava seriamente discordar dela. O que me surpreendeu foi que concordei em gênero e grau com a solução dela para decidir quais livros manter e quais me desfazer:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"[...] segure cada livro e sinta se ele o inspira ou não. Mantenha aqueles que lhe deixam feliz apenas por estarem ali, aqueles que você adora de verdade."</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os livros são memórias também, não é mesmo? Nada mais justo do que manter aqueles que nos despertam memórias boas. Depois desses ensinamentos em relação aos livros, o resultado foi que eu comecei a utilizar o sistema de trocas do <i>Skoob </i>com bastante frequência e, assim, me desfiz de alguns livros que não me faziam tão feliz assim. Aliás, se você também é um usuário <i>Plus </i>e quiser dar uma olhada nos meus livros disponíveis para troca é só clicar <a href="https://www.skoob.com.br/estante/livros/10/940977/" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"[...] o método KonMari não é uma mera enumeração de regras sobre como separar, arrumar e descartar objetos. Trata-se de um guia que ensina as pessoas a se tornarem mais organizadas."</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim, acho válido comentar essa última citação, ela explica bem o que o leitor vai encontrar durante a leitura: um diálogo entre a autora e o leitor que faz com que avaliemos nosso comportamento, também, afinal, a casa e nossos pertences, de um modo ou de outro, refletem como somos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
KONDO, Marie. <b>A mágica da arrumação</b>. Tradução do inglês de Marcia Oliveira. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-64162242592443027782017-03-16T17:00:00.000-03:002017-03-16T17:00:01.840-03:00Vale a pena fazer parcerias com editoras? - Um relato pessoal<div style="text-align: justify;">
O Leituras&Gatices já está se encaminhando para o seu segundo ano de vida e, depois desse tempo que passou, sinto que surge um momento de autoavaliação. O que eu fiz até agora? Tenho trazido conteúdo de qualidade? Meu blog faz a diferença ou é só mais um num oceano? O que eu <b>construí</b> de inspirador e motivador para que as pessoas leiam mais?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, com o fim de 2016 e o início do novo ano em que estamos, acabei também ponderando em que aspecto as parcerias que tive ajudaram o blog a crescer no quesito visibilidade e reconhecimento, bem como elas influenciaram nos meus hábitos de leitura e nas postagens aqui do blog.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxcQDZtJVEAVbDzccQ0kR85Mhu0MKaE6W6hHBC8l7MAEV2B1dUSZ61HFQvtAK0sm9z4lQzNdEV2GdbHItVOXCqF9OY3RAtu9yPcaSRx-qHoeMCht2NeA3LKDRr3gxmE-5RyeRPNp3glr4y/s1600/Estante+bookshelf.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxcQDZtJVEAVbDzccQ0kR85Mhu0MKaE6W6hHBC8l7MAEV2B1dUSZ61HFQvtAK0sm9z4lQzNdEV2GdbHItVOXCqF9OY3RAtu9yPcaSRx-qHoeMCht2NeA3LKDRr3gxmE-5RyeRPNp3glr4y/s1600/Estante+bookshelf.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquivo pessoal</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Basicamente, houve três estágios em relação às parcerias: <b>euforia</b>, <b>decepção</b> e <b>amadurecimento</b>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No início, meados de fevereiro de 2016, fui selecionada em duas parcerias com editoras grandes e isso foi muito empolgante. O L&G tinha menos de 6 meses (um baby) e já tinha parcerias de peso! "Desse jeito, nessa velocidade, o blog vai longe em pouco tempo!", pensei. Ledo engano. De fato, em mais alguns meses eu seria selecionada em mais duas parcerias com editoras, porém, eu já estava bem menos empolgada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não é algo mágico que de um dia para o outro o fato de o blog ter um selo de parceiro na lateral vai fazer crescê-lo automaticamente. Não mesmo! Na verdade, pouca coisa muda, a não ser a responsabilidade com prazos e divulgação. Se antes das parcerias eu era livre para ler, resenhar e divulgar o que eu bem entendesse, depois, minhas opções foram drasticamente limitadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aí entra a parte da decepção. Aquela euforia inicial vai dando lugar a um cenário bem menos glamouroso. É uma corrida contra o tempo e, muitas vezes, contra o próprio livro, que é extenso demais, lento demais, <strike>até chato demais </strike>e precisa ser lido, resenhado, fotografado, divulgado etc etc.. Claro que, <b>em meio a tudo isso, surgem livros incríveis e que valem muito a pena serem lidos</b>. Mas o que eu me questiono é: <b>vale a pena todo esse trabalho? </b>Para mim, não vale. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vejam, eu não vivo só de blog (quem dera), tenho outros compromissos e aqui resenhando somos somente eu e a Julya. Outra questão: eu não leio rápido e não gosto de pressão. Eu posso até fazer uma resenha bem feita em prazos apertados, contudo, é aquele ditado: não foi feito com amor. Assim como a leitura, falar sobre livros deve ser uma atividade prazerosa e não feita por obrigação.<br />
<br />
E ainda se fosse um trabalho com remuneração. Não é! Muita gente vem me perguntar quanto as editoras me pagam para criticar e divulgar os livros e quando eu respondo "Nada, elas somente enviam o livro!" as pessoas ficam chocadas. Percebam que eu e a Julya temos formação acadêmica em literatura, tudo bem que o blog não tem um público tão grande assim, mas vocês acham justo fazer todo o trabalho e ganhar só um livro em troca? E muitas vezes um livro que nem pedimos? Reflitam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como resultado disso tudo, ao fim do ano passado eu não estava mais me sentindo feliz em relação ao blog. Sabe quando você está satisfeito, fez tudo do jeito certo, mas não sente sua personalidade impressa no seu trabalho? Sabe quando você tem certeza de que poderia ter feito melhor se fosse de outro jeito? Não vou ser categórica e dizer que o conteúdo não estava bom para mim, mas deixei de ler muita coisa que eu queria em detrimento de leituras enviadas por editoras parceiras. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEYPRod_8BCNGdMm-jiTXoNDgxSDrHd2ZsxLgbCfuhQ2PSVB8jl6DoD66-XAgC1oRB37ps8poidxMmf1jo9VVgKWq_PCCGGPoNaMrjiVGGXSe5SvWoD2FO3wx17iZzwJwWG7i_KHCjFJW/s1600/books-1035087_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEYPRod_8BCNGdMm-jiTXoNDgxSDrHd2ZsxLgbCfuhQ2PSVB8jl6DoD66-XAgC1oRB37ps8poidxMmf1jo9VVgKWq_PCCGGPoNaMrjiVGGXSe5SvWoD2FO3wx17iZzwJwWG7i_KHCjFJW/s1600/books-1035087_1280.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Assim como a leitura, falar sobre livros deve ser uma atividade prazerosa e não feita por obrigação."</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim, vem o amadurecimento. Período em que eu parei para analisar tudo o que aconteceu até aqui. Percebi que as parcerias com autores(as) nacionais me davam muito mais satisfação devido ao <i>feedback </i>ser mais próximo e pelo fato de que estas foram realmente parcerias. "Como assim, Hel? As editoras não praticam parceria?" De certo modo, e no meu caso, não! Parceria, para mim, é quando um ajuda o outro, a editora/autor manda o livro, eu resenho/divulgo e tenho ajuda nessa divulgação, seja com compartilhamentos ou mesmo um elogio/crítica. Afinal, eu preciso saber se estou fazendo a minha parte de maneira apropriada (até para me preparar para possíveis renovações de parcerias) e também porque é muito óbvio que quanto mais divulgação, mais pessoas se interessam por adquirir aquele produto, no caso, livro. A palavra-chave, e o que faltou no meu relacionamento com as editoras, é <b><i>feedback</i></b>. É muito chato enviar um e-mail e não ser respondida. Mais chato ainda ficar no vácuo nas redes sociais. É como se fosse uma via de mão única, um canal de comunicação em que um dos lados não ouve.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao final de todo este meu relato, aponto que cabe a cada um decidir o que é melhor para si: se correr atrás de parceiros ou não. Eu não digo que não farei mais parcerias, até porque ocasionalmente recebo propostas de autores nacionais e não vou negar se o livro é do meu interesse. No que tange as editoras, serei mais criteriosa e manterei somente aquelas 1) cujo catálogo me interessa 2) que mantenham uma boa comunicação e 3) que sejam respeitosas com os blogueiros e pratiquem parceria de fato.<br />
<br />
Bom, nem todas as minhas experiências foram ruins, tive algumas muito legais e que me deixaram muito feliz! Não dá para generalizar, não é mesmo?!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Observação: as opiniões e apontamentos sobre parcerias feitas aqui nesse texto são baseadas única e exclusivamente na minha experiência e não devem ser encaradas como se definissem o que é uma parceria, ok?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E vocês que são meus leitores e também têm blogs sobre livros, o que acham disso tudo?</div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com39tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-35796431122678518162017-03-13T17:00:00.000-03:002017-03-13T17:00:11.289-03:00A desumanização - Valter Hugo Mãe<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"As palavras são objetos magros incapazes de conter o mundo. Usamo-las por pura ilusão. Deixámo-nos iludir assim para não perecermos de imediato conscientes da impossibilidade de comunicar e, por isso, a impossibilidade da beleza." (MÃE, p. 27)</i></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMhCo-PRjrRKET3Sf9AlD8k3J2a0sCuHWhuSQWfU2X6GWwIxqjKxunTN0V3nSloctD-liHY8V4uW2QZCCvfD1S7PzAuqZZnFwDrxMzvIH6JcSqPzNbAka-EuXBx5aoeCl2eEDQdxZy8WnV/s1600/A+desumaniza%25C3%25A7%25C3%25A3o+Valter+Hugo+M%25C3%25A3e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMhCo-PRjrRKET3Sf9AlD8k3J2a0sCuHWhuSQWfU2X6GWwIxqjKxunTN0V3nSloctD-liHY8V4uW2QZCCvfD1S7PzAuqZZnFwDrxMzvIH6JcSqPzNbAka-EuXBx5aoeCl2eEDQdxZy8WnV/s1600/A+desumaniza%25C3%25A7%25C3%25A3o+Valter+Hugo+M%25C3%25A3e.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isso é o que eu chamo de um pequeno grande livro. Certamente um dos melhores que li esse ano.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Halla e Sigridur são gêmeas, mas Sigridur morreu e a gêmea "menos morta" agora precisa continuar sua vida. É assim que se desenrola a estória de <i>A desumanização</i>, título, a propósito, muito simbólico.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
No ano passado eu já havia lido um livro sobre irmãs gêmeas, em que uma falecia e a outra encarava uma grave crise existencial, mas nem de longe <i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/04/as-gemeas-do-gelo-sk-tremayne.html" target="_blank">As gêmeas do gelo</a></i> abordam com tanta profundidade e sensibilidade esse laço que existe entre gêmeos e de uma maneira tão tocante quanto Valter Hugo Mãe fez.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="clear: both; text-align: center;">
<i>"Éramos gémeas. Crianças espelho. Tudo em meu redor se dividiu por metade com a morte." (MÃE, p. 9)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A protagonista, Halla, passa pelas várias fases do luto, a negação da morte e a sensação de que ela, assim como a irmã, também está perdendo sua humanidade. Pelo fato de se sentir tão ligada à irmã "plantada", em certos momentos ela sente que sua alma e corpo estão se dividindo. Existe, também, toda a pressão por ser a gêmea que continua viva e a relação com a mãe começa a ficar conturbada. A gêmea que morreu vai ser para sempre uma criança, já Halla, ao passo que cresce e descobre a sexualidade, entre outros aspectos de ser uma adolescente, deixa de se sentir próxima da irmã, mas não ao ponto de esquecê-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"[...] a morte é um exagero. Leva demasiado. Deixa muito pouco." <span style="text-align: center;">(MÃE, p. 13)</span></i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cenário da estória, quase como um personagem, também é muito importante para a compreensão do enredo. A Islândia é quase que antropomorfizada e constantemente são feitas analogias e metáforas que dão a entender semelhanças entre os personagens e o ambiente. Além disso, a ambientação dá à narrativa um tom de silêncio, tácito, quase lúgubre. Isso faz com que a experiência da leitura se torne um pouco triste e bastante melancólica.<br />
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"As montanhas eram corpos deitados. Não tombaram. Eram assim. Deitavam-se por maturidade. Sem palavra. Como um poema calado. <span style="text-align: center;">(MÃE, p. 46)</span></i></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLvHAlty228QDIaNmPPso9sfCyZQKsqVRcjbnSu8aTM_U3E39ziA7ByHA4cx4edAf-u9vpiLEbsnzATHNism991CT7p1t9qbc6msRyZyU_ECDI-OdgDhGBCwOHHJ00xhC1UZbmosKmB7JI/s1600/islandia+aurora+boreal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLvHAlty228QDIaNmPPso9sfCyZQKsqVRcjbnSu8aTM_U3E39ziA7ByHA4cx4edAf-u9vpiLEbsnzATHNism991CT7p1t9qbc6msRyZyU_ECDI-OdgDhGBCwOHHJ00xhC1UZbmosKmB7JI/s1600/islandia+aurora+boreal.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Islândia é famosa pelas suas lindas paisagens, os gêiseres e a aurora boreal. Além disso, também é famosa por ser um dos países mais pacíficos do mundo, sendo um exemplo para outras nações.<br />
Créditos na foto.</td></tr>
</tbody></table>
<span style="text-align: justify;">Outro aspecto a ser comentado é a escrita de Valter Hugo Mãe. Ela é composta por sentenças breves, pontuação irregular. As falas não são sinalizadas, e o ritmo é lento, quase como se fosse necessário digerir cada palavra devagar, absorver tudo é praticamente impossível. Apesar de ser em prosa, a sensação de poesia que a narrativa tem é impressionante. Em certo momento o narrador fala sobre a arbitrariedade do signo, sobre as palavras não serem o que elas nomeiam, e sobre como é quase impossível nomear o belo, transmitir a beleza por meio da linguagem. Em relação a tudo isso, arrisco dizer que Valter Hugo Mãe se aproxima muito de conseguir cumprir essa tarefa, pois sua escrita é de uma beleza sem igual. Ao versar sobre a metalinguagem, ele consegue colocar beleza em uma narrativa triste e angustiante.</span><br />
<i></i><br />
<i><blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Talvez fosse isso o que significava a morte entre gémeas. Deixávamos de ser gémeas e quebrava-se a telepática relação que existira até então. A morte impedia a irmandade e as semelhanças. [...] Voltaríamos a ser gémeas mais tarde." (MÃE, p. 55)</i></blockquote>
</i><div>
<br /><div style="text-align: justify;">
São tantas passagens marcantes nesse livro, que acredito que essa resenha tenha ficado um tanto poluída, pois queria ilustrar o talento que Valter Hugo Mãe tem com as palavras. Dizer que esse livro é maravilhoso, a essa altura, seria o mesmo que afirmar o que o narrador afirma: é impossível comunicar a beleza. Por vezes, me sinto assim ao querer trazer alguma indicação de leitura aqui no blog, e só me basta confiar e esperar que meus leitores captem o pouco de beleza que quis transmitir com minhas palavras.<br />
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>“Quando falo, não entrego nada. Deixo mesmamente despido quem tem frio e não encho a barriga dos que têm fome. Quando falo, o que faço é perto do não fazer nada e, no entanto, cria-nos a sensação de fazer tanto. Como se falando pudéssemos fazer tudo. O que digo é só bom porque pode ser dito, mas não se põe de parede para a casa ou de barco para a fuga. Não podemos ir embora. Falar é ficar. Se falo é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. Preciso de me calar, pai. Preciso de aprender a calar-me. Quero muito fugir." (MÃE, p. 34)</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
MÃE, Valter Hugo. <b>A desumanização</b>. São Paulo: Cosac Naify. 2014, 160 p.</div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-2576657391275955462017-03-08T15:30:00.000-03:002017-03-08T15:30:58.346-03:003 livros com temática feminista<div style="text-align: justify;">
No ano passado, eu tive o prazer de ler mais autoras mulheres do que o normal, não sei se foi por obra do destino ou inconscientemente, mas a verdade é que eu acabei por ler algumas obras que não só foram escritas por mulheres, como também tinham como protagonistas mulheres fortes e com enredos que suscitam a discussão feminista. Pensando nisso, resolvi indicar três obras com essa temática para vocês. Vamos às indicações:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><i>O papel de parede amarelo</i> e a crítica à relação marido e mulher</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIadx4b27JwlUkq3rgoZ60qXPGbc6xtqkkeAQiRMWiYHZZiWfZ_duNb95DB7f3XHRUk_E4FUUuapZFDGaYKoM2WsLEZozZgrcsn_hQgmHikNRtL5TY-ntuYyhlofN3J66WumXgIDQSzKVo/s1600/Folha+de+rosto+TYW.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIadx4b27JwlUkq3rgoZ60qXPGbc6xtqkkeAQiRMWiYHZZiWfZ_duNb95DB7f3XHRUk_E4FUUuapZFDGaYKoM2WsLEZozZgrcsn_hQgmHikNRtL5TY-ntuYyhlofN3J66WumXgIDQSzKVo/s1600/Folha+de+rosto+TYW.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Belíssima edição da editora José Olympio, com textos de apoio excelentes.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Nesse <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/04/o-papel-de-parede-amarelo-charlotte.html" target="_blank">conto</a> escrito em 1891 por Charlotte Perkins Gilman,<i> </i>uma mulher é levada pelo seu marido para passar um período
em uma casa de campo, devido a um problema de saúde, uma "depressão
nervosa passageira - uma ligeira propensão à histeria". Lá, ela é
acomodada em um quarto com um horrendo papel de parede amarelo, que
desde o início a perturba intensamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Percebe-se que, embora ela discorde do marido, ela não ousa desafiá-lo,
mas não por medo, e sim porque ela acredita que ele está certo e o
problema é ela. Essa culpa que ela sente é incitada pelo próprio marido, que a fica tratando como "bobinha" e a priva de fazer o que ela gosta que é escrever. Sendo assim, aos poucos ela vai perdendo a sanidade e o desfecho é chocante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Nesse conto, vê-se uma crítica clara a relação de submissão da mulher que não questiona o marido, e que é manipulada psicologicamente, o famoso <span class="_Tgc"><b><i>gaslighting</i></b>. </span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">Pode-se fazer um paralelo com nossa sociedade atual, com os relacionamentos abusivos em que a mulher sofre nas mãos de parceiros agressivos. Ou ainda, nos casos em que a vítima é sempre culpabilizada.</span></div>
<span style="background-color: white;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><i>Orlando</i> e a crítica ao papel dos sexos</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHj8OmnnFA9lve2LETJmiqvo9BCLXbYAPmw-ayMn9QsMxXZ6O5c2kzK6ofqz8nEFOIOrXhlAHEmb-977NQRWoMSzUBngqRVAwOkjaI-huDEj_DX40QL-U_WOBa8K29ZIHgM91SrRYImMlk/s1600/SDC10322.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHj8OmnnFA9lve2LETJmiqvo9BCLXbYAPmw-ayMn9QsMxXZ6O5c2kzK6ofqz8nEFOIOrXhlAHEmb-977NQRWoMSzUBngqRVAwOkjaI-huDEj_DX40QL-U_WOBa8K29ZIHgM91SrRYImMlk/s1600/SDC10322.JPG" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/02/orlando-virginia-woolf.html">Orlando</a>, de Virginia Woolf, o protagonista homônimo inicia a narrativa como um jovem rapaz que vive na Inglaterra do século XVI no seio de uma família abastada. BUT, depois de dormir durante sete noites turbulentas, Orlando acorda e é uma mulher. Sim, uma mulher!</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser uma narrativa um tanto quanto fantástica, Orlando nos mostra que, com a mudança do sexo, as cobranças da sociedade para com a sua conduta mudam totalmente. Apesar de ser a mesma pessoa, Orlando precisa agora ser recatada e "se dar ao respeito", embora quando ele era homem podia "passar o rodo", como o perdão pela expressão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pode-se fazer um paralelo com nossa sociedade atual, em que as mulheres são julgadas pelas roupas e pelas atitudes que a condenam como promíscua, enquanto, nos homens, a sexualidade é instigada desde criança.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><i>A cor púrpura</i> e o empoderamento entre mulheres</b></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mb7FFnedBo94D49RFWYDj6GkbQMswt5ibLJc2PLLLDUXAERFgGkpDU2UGc7Duu_0YiyeCEHQTVzQ0CQDEL9o1kLuT20hsXi0V3Zvgu9ZYpp2Fb9I3Na8USoiqxH5_RIOxHotE6rfmrMn/s1600/SDC10579.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mb7FFnedBo94D49RFWYDj6GkbQMswt5ibLJc2PLLLDUXAERFgGkpDU2UGc7Duu_0YiyeCEHQTVzQ0CQDEL9o1kLuT20hsXi0V3Zvgu9ZYpp2Fb9I3Na8USoiqxH5_RIOxHotE6rfmrMn/s1600/SDC10579.JPG" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/03/a-cor-purpura-alice-walker.html" target="_blank">A cor púrpura</a>, temos a estória de Celie, uma mulher oprimida, pobre e negra, que tem os filhos arrancados e é afastada da irmã. Ainda, ela é forçada a ser casar e precisa aguentar as agressões e traições do marido. E quando ela precisa hospedar uma amante do seu marido, Shug avery, que está doente, em sua casa, surge uma amizade de início improvável entre as duas. Elas se unem e Shug a ajuda e se defender e a se valorizar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um relato de resiliência e, também, sororidade. Mostra que mulheres não precisam ser inimigas e que podem e devem empoderar as outras <strike>não ficar se brigando por macho</strike>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Espero que tenham gostado das dicas. Beijinhos, Hel.<br />
<br />
<b>Referências:</b><br />
<br />
GILMAN, Charlotte Perkins. <b>O papel de parede amarelo</b>. Tradução de Diogo Henriques. 1ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. 110 p.<br />
<br />
WALKER, Alice. <b>A cor púrpura</b>. 10ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. 335 p. Tradução de Betúlia Machado, Maria José Silveira e Peg Bodelson.<br />
<br />
WOOLF, Virginia. <b>Orlando</b>. Tradução de Laura Alves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1994. 238 p. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-67776272435276061682017-03-06T17:00:00.000-03:002017-03-06T17:00:07.422-03:00Enclausurado - Ian McEwan<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Alojado onde estou, sem nada para fazer a não ser crescer meu corpo e minha mente, absorvo tudo, até mesmo as idiotices - que é o que não falta." (MCEWAN, p. 13)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a gente pensa que não há mais como inovar na literatura em relação a narrador ou enredo, vem o Ian McEwan e escreve <i>Enclausurado</i>. Narrado por um feto que ouve e analisa tudo o que se passa em sua volta - inclusive o fato de a mãe e o tio estarem planejando a morte do pai dele, para ficar com a casa valiosa - esse ser que ainda nem veio ao mundo já conhece o que de pior tem nele. Traição, ambição, luxúria.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOWY0o2bnIxFBVnDozdBPmkZUruH2FsEVWcGc20JGcVgRgcjIZo1ifTZZWSgoW4olpK8_O2BCIZHbFDvgMr7MyivBfv586nlpKzj6xVAlR3IZtL6PC3t1IHsV74rGohw4wsyfGIXfp-FJq/s1600/Enclausurado+-+Ian+McEwan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOWY0o2bnIxFBVnDozdBPmkZUruH2FsEVWcGc20JGcVgRgcjIZo1ifTZZWSgoW4olpK8_O2BCIZHbFDvgMr7MyivBfv586nlpKzj6xVAlR3IZtL6PC3t1IHsV74rGohw4wsyfGIXfp-FJq/s1600/Enclausurado+-+Ian+McEwan.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Basicamente, o enredo se desenvolve em torno de Trudy, a mãe do feto, e de Claude, tio dele, bolando planos para executar o assassinato de John, pai do nosso inusitado narrador. Mas se você pensa que ele simplesmente "testemunha" os acontecimentos e não se posiciona, você está totalmente enganado. O grande trunfo dessa narrativa é justamente o fato de o narrador ser extremamente crítico e até ter certas preferências, como em relação aos vinhos que a mãe toma e, até mesmo, em relação ao quadro político da Inglaterra. Além disso, ele constantemente reflete sobre sua situação e, principalmente, o que acontecerá com ele se o pai morrer. Qual será seu destino? A mãe o ama?</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Meu pai é indefeso por natureza, como eu sou por circunstâncias. " (MCEWAN, p. 40)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Obviamente, enquanto lia, tracei paralelos entre <i>Enclausurado</i> e outras duas importantes obras da literatura: <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i>, de Machado de Assis, e <i>Hamlet</i>, de William Shakespeare. E acho que torna-se particularmente interessante a leitura deste livro tendo as outras duas na bagagem. Em <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i>, temos um narrador-defunto, que, assim como o narrador-feto, por não viver, diretamente, em nosso mundo, apresenta sua trajetória sob um olhar cínico, observador e, por vezes, debochado. Já em <i>Hamlet</i>, a trama de traição entre irmãos se repete e a dúvida também assola o protagonista, sendo essa a maior semelhança entre as duas obras. Juntando um narrador que já não está ainda em nosso "plano astral" e um filho que sabe da traição da mãe com o tio, temos esse livro ímpar.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
O que me motivou a ler esse livro, primeiramente, foi o fato de querer conhecer o tão elogiado autor. Segundo, com a iminência do lançamento de <i>Enclausurado </i>e de toda a polêmica que circundou sua publicação, escolhi essa obra para conhecer o estilo de Ian.<br />
De certo modo, foi uma experiência de leitura que se aproximou da decepção, mas não chegou a ser uma. O livro é daqueles que vale mais a leitura pela reflexão que ele causa, do que pela estória propriamente dita. É claro que é inegável que McEwan escreve maravilhosamente bem, porém, o enredo dessa estória me pareceu propositalmente polêmico. As cenas em que o feto tenta desviar-se do pênis do tio durante as constantes cenas de sexo mesmo com o adiantado da gestação, principalmente, são as mais bizarras e, ao mesmo tempo, provocativas.<br />
<br />
O desfecho, também, não foi nenhuma surpresa e posso dizer que já esperava que fosse do jeito que é. Não é uma leitura que recomendaria para qualquer um, algumas pessoas são muito mais impressionáveis e sensíveis do que eu e, portanto, poderia ser uma leitura um tanto quanto perturbadora. Todavia, preciso parabenizar o autor por tornar uma estória que embora possa parecer tão inverossímil, graças ao talento narrativo tornou-se muito boa. Qualquer outro escritor que adotasse o enredo de <i>Enclausurado</i>, mas que não tivesse a destreza de McEwan, poderia facilmente cair no ridículo. É preciso ser muito habilidoso para fazer um enredo desses funcionar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>"Não vejo nenhuma opção, nenhuma escapatória plausível para a possibilidade de ser feliz. Queria não nascer nunca..." (MCEWAN, p. 83)</i></div>
</blockquote>
</div>
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
MCEWAN, Ian. <b>Enclausurado</b>. Tradução de Jorio Dauster. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 199 p.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-47496171991707658322017-03-01T17:00:00.000-03:002017-03-01T20:49:13.182-03:00Sorteio de 3 anos do Historiar<div style="text-align: justify;">
Oi, pessoal! Neste mês de março o<b><a href="http://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank"> Historiar</a></b> está completando <b>três</b> anos de vida! E para comemorar esse momento tão lindo, o Historiar junto com outros blogs literários, decidiu fazer um super sorteio.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR-gAkYnJ6xpXVfFIjkckOdt41tRflU40yJ7AsdIsIwT8sxdPJOec83PStnNCmVtiCZhUKQje6AASKbP74S8G_BrWuFndWsqFmI-5_kCOEx3V_NKDgjMYlPlLGbXTpvhM-8Q5yZ0mT0KuA/s1600/Sorteio+-+BLOG+HISTORIAR+3+ANOS.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR-gAkYnJ6xpXVfFIjkckOdt41tRflU40yJ7AsdIsIwT8sxdPJOec83PStnNCmVtiCZhUKQje6AASKbP74S8G_BrWuFndWsqFmI-5_kCOEx3V_NKDgjMYlPlLGbXTpvhM-8Q5yZ0mT0KuA/s640/Sorteio+-+BLOG+HISTORIAR+3+ANOS.png" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Leiam as <b>regras</b>:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- O sorteio tem início hoje e termina dia 28/03/2017;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Você precisa ter endereço para o envio em território brasileiro;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Cada blog é responsável pelo envio do seu respectivo prêmio, ou seja, os prêmios chegarão individualmente e em prazos diferentes;</div>
<div style="text-align: justify;">
- O prazo de envio dos prêmios será de 45 dias após a divulgação dos vencedores;</div>
<div style="text-align: justify;">
- O sorteio terá ao todo <b>três ganhadores</b>, cada kit terá um sorteado; caso um mesmo individuo seja contemplado em mais de um kit só será considerado ganhador do kit cujo nome apareceu primeiro e no outro será realizado um novo sorteio;</div>
<div style="text-align: justify;">
- O resultado será divulgado em no máximo 15 dias após o término das inscrições neste mesmo post e nas redes sociais;</div>
<div style="text-align: justify;">
- O ganhador receberá um<b> e-mail</b> e terá 3 dias para entrar em contato. Caso não haja resposta dentro desse prazo faremos um novo sorteio;</div>
<div style="text-align: justify;">
- Não nos responsabilizamos por extravio dos correios e endereços incorretos;</div>
<div style="text-align: justify;">
- No sorteio as regras obrigatórias precisam ser cumpridas para que você possa participar, as regras que abrirem em seguida serão opcionais. <b><span style="color: #cc0000;">ATENÇÃO:</span></b> Onde está "Visitar essa página" significa "Curtir a página". Lembrando que todas as entradas serão verificadas!</div>
<div style="text-align: justify;">
- Após preencher o formulário deixe um comentário que se refira a sua participação no sorteio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>KIT 1: </b>Heróis da Internet (<a href="http://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank">Historiar</a>) + Caminhos de Sangue (<a href="http://www.passaporteliterario.com/" target="_blank">Passaporte Literário</a>) + Mentirosos (<a href="http://www.livreando.com.br/" target="_blank">Livreando</a>) + 15 marcadores (<a href="https://coisasdediane.blogspot.com.br/" target="_blank">Coisas de Diane</a>)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuT9Qxg_9EW8Bswy5Y0xDD6vHSxEDG5TZ4fKtFA1_3PVfinCq_q9u3VrcT_kZ-4EnCmbblBzBk-h_CYiqr3xVF1GeqknipVxItTUTpOlMnEoKpAsv2ajDXabtEZNapJiA-P0T6Hy1lXMth/s1600/Kit1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuT9Qxg_9EW8Bswy5Y0xDD6vHSxEDG5TZ4fKtFA1_3PVfinCq_q9u3VrcT_kZ-4EnCmbblBzBk-h_CYiqr3xVF1GeqknipVxItTUTpOlMnEoKpAsv2ajDXabtEZNapJiA-P0T6Hy1lXMth/s640/Kit1.jpg" width="640" /></a></div>
<br /></div>
<br />
<a class="rcptr" data-raflid="60f90c463" data-template="" data-theme="classic" href="http://www.rafflecopter.com/rafl/display/60f90c463/" id="rcwidget_lnhi32pb" rel="nofollow">a Rafflecopter giveaway</a><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>KIT 2:</b> Eu fico loko 3 (<a href="http://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank">Historiar</a>) + Brisa Filosófica (<a href="http://vidasempretoebranco.blogspot.com.br/" target="_blank">Vidas em Preto e Branco</a>) + Surpreendente! (<a href="http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/" target="_blank">Um Oceano de Histórias</a>) + Brasyl (<a href="https://balaiodebabados.blogspot.com/" target="_blank">Balaio de Babados</a>)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKD9OBP7he9snx1VQjLCVT9xXm3iojrSOjHJ-5WHuQ7XIW8jGpOC8OdjwCrqh4uQpLAygN2F4Z4sDqUvVnJwuxtbUHyYWtjH3rm5O2Oh-MEdoShaFZbTOZY0Yj-kRdeG6wZ4mKAjbMOHFk/s1600/kit2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKD9OBP7he9snx1VQjLCVT9xXm3iojrSOjHJ-5WHuQ7XIW8jGpOC8OdjwCrqh4uQpLAygN2F4Z4sDqUvVnJwuxtbUHyYWtjH3rm5O2Oh-MEdoShaFZbTOZY0Yj-kRdeG6wZ4mKAjbMOHFk/s640/kit2.jpg" width="640" /></a></div>
<br /></div>
<br />
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<div style="text-align: justify;">
<b>KIT 3:</b> O amor em primeiro lugar (<a href="http://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank">Historiar</a>) + Supernova 2 (<a href="http://coisasdajuuh.blogspot.com.br/" target="_blank">Coisas da Juu</a>) + Garotas de vestido branco (<a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/" target="_blank">Leituras & Gatices</a>) + 30 marcadores (<a href="http://shakedepalavras.blogspot.com.br/" target="_blank">MilkShake de Palavras</a>)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMhOvXDqut8b8MWFS6kTW4LmG-BCwYRc8iFu2wwbcfRN02csEWAWeLiQP5eezHTxN5DmUFXjSGc-OtfWFPA35PGXAES8LYg9lCq7jYQkV_AYi08hzRk1Ycs-jGpoaVCttDr1BPunKyWmsb/s1600/kit3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMhOvXDqut8b8MWFS6kTW4LmG-BCwYRc8iFu2wwbcfRN02csEWAWeLiQP5eezHTxN5DmUFXjSGc-OtfWFPA35PGXAES8LYg9lCq7jYQkV_AYi08hzRk1Ycs-jGpoaVCttDr1BPunKyWmsb/s640/kit3.jpg" width="640" /></a></div>
<br /></div>
<br />
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Boa sorte a todos! Beijocas. <span style="color: #6aa84f;">😚</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvJ7nGwh28_pat7rW92mSmZX2BU60bzBWwQD_QqIcg18U4BsUqjHZE34tV6zlYMXAcKMY_5i7XvbK4nEgKcVbGmIvB6OV8FNYIEe32EdX9QnOUySxrIYLPY5nLpilWsk9JGOqjqZnGAGAt/s1600/Assinatura_Historiar_TD.fw.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvJ7nGwh28_pat7rW92mSmZX2BU60bzBWwQD_QqIcg18U4BsUqjHZE34tV6zlYMXAcKMY_5i7XvbK4nEgKcVbGmIvB6OV8FNYIEe32EdX9QnOUySxrIYLPY5nLpilWsk9JGOqjqZnGAGAt/s200/Assinatura_Historiar_TD.fw.png" width="200" /></a></div>
<span style="color: #6aa84f;"><br /></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-37109325147969060062017-02-27T17:00:00.000-03:002017-02-27T17:00:05.025-03:00Anna Kariênina - Liev Tolstói<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira." (TOLSTÓI, p. 17)</i></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Esse é talvez um dos inícios mais famosos da literatura mundial e dá ao leitor a noção exata do que a obra se trata: uma narrativa sobre famílias infelizes, destruídas (ou não) pela traição e outros dilemas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNEUiLZn-1v3Xub4X3Ig23GjgHp-Xuz4Rcn1KsRywsrU6wrjwhV1mkE-IdtaGZlQ1ujqiWTTbyq0INi0yekyEIZy_5vwQLS0qqPRNF92YfWyJyUibnffKvtx2d3r6IXtkzzaAq8nn3Bc_F/s1600/SDC10818.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNEUiLZn-1v3Xub4X3Ig23GjgHp-Xuz4Rcn1KsRywsrU6wrjwhV1mkE-IdtaGZlQ1ujqiWTTbyq0INi0yekyEIZy_5vwQLS0qqPRNF92YfWyJyUibnffKvtx2d3r6IXtkzzaAq8nn3Bc_F/s1600/SDC10818.JPG" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser uma estória com dezenas de personagens, o núcleo principal concentra-se em Anna Kariênina, Vrónski, Liévin e Kitty.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Anna é casada e tem um filho com o Kariênin e, no início da narrativa, é convocada pelo irmão, Stiepan, a visitá-lo. Stiepan é pego traindo sua mulher com a governanta e tem esperanças que Anna acalme os ânimos da cunhada. Ao chegar em Moscou, Anna se encontra na plataforma de desembarque com Vrónski e eles se encantam um com o outro instantaneamente (quase amor à primeira vista) e a visão de Anna causa uma profunda impressão nele. Essa cena é muito marcante e de fundamental importância à narrativa, pois os eventos que acontecem ali vão determinar o destino do casal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Penso [...] se há tantas cabeças quantas são as maneiras de pensar, há de haver tantos tipos de amor quantos são os corações." (TOLSTÓI, p. 146)</i></blockquote>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Kitty é irmã da mulher de Stiepan, e está sendo cortejada por Liévin e Vrónski ao mesmo tempo. Porém, ela tem uma clara preferência por Vrónski, já que ele tem uma posição social de mais status, enquanto Liévin é um senhor de terras. Apesar disso, o leitor já de início percebe qual dos dois tem intenções sérias e qual apenas quer diversão.<br />
<br />
Liévin, por sua vez, é um dos personagens mais interessantes (ao meu ver e talvez por se assemelhar tanto ao próprio Tolstói) de toda a estória. Ele é de uma personalidade humilde, sensata e possui uma timidez que cativa o leitor e, ao ser rejeitado por Kitty em detrimento de Vrónski, tem uma das reações mais adoráveis e dignas de pena. Gostei muito dele, também, por ele ser de uma personalidade questionadora, principalmente no que tange a religiosidade e a fé. Muitas das indagações de Liévin são minhas, também, e isso me fez sentir uma carinho especial por esse personagem.<br />
<br />
Por último, Vrónski, que apesar de ser objeto de desejo e afeição de Anna, não me despertou nenhum sentimento. A não ser raiva, no início. Apesar disso, ele representa para Anna o amor genuíno que ela não pôde ter quando mais jovem, por ter sido "obrigada" a casar-se com Kariênin. Apesar de o marido dar uma vida luxuosa para ela, era amor que ela precisava:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Eu sou como uma pessoa faminta a quem deram o que comer. Talvez essa pessoa esteja com frio, e suas roupas estejam rasgadas, talvez sinta vergonha, mas infeliz não é." (TOLSTÓI, p. 196)</i></blockquote>
<br />
Mas para Kariênin, que a esposa o traísse à vontade, mas que não quebrasse o decoro, que não deixasse a sociedade saber, pouco se lixava para os sentimentos dela.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Por onde começar a falar desse livro? Poderia começar dizendo que amei e que não é uma leitura difícil, embora eu tivesse a impressão (errada) de que seria. Torci pelos protagonistas, sofri com eles e foi como se eu realmente estivesse vivenciando tudo aquilo. E isso só é possível quando nos deparamos com uma obra tão bem escrita quanto essa. Claro que teve momentos em que o ritmo da leitura se arrastou um pouquinho, mas não desmerece a experiência da leitura.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxDljHYCTG6pasyWD2clM7XXDpe0zhGeH701lL016DgHMqPcBwmhcfvXz4F1ZxjvmzxOYXmK1cGY02BhYGl-mw9dV05B05SONgRvV04udYq9VojCOK7KnFHIQ6tyA1Pzco2sSeKYodhbs_/s1600/SDC10828.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxDljHYCTG6pasyWD2clM7XXDpe0zhGeH701lL016DgHMqPcBwmhcfvXz4F1ZxjvmzxOYXmK1cGY02BhYGl-mw9dV05B05SONgRvV04udYq9VojCOK7KnFHIQ6tyA1Pzco2sSeKYodhbs_/s1600/SDC10828.JPG" /></a></div>
<br />
<br />
Um dos pontos que mais me chamou atenção é o tratamento diferenciado que Anna e o irmão recebem diante de suas traições. Enquanto Stiepan trai sua mulher repetidas vezes e é perdoado, não só pela mulher como pela sociedade russa, Anna é praticamente escorraçada e privada do convívio em sociedade. Claro que não quero dizer que o que eles fizeram foi certo, mas que, à época, isso era normal: a mulher precisava manter o decoro e os homens podiam fazer o que bem entendiam. Obviamente que esse é um dos temas principais do livro e não poderia deixar de comentar.<br />
<br />
Outro ponto a ser comentado é a situação de Anna. Se por um lado todos reconheciam que a situação dela era infeliz, pois ao abandonar o marido precisou abandonar o filho e toda a vida que possuía, por outro lado nada faziam para ajudá-la e Anna sentia-se extremamente solitária em seu sofrimento, sem ter nenhum amigo a quem desabafar. E isso me fez pensar em quantas vezes conhecemos alguém e ignoramos o sofrimento dessa pessoa, por comodidade ou por pensar que nunca nos aconteceria o que acontece a ela. Isso mostra que há mais egoísmo no mundo do que pensamos e que esse individualismo se manifesta das mais variadas formas.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"O mais importante é que eu não queria que pensassem que pretendo provar alguma coisa. Não quero provar nada, quero simplesmente viver; não fiz mal a ninguém, senão a mim mesma. Tenho esse direito, não tenho?" (TOSLTÓI, p. 605)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Acredito ser impossível eu fazer uma resenha decente para esse livro, faltam-me palavras e também existe a grande dificuldade de elogiar um livro e conseguir mostrar ao leitor porque gostei tanto da leitura, a ponto de convencê-lo a ler também. Só posso dizer que foi uma experiência de leitura muito diferente de todas as que tive anteriormente. Tolstói escreveu personagens tão maravilhosos nesse livro, considerando o enredo que já foi abordado em diversas outras obras, a traição, que fazem de <i>Anna Kariênina</i> um livro singular e leitura obrigatória para aqueles que apreciam um bom romance histórico. Além disso, por ter achado a linguagem acessível, recomendo para aqueles que querem conhecer um pouco a literatura russa. Obviamente, é uma leitura de fôlego, pois são mais de oitocentas páginas, porém, vale a pena.<br />
<br />
Por fim, recomendo que leiam a <a href="http://cacandoouricos.blogspot.com.br/2017/02/anna-karienina-de-liev-tolstoi.html" target="_blank">resenha da Paula, do Caçando Ouriços</a>, para conhecerem uma opinião extra sobre esse livro e, também, porque a Paula escreve as resenhas mais maravilhosas da galáxia.<br />
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
TOLSTÓI, Liev. <b>Anna Kariênina</b>. Tradução e apresentação de Rubens Figueiredo. São Paulo: Cosac Naify, 2013. 816 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-33135047590039216792017-02-23T17:00:00.000-03:002017-02-23T17:00:23.511-03:00TAG: Livros em fatias <div style="text-align: justify;">
A lindona Thamiris, do <a href="https://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank">Historiar</a>, me convidou mais uma vez a responder a TAG Livros em fatias (obrigada Thami por sempre me tagear 😘) , que é composta por oito questões que nos levam a pensar nas leituras como pedaços de bolo. Pode parecer estranho isso, mas vão por mim, a ideia é interessante, vamos lá: <b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Primeiro pedaço:</b> O mais gostoso de todos eles, aquele que você come primeiro com os olhos - Um livro que você comprou pela capa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com certeza, <i>Anna Kariênina</i>, além de ter achado o livro muito bom, eu não pude deixar essa edição da Cosac Naify se perder. <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahA-EWx8UfimfGn8_dXEurBpQyiTOQne3UUAFqIKD3O3wRzEdTWIucoq4e0sZxz5u4N3TD1bNgwV0agKst3Il5dMB8PD3aQxl5UMnyujK4ifQcNnaZAjHtw_-XHIPBcPRG_e7uXdWv3Jg/s1600/anna+kari%25C3%25AAnina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjahA-EWx8UfimfGn8_dXEurBpQyiTOQne3UUAFqIKD3O3wRzEdTWIucoq4e0sZxz5u4N3TD1bNgwV0agKst3Il5dMB8PD3aQxl5UMnyujK4ifQcNnaZAjHtw_-XHIPBcPRG_e7uXdWv3Jg/s1600/anna+kari%25C3%25AAnina.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Capa dura, São Petersburgo e Moscou na capa, fitinha de cetim para marcar onde parou, ilustração em cada início de capítulo... Um arraso!</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Segundo pedaço:</b> Você só está começando e o segundo pedaço sempre
deixa um gostinho de quero mais - Um livro que você leu e não vê a hora
de lançarem a continuação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não leio livros que são trilogias, sagas, etc., então, pulo essa pergunta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Terceiro pedaço:</b> Aquele que te faz querer outros sabores - Um livro que de tão bom, te faz querer ler todos os outros do mesmo autor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Orgulho&Preconceito</i>, da Jane Austen. É considerado o melhor livro da Janezinha. Além dele eu li <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2015/09/resenha-persuasao-de-jane-austen.html" target="_blank"><i>Persuasão</i></a>, <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/01/mansfield-park-jane-austen.html" target="_blank"><i>Mansfield Park</i></a> e <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2017/01/emma-jane-austen.html" target="_blank"><i>Emma</i></a>, e tenho <i>A abadia de Northanger</i> me esperando na estante.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Quarto pedaço: </b>Quando você pensa que não vai mais conseguir
comer, ele apenas abre mais apetite - Um livro que você não gostou no
começo mas depois a leitura ficou irresistível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/08/o-apanhador-no-campo-de-centeio-j-d.html" target="_blank"><i>O apanhador no campo de centeio</i></a>, do J.D. Salinger. Achei estranho no início e a minha expectativa era totalmente diferente do que eu encontrei no livro, mas, depois, amei a história. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Quinto pedaço: </b>Não tem o mesmo sabor que os outros pedaços, mas
ainda assim você come - Um livro sequência, mas que não foi tão bom
quanto os outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<i>O restaurante no fim do universo</i>, do Douglas Adams. Até gostei, ri e me diverti do mesmo modo que com a leitura do primeiro, mas é claramente mais fraco.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZFxUTUerMT7pzsRZUohgBisq_k3qPbrjrSMDifZ6Sj272WfiuzF4wPjZ2zhAORFgIkQo4Rc9Y-FQUkpswNKNjCkt5ySnukxTul9CvWw1CW6DhhXr5XbuHZi-Lj_kgyvjbivCjlFuJ0V3j/s1600/SDC10231.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZFxUTUerMT7pzsRZUohgBisq_k3qPbrjrSMDifZ6Sj272WfiuzF4wPjZ2zhAORFgIkQo4Rc9Y-FQUkpswNKNjCkt5ySnukxTul9CvWw1CW6DhhXr5XbuHZi-Lj_kgyvjbivCjlFuJ0V3j/s1600/SDC10231.JPG" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mesmo assim, quero continuar lendo a série.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sexto pedaço:</b> Você já não está mais sentindo o gosto dele - Um livro com a leitura arrastada, por mais que você se esforce para digerir.<br />
<br />
<a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/03/morte-subita-jk-rowling.html" target="_blank"><i>Morte súbita</i></a>, da J. K. Rowling. Esse foi uma leitura que, pelo gênero, não deveria ser tão densa, afinal, seguia um estilo drama adolescente. Porém, tinha tantos personagens e nenhum foco em algum deles, que eu fui lendo só por inércia, mesmo. Porém, o final fez valer a pena.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sétimo pedaço: </b>Aquele que te deixa empanturrado - Um livro que você leu mas a leitura não flui, como se ficasse entalado na garganta.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/06/o-pendulo-de-foucault-umberto-eco.html" target="_blank"><i>O pêndulo de Foucault</i></a>, do Umberto Eco. Foi uma tortura, ouso dizer, conseguir terminar as mais de 600 páginas desse livro. Eu fiz a resenha, mas só porque era de parceira, se dependesse de mim, eu esquecia que li esse livro.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrjZWQl6au-H6Kna-SOQHKUj3JxgAqpj6oAjZKL05nr_8EWo1UcBePxGipzrM-tHZ3XdCsnGaFgI4qcY0S7lC_3Z3tSj79tLCriMUkosVgsH-hAJgaCUDcC5hl9Z-AkUZmrXW6cngSymZe/s1600/O+p%25C3%25AAndulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrjZWQl6au-H6Kna-SOQHKUj3JxgAqpj6oAjZKL05nr_8EWo1UcBePxGipzrM-tHZ3XdCsnGaFgI4qcY0S7lC_3Z3tSj79tLCriMUkosVgsH-hAJgaCUDcC5hl9Z-AkUZmrXW6cngSymZe/s1600/O+p%25C3%25AAndulo.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Oitavo pedaço:</b> Você não aguenta nem olhar para ele - Um livro que
você detestou e por esse motivo ele encontra-se abandonado na sua
estante, aguardando uma nova chance.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não costumo dar segundas chances para livros que eu não gosto, se eu abandonei, é vida que segue e livro que é passado adiante. Por isso, me abstenho de responder essa pergunta, não me xinguem. <br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para responder a TAG também, eu vou indicar os blogs: <a href="http://www.eucurtoliteratura.com/" target="_blank">Eu curto Literatura</a>, <a href="https://virtualcheckin.blogspot.com.br/" target="_blank">Check-in virtual</a> e <a href="http://loucura-por-leituras.blogspot.com.br/" target="_blank">Loucura por leituras</a>.<br />
<br />
Vamos conversar nos comentários!?<br />
Beijinhos, Hel. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-64414062649952394342017-02-20T17:00:00.000-03:002017-02-20T17:00:24.311-03:00Fahrenheit 451 - Ray Bradbury<div style="text-align: justify;">
<i>Fahrenheit 451 </i>é uma leitura de deixar qualquer leitor de cabelo em pé, já que, no universo da estória, ler ou mesmo ter livros em casa, é considerado um crime sujeito à prisão. Os que são pegos com livros em casa são denunciados e os bombeiros incineram tudo. Isso mesmo, ao invés de apagar fogo, os bombeiros ateiam fogo, já que as casas são à prova de incêndio nessa época. Sem livros, as pessoas vivem tão ocupadas em distrações como programas de televisão e tão dopadas de remédios, que elas sequer conseguem manter uma conversa interessante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiMq9-2ldfXM9JJQgkWPJFK6613K-GBstaAnnpBSk-c0ohh3_QjB4Zt4J3QlJsw4ad9znvnJ3DCjowLsFHVUOjMBtTMqcCIcbHFVzQaFtys4k0uVpW6pE9ou0eLKizeRV2JSF4z4Km3kvc/s1600/fahrenheit+451.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiMq9-2ldfXM9JJQgkWPJFK6613K-GBstaAnnpBSk-c0ohh3_QjB4Zt4J3QlJsw4ad9znvnJ3DCjowLsFHVUOjMBtTMqcCIcbHFVzQaFtys4k0uVpW6pE9ou0eLKizeRV2JSF4z4Km3kvc/s1600/fahrenheit+451.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Como eu li no kindle, fiquei pensando, inevitavelmente, que Bradbury não previu os e-books, haha.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O protagonista é Montag, um bombeiro que, após uma conversa com sua vizinha, Clarisse, começa a questionar o <i>status quo</i>. E aí começa a ver a situação por um novo ângulo. Porém, com o desaparecimento misterioso de Clarisse, ele começa a se rebelar e esconder livros dentro de sua casa, colocando em alto risco sua situação e correndo o risco de ser denunciado por seus conhecidos aos seus colegas de trabalho.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: center;">
<i>"Não estava feliz. Não estava feliz. Disse as palavras a si mesmo. Admitiu que este era o verdadeiro estado das coisas. Usava sua felicidade como uma máscara e a garota fugira com ela pelo gramado e não havia como ir bater à sua porta para pedi-la de volta."</i></div>
</blockquote>
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
O enredo de <i>Fahrenheit 451</i> encaixa-se no gênero literário distopia, um dos meus favoritos. Sabemos que as distopias simulam uma realidade futurística, normalmente uma realidade em que os sistemas políticos são opressores e as condições de vida são intoleráveis, o contrário, logo, de utopia. Porém, se tem algo que as distopias me fazem refletir é que elas não estão tão distantes assim da nossa realidade. É claro que não queimamos nossos livros, hoje em dia, mas o que eu quero dizer é que há uma queima simbólica de livros, sim. Afinal, <b>como queimamos nossos livros atualmente?</b><br />
<br />
Antes de entrar no mérito da questão acima, preciso dizer que essa edição da Biblioteca Azul está excelente, com textos de apoio, um de autoria do próprio Bradbury, em que ele vai versar sobre alguns assuntos que me deixaram muito reflexiva. Claro que o romance, em si, já me fez pensar muito, mas foi com a leitura do texto do autor que eu cheguei em um assunto<b> </b>que muito me preocupa, a adaptação/simplificação de livros.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: center;">
<i>"[...] para isso que vivemos, não acha? para o prazer, a excitação? E você tem de admitir que a nossa cultura fornece as duas coisas em profusão."</i></div>
</blockquote>
<br />
Li, no ano passado, um artigo que criticava e analisava um projeto que estava causando muita polêmica no Brasil, encabeçado por Patricia Engel Secco, que tinha o intuito de simplificar, facilitar, as obras do Machado de Assis por meio da reescrita e troca de termos "difíceis" por uma linguagem mais "acessível" aos jovens leitores. Reparem que <b>difíceis</b> e <b>acessível</b> estão entre aspas porque a questão é tão esdrúxula que não poderia deixar de questionar a validade de tal proposta e questionar o que seria, então, considerado difícil e acessível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<blockquote class="tr_bq">
<i>"Os bons escritores quase sempre tocam a vida. Os medíocres apenas
passam rapidamente a mão sobre ela. Os ruins a estupram e a deixam para
as moscas. Entende agora por que os livros são odiados e temidos? Eles
mostram os poros no rosto da vida. Os que vivem no conforto querem
apenas rostos com cara de lua de cera, sem poros nem pelos,
inexpressivos."</i></blockquote>
</div>
<br />
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<br />
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-bidi-font-family: Arial;">A principal crítica é a de que,
enquanto literatura, textos como os de Machado de Assis encerram em si questões
que vão além dos aspectos linguísticos, como o contexto histórico e todo o
aspecto estético e estilístico do autor em questão. Com a simplificação do
vocabulário, não só o texto irá perder sua historicidade, como também a sua
identidade e passará, então, a ser um novo texto, não mais aquele original. Entendem como tudo isso é prejudicial?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-bidi-font-family: Arial;">Será que vale a pena fazer com que o texto literário
chegue até o leitor dessa forma? Não seria essa proposta uma forma de mascarar o
problema da leitura no Brasil, numa tentativa de “tapar o sol com uma peneira”?
Não seria mais fácil, então, investir em práticas mais eficazes de leitura ou
na escolha de textos mais contemporâneos, já que os textos canônicos são
“difíceis”? Obviamente, a
proposta de simplificar os textos ditos “enfadonhos e difíceis” para os leitores
compreenderem não é a maneira mais acertada de consertar o problema da leitura. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-bidi-font-family: Arial;">Deixando os devaneios um pouco de lado e voltando ao livro em questão, vocês percebem que não é preciso queimar um livro para que a literatura seja prejudicada? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-bidi-font-family: Arial;">E mais uma impressão que a leitura de </span><i>Fahrenheit 451 </i>me causou foi a de que a leitura, nem sempre, nos faz sermos mais críticos. Alguns dos personagens, por exemplo o chefe do Montag, liam, mas isso não os tornavam melhores, muito menos os levavam a se questionar sobre o estado das coisas. E, também, havia o fato de que somente os livros ditos "literários" eram banidos, sendo que outros tipos de livros que não concentravam nenhuma literariedade em si eram permitidos. O que me leva à questão da grande parte dos livros que são comercializados atualmente: seriam eles literários? Ou seriam apenas subterfúgios, distrações, assim como as telas em que a mulher de Montag passa seu tempo assistindo?<br />
<br />
Lanço essas questões e as deixo em aberto, pois eu me prolongaria demais se escrevesse tudo que me vem à mente sobre esse assunto, mas, claro que podemos conversar nos comentários, sempre.<br />
<br />
Também deixo a indicação de leitura desse livro, que é maravilhoso e que deveria ser lido por todos, em especial, essa edição.<br />
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
BRADBURRY, Ray. <b>Fahrenheit 451</b>. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Globo, 2012. </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-72666378092608691032017-02-16T17:00:00.000-02:002017-02-16T17:00:21.656-02:00O que há de errado com os spoilers?<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFZnq5T8_Dmr1b1fRiltHkZzstkFXzRyeVwGUKjn6mcqeKk9dJe7-kxlP21pWijaJliogu6s-ctBDOZLe3JPC_Lq3ZmzZOvFpeCloZuyg6uSyLpEb9QSfL3ruXoGNE8gau67nDyWKXeFZb/s1600/spoilers.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFZnq5T8_Dmr1b1fRiltHkZzstkFXzRyeVwGUKjn6mcqeKk9dJe7-kxlP21pWijaJliogu6s-ctBDOZLe3JPC_Lq3ZmzZOvFpeCloZuyg6uSyLpEb9QSfL3ruXoGNE8gau67nDyWKXeFZb/s1600/spoilers.gif" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>TEJEM</i> AVISADOS!</td></tr>
</tbody></table>
<i>Spoiler </i>é uma palavra de origem inglesa e que deriva do verbo <i>to spoil</i>, que pode ser traduzido como <i>estragar</i>. Mas será que um <i>spoiler</i> pode mesmo estragar toda (toda!) uma experiência de leitura a ponto de fazer com que o leitor desista de ler um livro ou o finalize com um sentimento de que não teve a mesma graça?<br />
<br />
Por exemplo, todos sabem que existe a dúvida se Capitu traiu Bentinho ou não, mas não é por isso que o livro perde seu interesse diante dos novos leitores, ou mesmo Anna Kariênina ou Madame Bovary, que são livros que, de antemão, o leitor já sabe que fala de mulheres adúlteras que cometem suicídio. Romances desse naipe não se leem para "saber qual é o final".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um spoiler só "estraga" uma leitura quando a narrativa é tão pobre que o único artifício narrativo que sustenta a atenção do leitor é um <i>plot twist</i>. Sabe aquele livro que você só lê para saber quem é o assassino ou se o casal vai ficar junto no final, mas que você não suporta mais tanta enrolação e só se mantém firme no propósito de ler porque está curioso? Se alguém te conta que o assassino é o mordomo ou que o casal fica junto e tem três filhos e um cachorro, é normal você se irritar, afinal, perdeu horas e dias da sua vida para chegar até ali.<br />
<br />
Mas reparem, nessas narrativas em que um <i>spoiler </i>pode estragar tudo, o ponto alto da estória é o <i>plot twist</i>, a revelação, o desfecho, quando na verdade deveria ser a escrita, ou o estilo do autor, ou as reflexões que o livro causa etc.. Um livro bom, daqueles que <i>spoiler </i>nenhum é capaz de estragar, se mantém atemporal e conquista leitores não importa o quanto seja comentado ou quanto tempo passe. Boas estórias são mais do que uma sucessão de acontecimentos que se desenrolam até um desfecho.<br />
<br />
Lembro, ou melhor, não lembro, de quando essa história de <i>spoiler </i>começou. Quando eu era criança (chegou a idosa) eu consumia uma quantidade considerável de mangás de Dragon Ball e assistia muitos filmes depois de o meu irmão mais velho já ter lido/assistido. O meu irmão era uma espécie de crítico para mim, só depois que ele assistia ou lia e me dizia como era a estória (com muitos spoilers) é que eu, criança influenciável que era, me decidia.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9NlTJH4b_-TWxsL62ueN8hQBe_PTXFPS4oXPmyFjJLohLx2zyUuUibG14TTIcczx4kI1CsLlUuoaxFx-FIdNNCNrm8f3tK7ILFTAlPGvH_7WK5vloyVBXeIVkGNVAafwnNpa8VkenZnab/s1600/freeza+morre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9NlTJH4b_-TWxsL62ueN8hQBe_PTXFPS4oXPmyFjJLohLx2zyUuUibG14TTIcczx4kI1CsLlUuoaxFx-FIdNNCNrm8f3tK7ILFTAlPGvH_7WK5vloyVBXeIVkGNVAafwnNpa8VkenZnab/s1600/freeza+morre.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Mais tarde, o mesmo aconteceu quando comecei a ler Stephen King, novamente sob influência do meu irmão. Lembro de que ele me contava o porquê de certos contos serem tão assustadores e eu queria lê-los justamente porque queria sentir as mesmas emoções.<br />
<br />
O que eu quero dizer com isso tudo é que nenhum <i>spoiler </i>pode substituir a experiência da leitura, caso o faça, acho que o livro lido precisa ser reavaliado. Óbvio que essa é uma opinião minha, baseada em minha experiência enquanto leitora, e talvez isso explique o fato de eu não ser grande fã de autores como Agatha Christie ou que seguem gêneros de estórias que se baseiam em prender o leitor para a grande revelação. Isso também explica o porquê de eu gostar tanto de reler os livros que me tocaram de alguma forma. Não ligar para <i>spoilers </i>é uma grande bênção em minha vida, como vocês podem imaginar. Inclusive, sou o tipo de pessoa que pede <i>spoiler</i>, por incrível que pareça.<br />
<br />
Bom, por fim, reconheço que não é porque eu não me importo em descobrir partes "importantes" de uma estória que eu deva sair por aí soltando <i>spoilers</i>, não acho isso certo. A não ser casos como os citados no início do texto, de livros já tão consagrados pelos seus desfechos que não seria um <i>spoiler</i> a "estragar" a leitura deles.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
O que vocês acham desse assunto? Se importam com <i>spoilers</i>?<br />
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com24tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-512480353985914912017-02-13T17:00:00.000-02:002017-02-13T17:00:15.412-02:00Cada segredo - Laura Lippman<div style="text-align: justify;">
É comum romances policiais abordarem um crime muito chocante, com requintes de crueldade ou com um aparente mistério na identidade do assassino. Mas, em <i>Cada segredo</i>, Laura Lippman aborda um tema polêmico: crianças que cometeram crimes hediondos. Parece inconcebível que uma criança tenha o impulso de matar, e é justamente essa ideia que o livro traz: todas as crianças são inocentes?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Crianças matam. [...] Porque elas não compreendem, sabe? Não compreendem a morte, é o que quero dizer." (p. 175)</i></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alice Manning e Ronnie Fuller são duas "amigas de férias", pois, como eram vizinhas, acabavam se aproximando nessa época todo ano. Certo dia, numa festa de aniversário, Ronnie se mete em uma confusão com a mãe da aniversariante e ela e Alice são mandadas embora. No caminho, se deparam com um carrinho de bebê aparentemente abandonado e resolvem "cuidar" do bebê. Depois de alguns dias a polícia encontra o corpo do bebê, Olivia Barnes, neta de juiz muito poderoso, e descobre que uma das meninas foi quem a matou. A mãe da bebê, Cintia Barnes, faz de tudo para encontrar uma brecha na lei que faça com que as duas paguem na cadeia o crime que cometeram, mesmo sendo crianças de onze anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhenilrepPYwtuY5bgFyOIzLfFAp2j0YsKRpHjL1A4KPhm66lH-0La9SOMQNgszgwyEN2lK5qp2iUpEFetVRd6QS2QNieVVbK98HDGw7YV4Qfr564VlRqXPCc630UhPfBSj8vbAJ7pk1jVO/s1600/Cada+segredo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhenilrepPYwtuY5bgFyOIzLfFAp2j0YsKRpHjL1A4KPhm66lH-0La9SOMQNgszgwyEN2lK5qp2iUpEFetVRd6QS2QNieVVbK98HDGw7YV4Qfr564VlRqXPCc630UhPfBSj8vbAJ7pk1jVO/s1600/Cada+segredo.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sete anos depois, Alice e Ronnie estão com dezoito anos e são liberadas do reformatório. Mas, coincidentemente, e para azar delas, outra menina desaparece e Cintia Barnes tem certeza de que uma das duas está envolvida nesse crime novamente. A menina desaparecida é muito parecida com a sua filha mais nova e isso faz com que Cintia desconfie que seria vingança de uma delas. Só que agora Alice e Ronnie são adultas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Qual das duas matou Olivia? O que as teria motivado?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse livro estava parado na minha estante há muito, muito tempo. Confesso que escolhi para ler somente para tirar da estante e achava que não ia gostar, minha expectativa era muito baixa. Primeiro porque, esteticamente, a capa não agrada e, segundo, porque não é um gênero que eu goste. Foi uma grata surpresa me ver envolvida na trama e desejar saber o final da estória. Também me agradei muito de um dos temas que a autora trouxe, o <b>racismo velado</b>. Acontece que a menina que Ronnie e Alice mataram é negra, filha de negros. Será que se os Barnes não fossem ricos e influentes, Alice e Ronnie teriam ido presas? E se fosse o contrário: duas meninas negras que matassem um bebê branco?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre o ritmo da narrativa, ela é bastante lenta e maçante no começo até quase o final, com muitas descrições de processos burocráticos e da rotina dos detetives, mas eu estava curiosa pelo desfecho, então, me mantive fiel à leitura. E, se eu tivesse desistido, seria uma pena, pois o desfecho é relativamente surpreendente e tem aquele <i>plot twist</i> quando a gente descobre a verdade por detrás da morte de Olivia Barnes e descobre o que motivou a "assassina".<br />
<br />
Recomendo essa leitura para quem gosta de enredos policiais, investigação. Além disso, a estória também explora de forma satisfatória as singularidades das protagonistas, o vínculo entre elas, a rivalidade e traz uma reflexão bem interessante sobre o racismo. Também faz refletir sobre como a justiça deve punir crianças, que é uma discussão muito polêmica. Afinal, crianças devem ser responsabilizadas pelos seus crimes como os adultos?<br />
<br />
Por fim, acredito que apesar de trazer discussões relevantes e ter um enredo relativamente original, o livro se prolonga demais, poderia tranquilamente ter 250 páginas que não teria prejuízo na narrativa. Além disso, ao invés de a autora ter tentado aprofundar todos os personagens, acrescentando fatos e pensamentos que em nada acrescentavam ao enredo, ela poderia ter trabalhado melhor as protagonistas. É uma estória mediana, sem falhas nem lacunas narrativas, mas que não tem muito carisma.<br />
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
LIPPMAN, Laura. <b>Cada segredo</b>. Tradução de Márcia Alves. Rio de Janeiro: Record, 2011. 406 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-61083294398738839352017-02-09T17:00:00.000-02:002017-02-09T17:00:43.680-02:00TAG: Dia e Noite<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
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</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisUY_1gP_mjcC6HFLGu3fNyroVQm19ADW7d8X-QD5rdB3KeCGXM1nRWcECVqJMCoP04V8SVv4ALgyRbknWPgZjTuEU5NIKAu-u-Zx-YwdFy8D4v6YB9WtRs2EoHoaioaDoO3831WpK-mT0/s1600/TAG+dia+e+noite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisUY_1gP_mjcC6HFLGu3fNyroVQm19ADW7d8X-QD5rdB3KeCGXM1nRWcECVqJMCoP04V8SVv4ALgyRbknWPgZjTuEU5NIKAu-u-Zx-YwdFy8D4v6YB9WtRs2EoHoaioaDoO3831WpK-mT0/s1600/TAG+dia+e+noite.jpg" /></a></div>
<br />
Olá, leitoras e leitores. Tudo bem com vocês?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje venho responder a TAG <i>Dia e Noite</i>. Quem em indicou foi a Thamiris do <a href="https://thamirisdondossola.blogspot.com.br/" target="_blank">Historiar</a>. Vamos lá?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<a href="https://www.blogger.com/null" name="more"></a><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>D - Durante o dia ou à noite?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu trabalho de manhã e de noite, normalmente leio de tarde. Também leio de noite se não tem muita coisa para fazer na casa, mas a verdade é que não tenho preferência e leio quando posso.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>I - Indique um livro que mudou seu ponto de vista sobre algo.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Poderia citar muitos, mas um que me fez refletir muito foi <i>Admirável Mundo novo</i>, do Aldous Huxley. Essa leitura me fez pensar tanto e me abriu a cabeça para tantos temas que eu nem consegui escrever uma resenha, haha.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A - Alguma vez você já derramou algum líquido em um livro?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Não, nunca. Mas já emprestei um livro e derrubaram café, então, eu tenho um livro manchado de café. 😠<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>E - Existem pessoas que não gostam de ler. Isso é positivo ou negativo?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Não consigo imaginar como poderia ser positivo não gostar de ler. Tudo é linguagem, linguagem é informação e comunicação. Como alguém que não lê pode viver atualmente? Não sei se a pergunta se refere a leitura de literatura de ficção, ou a qualquer tipo de livros, mas em ambos os casos, acho que não é algo positivo.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>N - Ninguém encosta no meu livro x Eu empresto sem nenhum problema.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Empresto sem problemas, mas para pessoas que eu conheça e saiba que vão cuidar do livro. Assim como qualquer item pessoal, como uma roupa ou um calçado, acho que o bom senso deve ser usado por quem pega um livro emprestado.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O - Oficialmente autografado: mostre sua cópia!</b><br />
Só tenho um livro autografado, que é o Jovem Aléssia, da Louise Bennett:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7-_wm4EkSEsDzGqT5FJea2k8NCNuvdcytgUx3kUevZviGLTnTU4QzuQ3XZtX2TUw_m1-1bf0i1CJV4KccSD2t0L7aw_OVsoTddoJZ7qAI1a74gnqz80G2kEjKLuQ8BKQv4znYft7TZBA3/s1600/IMG-20170126-WA0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7-_wm4EkSEsDzGqT5FJea2k8NCNuvdcytgUx3kUevZviGLTnTU4QzuQ3XZtX2TUw_m1-1bf0i1CJV4KccSD2t0L7aw_OVsoTddoJZ7qAI1a74gnqz80G2kEjKLuQ8BKQv4znYft7TZBA3/s1600/IMG-20170126-WA0009.jpg" /></a></div>
<br />
<b> </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>I - Ilustração ou não?</b></div>
Eu adoro, não importa o gênero. Acho que um livro bem ilustrado tem o seu valor.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcFtiCZhIKFT82Ia75WgnJNXRy2VUBvO2otbpSHinQCzGiXiRQX9C47RbgrowucF6flFqVAFMY04yQgER6lbNqjQKCD48krPHkPPEDyhyphenhyphenQ_8aka4_l7iUwawjl4YqiULxDvAdQdpn6zn7J/s1600/o+drag%25C3%25A3o+de+gelo+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcFtiCZhIKFT82Ia75WgnJNXRy2VUBvO2otbpSHinQCzGiXiRQX9C47RbgrowucF6flFqVAFMY04yQgER6lbNqjQKCD48krPHkPPEDyhyphenhyphenQ_8aka4_l7iUwawjl4YqiULxDvAdQdpn6zn7J/s1600/o+drag%25C3%25A3o+de+gelo+7.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esse do George Martin, <i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/10/a-literatura-infantil-de-george-r-r.html" target="_blank">O dragão de gelo</a>, </i>é um exemplo de livro bem ilustrado que eu amo!</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>T - Tenho muitos livros. Verdadeiro ou falso?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que é verdadeiro. Tenho em torno de uns 80 títulos, de vez em quando eu me desapego de alguns, minha biblioteca tá sempre oscilando o número de exemplares. Claro que eu gostaria de ter mais, mas estou satisfeita com meu acervo. Acho que a minha meta não é ter muitos livros, mas sim uma estante com títulos que eu tenha gostado da leitura e que expressem quem eu sou enquanto leitora.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>E - Escolha o seu maior livro, que tenha sido uma barganha.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Novamente, eu achei a pergunta confusa: maior livro seria com maior número de páginas? Vou supor que sim. Poderia também citar vários títulos aqui, pois sou uma pessoa que frequenta muitos sebos e garimpa muitas promoções, além de adorar um calhamaço. Mas vou simplificar e citar o último livro grande que adquiri: a edição comemorativa de 50 anos de Laranja Mecânica, ilustrada e capa dura com <i>jacket</i>, paguei somente R$36!<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
E é isso, pessoal. Para concluir, vou indicar a Tainan do <a href="http://www.eucurtoliteratura.com/" target="_blank">Eu curto Literatura</a>, a Lívia do <a href="https://virtualcheckin.blogspot.com.br/" target="_blank">Check-in virtual</a> e a Lethycia do <a href="http://loucura-por-leituras.blogspot.com.br/" target="_blank">Loucura por leituras</a>.<br />
<br />
Beijinhos, Hel. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-53970017901454261542017-02-06T17:00:00.000-02:002017-02-09T20:40:46.257-02:00A redenção do anjo caído - Fábio Baptista<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;">"Ele me criou assim, com um coração repleto de ambição e me colocou ao lado do que eu mais poderia desejar: o poder!" (2016, BAPTISTA)</span></blockquote>
<br />
Certo dia o diabo (capeta, capiroto, <i>the mônio</i> ou como você preferir chamar) depois de muito refletir nas profundezas do inferno, percebe que nada que fará será suficiente para derrotar seu pai, o Altíssimo, que, sendo onipotente, onipresente e onisciente, é invencível e que qualquer nova tentativa de tomar o trono dEle e se tornar o senhor do universo será infrutífera. É então que ele resolve ir até a morada do Pai buscar redenção, se redimir. Claro que não ia ser tão fácil, afinal, Deus não dá o peixe, mas sim a vara para pescar. Sendo assim, propõe a Lúcifer que ele passe uma temporada na Terra, entre os humanos e que, na sua estadia por lá, faça algo de bom pela humanidade. A princípio, Lúcifer acredita parecer ser fácil a tarefa, mas quando acorda na Terra, no meio de São Paulo, no corpo de um mendigo, ele vê que vai ser mais difícil do que imaginava.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnIMd7jFRnY8w-pw9gh63iExMHCLyfuEI0j66GrxcreGru1BOmMUt6-vfYIazIweXzvdSu9zhRQvaSPNg4a7NgakiuIppZaJtz3VDngdxtkWlhyOPGcVhdDTjVqZXLhNyBXvSOGPkBOIQY/s1600/A+reden%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+anjo+ca%25C3%25ADdo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnIMd7jFRnY8w-pw9gh63iExMHCLyfuEI0j66GrxcreGru1BOmMUt6-vfYIazIweXzvdSu9zhRQvaSPNg4a7NgakiuIppZaJtz3VDngdxtkWlhyOPGcVhdDTjVqZXLhNyBXvSOGPkBOIQY/s1600/A+reden%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+anjo+ca%25C3%25ADdo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E-book disponível na Amazon</td></tr>
</tbody></table>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;">"Não servirei mais como marionete, não vou ceder aos santos caprichos. Se a história precisa de um vilão, alguém louco o suficiente para enfrentá-lo em combate aberto, Ele que arrume outro, porque eu não vou mais participar dessa palhaçada. Estou farto, esgotado." (2016, BAPTISTA)</span></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No primeiro momento, conhecemos um resumo geral da história bíblica; Deus criando seu primeiro anjo, Lúcifer, portador da luz, e o relacionamento dos dois. Quando Deus resolve criar outros anjos, Lúcifer fica irado e mordido de ciúmes, mas quando o pai resolve criar a Terra e os seres humanos... ah, ele não aceita e se rebela contra ele, na guerra do bem e do mal que conhecemos tão bem.<br />
Mas, como dito no início, ele percebe que nunca vai vencer o pai e que a única alternativa é entrar para a seita, aceita que dói menos. Desculpem, não resisti ao trocadilho! Na Terra, Lúcifer passa a se chamar Lucien, e conhece já em seu primeiro dia Gisele, uma menina de rua. Imediatamente ele se encanta e fica afeiçoado a ela, mas precisando de dinheiro para comer, aceita fazer um "corre" com a menina nas ruas da cidade. Sim, em seu primeiro dia Lucien já começa cometendo delitos, velhos hábitos nunca mudam.<br />
Nas ruas, a vida é cruel e solitária e o diabo come o pão que... Bem, vocês entenderam. Ali na sua nova vida ele, que outrora incitava a maldade nas atitudes das pessoas, agora as sofre em sua própria pele e não acha nada bom.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;">"Ninguém olha para os perdedores." (2016, BAPTISTA)</span></div>
</blockquote>
<br />
Fica cada vez mais difícil para Lucien sair da situação de mendigo e ascender socialmente, mas, como que por um golpe de sorte, ele acaba indo parar na política. Claro que seria um político! Aos poucos, então, ele esquece da sua missão de redenção e começa a fazer o que quer: governar a seu bel prazer. Mas claro que não duraria para sempre.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
"<span style="background-color: #fce5cd;">O amor por aquela menina poderia redimi-lo? Nunca descobriria as respostas." (2016, BAPTISTA)</span></blockquote>
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
Antes de tudo, quero deixar bem claro que não sou uma pessoa cristã, não tenho religião, muito menos um posicionamento definido em relação à mitologia cristã, não me julgo apta a avaliar a pesquisa que o autor fez, pois, apesar de querer estudar mais afundo a bíblia, nunca a li em sua integralidade. Porém, acredito que um cristão não encontrará nenhuma blasfêmia ou ofensa a sua religião nesse livro.<br />
<br />
A narração alterna entre as cenas na Terra e cenas no céu e inferno e devo dizer que Fabio está de parabéns, pois a cada mudança de cenário era como se eu estivesse me transportando de um lugar ao outro. Até o vocabulário mudava, era como estar em um filme. Além disso, o protagonista é muito carismático (Oi? Sim, me encantei com o diabo de Fabio Baptista), extremamente irônico e, incrivelmente, torna-se mais "humano" ao conviver com os seres que outrora foram o motivo de sua ira e insatisfação com o Pai.<br />
<br />
Apesar de ter um tom irônico e até mesmo debochado, a narrativa tem também uma mensagem que transcende a linguagem e que me proporcionou algumas reflexões que acho importante compartilhar com vocês. Uma delas é sobre o comportamento humano, sobre o que é inerente, o amor e o ódio, e como esses dois sentimentos estão tão entrelaçados.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;">"O amor só vale quando é a opção que se escolhe em meio a infinitas outras possibilidades." (2016, BAPTISTA)</span></blockquote>
<br />
Além disso, outra coisa que o livro me fez pensar foi no livre arbítrio. Será que realmente o exercemos ou somos influenciados pelo meio e pessoas a nossa volta? Nossas atitudes definem quem somos ou existe, mesmo nas pessoas aparentemente ruins, uma essência primeira que é boa e cândida? Bom, são perguntas difíceis que requerem respostas complexas, não ouso arriscar responder.<br />
<br />
Antes de me despedir, gostaria de falar sobre o final do livro (sem <i>spoilers</i>, claro), sobre a minha expectativa e o que eu encontrei. Confesso que a dúvida se haveria a bendita redenção ou não não foi algo que me deixou curiosa, mas, no fundo, eu ainda esperava que a narrativa me surpreendesse no final, o que não aconteceu. Admito que eu ainda tinha esperanças de me surpreender com um final ousado, inesperado. Mas isso não desmerece a escrita do autor, pelo contrário, gostei muito do livro e recomendo a todos que curtem enredos sobre anjos e demônios.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<span style="background-color: #fce5cd;">"Quem salva uma alma, salva o mundo inteiro." (2016, BAPTISTA)</span></blockquote>
<br />
Beijinhos, Hel.<br />
<br />
BAPTISTA, Fabio. <b>A redenção do anjo caído</b>. FSB books. 2016</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-20905553604630643652017-02-02T17:00:00.001-02:002017-02-02T18:42:58.547-02:00Leituras de janeiro<div style="text-align: justify;">
Oi, pessoas lindas e letradas. Tudo bem?</div>
<div style="text-align: justify;">
Finalmente voltei com os posts de leituras do mês, depois de muito tempo em que não pude me dedicar com mais afinco à leitura, comecei 2017 com tudo e muito empolgada para mostrar para vocês o que eu li:<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgfi0nKnWIAFFCq_nuzzr9JNj9C7Tu4ljqLoX1LYSFAy3ajpoapA2Ihx-B609mvfuPqnAaKIDFV9zGJNdYZB8QVzzEm1IaCphQTo8srK8PdOQ9OunyqTrKNiqoHblOVMYxBkTFmZ3FawqB/s1600/Leituras+de+janeiro+2017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgfi0nKnWIAFFCq_nuzzr9JNj9C7Tu4ljqLoX1LYSFAy3ajpoapA2Ihx-B609mvfuPqnAaKIDFV9zGJNdYZB8QVzzEm1IaCphQTo8srK8PdOQ9OunyqTrKNiqoHblOVMYxBkTFmZ3FawqB/s1600/Leituras+de+janeiro+2017.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foram cinco leituras, ao todo. Uma delas não está na imagem pois também foi feita no Kindle. </td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>A REDENÇÃO DO ANJO CAÍDO</i> - FÁBIO BAPTISTA:</b> a primeira leitura feita no mês foi de um nacional, uma narrativa sobre anjos e demônios que me surpreendeu demais! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>CADA SEGREDO</i> - LAURA LIPPMAN: </b>esse foi um livro que eu só li porque estava parado há muito tempo, desde o meu aniversário, em abril, na minha estante. Para minha surpresa, foi uma leitura bem envolvente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>FAHRENHEIT 451</i> - RAY BRADBURY:</b> lido no <i>kindle</i>, <i>Fahrenheit 451</i> estava na minha lista há muito tempo, já que eu amo distopias clássicas. Gostei muito e me causou profundas reflexões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>ENCLAUSURADO</i> - IAN MCEWAN:</b> já <i>Enclausurado</i> foi enviado pela Companhia das Letras e uma leitura muito aguardada. Assim que o recebi já comecei a ler no mesmo dia. Talvez pelo fato de eu estar com a expectativa tão alta, não tenha me deixado uma impressão tão impactante assim. Mesmo assim, gostei razoavelmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>ANNA KARIÊNINA </i>- LIEV TOSLTÓI:</b> passei praticamente o mês todo lendo esse livro. Iniciei a leitura no dia 4 e finalizei nos 45 do segundo tempo do dia 31. Ufa! Ou seja, enquanto lia todos os livros citados acima, concomitantemente, eu lia o Tolstói. Parecia que nunca teria fim. Mas quando terminou eu fiquei com um vazio estranho. Em suma, gostei muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div align="center" style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gente, nenhum desses livros ainda tem resenha
postada aqui, mas planejo fazer isso em breve. Então, se tem algum livro que
vocês queiram saber o que eu achei, é só ficar de olho aqui no blog e nas redes
sociais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E vocês, leram o que em janeiro?</div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-19898491311083253602017-01-30T17:00:00.000-02:002017-01-30T20:42:22.486-02:00É fácil matar - Agatha Christie<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i style="background-color: #d0e0e3;">"É muito fácil matar, desde que ninguém suspeite da gente." (CHRISTIE, 2009, p. 21)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyrsdh3ERX68bYxcT9Qp5SglxQVMN0xYNDgSBvxd4AOwwpuKbICG-2JU3pfKcqz_LauDX-83RoAAKmTTVYnVYp1-0ywqqmnTY5-NkjfMUBNAZXPKU2obLPVRr0cP41gKbOzHwwvUQEmG3b/s1600/%25C3%2589+f%25C3%25A1cil+matar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyrsdh3ERX68bYxcT9Qp5SglxQVMN0xYNDgSBvxd4AOwwpuKbICG-2JU3pfKcqz_LauDX-83RoAAKmTTVYnVYp1-0ywqqmnTY5-NkjfMUBNAZXPKU2obLPVRr0cP41gKbOzHwwvUQEmG3b/s640/%25C3%2589+f%25C3%25A1cil+matar.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Obrigada, <a href="https://www.instagram.com/vontaderia/" target="_blank">@vontaderia</a>, pelo presente!</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Nesse romance da "Rainha do crime" não temos Poirot nem Miss Marple <b>teje dito</b>. O protagonista, Luke Fitwilliam, é um policial aposentado que está voltando para Londres, ansioso por rever os amigos e aproveitar o merecido descanso. Só que, no trem, ele senta-se perto de uma velhinha que lhe conta uma história curiosa; Ela afirma haver um <i><b>serial killer</b></i> em sua pacata cidade e está decidida a ir à <i>Scotland Yard</i> para que os detetives de lá, supostamente mais eficientes que os da sua cidade, investiguem o caso. E o que é mais curioso: ela afirma saber quem será a próxima vítima e deixa a suspeita de que sabe quem é o assassino, uma pessoa de quem ninguém desconfia e que, por isso, ninguém acreditaria nela!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É claro que Luke pensa que a velhinha está fantasiando e não dá importância para a narrativa duvidosa da senhora. Até que, no dia seguinte, ele lê o jornal e descobre que ela foi atropelada e que o motorista fugiu da cena do crime! Tudo isso acaba por deixar uma pulga enorme atrás da orelha dele e o faz ir até à cidadezinha, Wychwood-under-Ashe. Ele vai sob o disfarce de escritor e primo de Bridget Conway, prima de um amigo, para poder investigar o caso.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i style="background-color: #d0e0e3;">"Ela tinha uns 28 ou 29 anos, ele achava. E ela era inteligente. E era uma daquelas pessoas sobre as quais nada se pode descobrir, a não ser que assim queiram..." (CHRISTIE, 2009, p. 33)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A cidadezinha, como toda cidade pequena, fica toda sabendo da chegada do forasteiro, que é assunto de muitas conversas e perguntas. E Luke fica com receio de não conseguir manter o disfarce. Para piorar, Bridget acaba por "enfeitiçar" Luke, porém, ela é casada com Gordon, um novo-rico insuportavelmente egocêntrico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: #d0e0e3;">"- Meu caro! A sanidade é mortalmente aborrecida. É preciso ser ligeiramente pervertido. Ai, então, vê-se a vida sob um novo e arrebatador ângulo. <span style="text-align: center;">(CHRISTIE, 2009, p. 99)</span></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
E no decorrer de sua investigação Luke fica cada vez mais confuso e a iminência de um novo assassinato faz com que o desespero tome conta dele. Ao passo que, também, ele descobre que muitos dos moradores possuem passados nebulosos e todas essas novas descobertas vão, aos poucos, apontando para um provável suspeito. E é nessa hora que eu digo "AH HA! DESCOBRI QUEM É O ASSASSINO! Não pode ser outro, descobri na metade do livro, descobri antes do Luke, eu sou demais. Agatha Christie não é de nada!" Só que, no final, eu levo <i>aquele</i> tapa na cara, quando me deparo com a verdade. Gente, que reviravolta! Que revelação! Sensacional. Fiquei o tempo todo confiante de que não podia ser outra pessoa e cega na minha convicção, assim como o Luke, e Agatha vai lá e mostra: <b>estava bem na cara de vocês o tempo todo</b>. Me senti uma presa fácil caindo nas artimanhas da narrativa desse romance da Rainha do crime e finalmente, depois da leitura enfadonha de <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2015/10/resenha-um-corpo-na-biblioteca-de.html" target="_blank">Um corpo na biblioteca</a>, fiz as pazes com Agatha Christie!</div>
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***</div>
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Esse foi um livro que eu devorei. Li de um dia para o outro, de tão fácil a escrita e envolvente a trama. Além disso, o romance impossível entre Bridget e Luke me deixou bem satisfeita, pois o final dele passa longe do clichê, é, ouso dizer, bem original. Além disso, há alguns elementos na história, como o fato de a cidade ter alguns moradores envolvidos com magia negra e conflitos de rivalidade que dão um aspecto bem sinistro ao ambiente e à trama que Agatha tece. Sou suspeita para falar dos livros dela, mas reforço, agora, a ideia de que comecei pelo livro errado e que tomei a decisão acertada em insistir na leitura dos livros da autora. Claro que não é meu gênero favorito, mas reconheço que, pelo menos esse, é muito bem escrito e funciona como uma leitura de entretenimento adorável.</div>
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<br /></div>
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Beijinhos, Hel. </div>
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<br /></div>
CHRISTIE, Agatha. <b>É fácil matar</b>. (Tradução de Ieda Ribeiro de Souza Carvalho). 1ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Porto Alegre: L&PM, 2009, 230 p.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-45094931714198607812017-01-23T17:00:00.000-02:002017-01-23T17:00:15.168-02:00Senhor das moscas - William Golding<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Você sabe, não é? Que eu sou parte de você? Bem perto, bem perto, bem perto! Que é por minha causa que nada adianta? Que as coisas são do jeito que são?" (GOLDING, 2014, p. 158)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A maldade é inata? Ou o meio em que estamos contribui para que nos tornemos maus? Até que ponto o ser humano é capaz de manter sua sanidade, o respeito pelo próximo e pela vida?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Num período de guerra, um avião com um grupo de crianças cai em uma ilha deserta. As crianças são de diversas idades, algumas mais novas, em torno dos seis anos e outras em torno dos doze. Sozinhas e sem a supervisão de adultos, inicialmente, as crianças acreditam estar num paraíso e se comportam como é esperado que se comportem: como crianças. Acham a ilha paradisíaca e, sem consciência da situação, nos primeiros momentos, só querem saber de curtir a praia e as diversões que a ilha proporciona. Porém, com o passar dos dias, a situação começa a tomar rumos extremos.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtDAxkLoe2tE7-3rC9JjbsUmiSWHWxBAeLN72glj6h7yAzcbpQTCtAMlMQCqrcDrD2EnZl3KFqXTkJKlqF1AUItKJ7hs4dhVX6fUNgp1ZjWOOTdqda5-wydOQEr6Gt6DPtlYmn50Dpqqoz/s1600/Senhor+das+moscas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtDAxkLoe2tE7-3rC9JjbsUmiSWHWxBAeLN72glj6h7yAzcbpQTCtAMlMQCqrcDrD2EnZl3KFqXTkJKlqF1AUItKJ7hs4dhVX6fUNgp1ZjWOOTdqda5-wydOQEr6Gt6DPtlYmn50Dpqqoz/s640/Senhor+das+moscas.jpg" width="640" /></a></div>
<i></i></blockquote>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"O mundo, aquele mundo compreensível e obediente à lei, desmoronava." (GOLDING, 2014, p. 101)</i></blockquote>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conscientes de que demoraria muito até que um navio com adultos viesse salvá-los, as crianças percebem que precisam se organizar. Ralph é eleito o líder por ser o mais carismático, e não o mais inteligente. O mais inteligente, obviamente, era Porquinho, mas Porquinho, bem, ele era gorducho, usava óculos e era asmático, o tipo de criança que sofre bullying. E claro que na ilha não seria diferente, Porquinho é motivo de risada e é constantemente humilhado pelas demais crianças. Muitas vezes fiquei irritada com isso, pois até mesmo Ralph reconhecia que não era o líder mais adequado, mas a sede por poder era maior que tudo, ali na ilha. É por isso que, mais adiante na estória, Ralph e Jack, outro menino mais velho, começam a se desentender e aí é só o início de toda a barbárie. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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As crianças começam a sentir medo, e o medo começa a ser alimentado, primeiro pelas menores, depois, até os maiores começam a temer a ilha. Assustadas, as crianças começam a agir irracionalmente e a desordem começa a se instaurar. Elas têm medo de um monstro. Mas, na verdade, o que elas temem é a ilha... "<i>Como se a ilha não fosse boa.</i>" (GOLDING, 2014, p. 57) Ou seria elas mesmas?</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"É só uma sensação. E você tem a impressão que não está caçando, mas - sendo caçado; como se tivesse alguma coisa atrás de você o tempo todo no meio da selva." (GOLDING, 2014, p. 58)</i></blockquote>
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<br /></div>
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***</div>
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<br /></div>
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O Senhor das moscas, uma cabeça de porco em cima de uma estaca, representa nada mais, nada menos que o próprio mal. O mal que todos, mesmo uma criança, carregam dentro de si e está só esperando para ser despertado. Pode parecer um pouco chocante essa perspectiva, e realmente é. Por isso, se você não gostar de livros com narrativas cruas e viscerais, não recomendo a leitura de <i>Senhor das moscas</i>. </div>
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<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4PNlGXsce58A39JUfubRjybrGL2ANi5b87OYJwiiaZwZjpsmVy_m2ucaQqQGCqsWVSemQG5lkDzoWRTFphG7rT9Nw6olIWiWaPIPKEp7rIEHf-8eUbdHAC-5KjVjW-eBD2_9JRhXMFD0Z/s1600/senhor+das+moscas+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4PNlGXsce58A39JUfubRjybrGL2ANi5b87OYJwiiaZwZjpsmVy_m2ucaQqQGCqsWVSemQG5lkDzoWRTFphG7rT9Nw6olIWiWaPIPKEp7rIEHf-8eUbdHAC-5KjVjW-eBD2_9JRhXMFD0Z/s640/senhor+das+moscas+filme.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem do filme, de 1990</td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, há muito mais simbologias presentes na obra, que é riquíssima, apesar da narrativa simples. Há a metáfora de que a sociedade criada pelas crianças na ilha se assemelha muito à nossa sociedade "adulta". Há sede por poder, os homens atacam seus iguais para tomar seu lugar. Elegemos representantes nem sempre tão capazes, mas que se mostram muito carismáticos e que têm apelo com as massas. Pensamos mais em nós mesmos do que no bem comum. Etc., etc., etc.... É assustador, também, ler sob essa perspectiva.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vale comentar, a título de indicação de leitura, que William Golding foi laureado com o <b>Nobel de Literatura</b> em 1983. Também a minha indicação, humilde porém sincera, de que esse livro é incrível e merece ser lido por aqueles que gostam de estudar e apreciar escritos que perscrutem a condição humana.</div>
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<br /></div>
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Beijinhos, Hel.</div>
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<br /></div>
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GOLDING, William. <b>Senhor das moscas</b>. (Tradução de Sergio Flaksman). 1 ed. Rio de Janeiro: Alfaguara. 2014, 224 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-72650998827712573042017-01-16T17:00:00.000-02:002017-01-16T17:00:11.109-02:00Emma - Jane Austen<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Na verdade, os reais perigos da situação de Emma eram, em parte, ter o poder para satisfazer todas as suas vontades e, por outro lado, ser propensa a ter uma autoconfiança extremamente exagerada - essas eram as desvantagens que ameaçavam misturar-se com muitas de suas qualidades." (AUSTEN, 2015, p. 307)</i></blockquote>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdqN3-OB_SReDCl_jB1QGesZ74YoIaPzhEshQFb9rTYk4-JocMJOHNVFZrGDoAO39xKQJRePAGD6RxVq74TeuiMussB-FOzlgkR_27Fb1Es4roTwEOPGsIUgBTC0dqVD8oGhyphenhyphenPahBwg8vf/s1600/Emma+books.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdqN3-OB_SReDCl_jB1QGesZ74YoIaPzhEshQFb9rTYk4-JocMJOHNVFZrGDoAO39xKQJRePAGD6RxVq74TeuiMussB-FOzlgkR_27Fb1Es4roTwEOPGsIUgBTC0dqVD8oGhyphenhyphenPahBwg8vf/s640/Emma+books.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minhas duas edições de Emma, uma da Martin Claret e a outra da Landmark. A que eu li foi a da MC, mas pretendo ler a versão original na da Landamark porque é bilíngue.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>Emma</i> é de longe o romance mais inusitado de Jane Austen. A protagonista, que dá nome ao livro, não é nem um pouco heroína, tal qual Elizabeth Bennet, ou mesmo inocente, como Fanny Price. Emma é o que podemos chamar de patricinha mimada. Rica, bonita, talentosa, ela nem pensa em casar-se, pois não há nada que um homem possa dar a ela que ela não consiga pelos seus próprios meios. Porém, ela tem o péssimo hábito de se meter na vida alheia e, também, querer arrumar casamento para os conhecidos e amigos. E é com esse intuito que ela acolhe Harriet Smith, que é uma moça pobre e ingênua, que toma tudo que Emma fala como a mais pura verdade e se deixa levar pelas palavras dela. Emma, por sua vez, faz de Harriet sua cobaia e brinca com o destino da moça, fazendo ela recusar uma proposta de casamento de um rapaz que Harriet gostava, mas que, aos olhos de Emma, era de uma posição muito inferior.</div>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"[Harriet]Acabará por se tornar uma moça refinada, mas apenas o suficiente para que se sinta incomodada com aqueles com os quais terá de viver em virtude de seu nascimento e posição."(AUSTEN, 2015, p. 330)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu diria que o restante da estória se desenrola com Emma tentando achar um casamento proveitoso para a amiga - primeiro com o sr. Elton, depois com Frank Churchill -, mas a verdade é que muito mais coisas engraçadas e também desastrosas acontecem. Emma comete tantos erros com a pobre Harriet que dá pena da garota, ela parece uma marionete nas mãos da "amiga". É claro que Emma também se mete em algumas enrascadas e passa por algumas humilhações, e é isso que deixa essa personagem de Jane Austen tão humana. Muita gente considera Emma a mocinha mais chata da escritora, e, em parte, eu concordo. Emma é o tipo de pessoa que acha que pode tudo porque é rica e poderosa. Apesar disso, percebe-se que ela faz tudo que faz porque quer ver o bem de todos, apenas é um pouco preconceituosa e intrometida. É o tipo de personagem que, apesar de fazer tudo errado, você deseja que se dê bem no final.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRhHmhVIAljNIdn0A8iVcltMKT0wx9RXJowlIzarne_vhaSWzqeZHRplSoSdImJJjST7ECicUPAXryPjEobwrWtu2OHOyu7sHlRkh_bu_RH9uK-jbwalrKLfPo3OkK37xUWmVQAKb6ZDa/s1600/Emma+ilustration.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRhHmhVIAljNIdn0A8iVcltMKT0wx9RXJowlIzarne_vhaSWzqeZHRplSoSdImJJjST7ECicUPAXryPjEobwrWtu2OHOyu7sHlRkh_bu_RH9uK-jbwalrKLfPo3OkK37xUWmVQAKb6ZDa/s640/Emma+ilustration.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cada romance possui uma ilustração no início. Essa é a de Emma. O marcador é da <a href="https://www.instagram.com/casinhadelivro/" target="_blank">@casinhadelivro</a></td></tr>
</tbody></table>
O único que dá uns choques de realidade em Emma é o sr. Knightley, concunhado dela e grande amigo da família. Ele se sente à vontade na casa de Emma e, por isso, julga-se livre para dizer o que pensa sobre as atitudes da amiga. É claro que Emma não gosta nem um pouco dos sermões que recebe do sr. Knightley, mas, no fundo, sempre reconhece que ele tem razão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"A vaidade trabalhando em um mente fraca produz muitos tipos de danos." (AUSTEN, 2015, p. 346)</i></blockquote>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas a grande reviravolta da estória - porque nos livros da Jane sempre há aquele <i>plot twist </i>sensacional - não é relacionada nem a Emma, nem Harriet, mas sim, a dois outros personagens, que não vou citar nomes para não estragar a surpresa. E, claro, livros de Jane Austen sempre terminam em casamento, mas será que Emma se casará? Só lendo vocês saberão!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É comum, percebo agora que já li quase todos os romances de Jane Austen, alguns elementos se repetirem em suas estórias. Um deles, é um personagem, geralmente masculino, cuja personalidade engana a todos e que, ao final da trama, se mostra mau-caráter e, até mesmo, cafajeste. Digamos que em <i>Emma</i>, temos uma amostra dessa fórmula da Jane, com uma pequena variação. Além disso, outro aspecto recorrente que eu percebi é que os finais dessa autora sempre me parecem apressados, como se fosse o menos importante. Vejo que há muita descrição durante toda a narrativa, mas, quando chega ao final e a mocinha finalmente fica junto do mocinho, tudo é resolvido às pressas e o leitor fica com um gostinho de quero mais enorme! Mas é claro que isso não diminui nem um pouco o meu apreço pelas obras Austenianas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por fim, apesar de ter achado Emma uma protagonista não tão carismática quanto as outras, admiro profundamente a crítica que Jane fez nesse romance, mostrando o quanto as pessoas podem se enganar avaliando os outros apenas pela posição social e pela análise superficial da personalidade alheia. Emma é tão crente que conhece as pessoas que a cercam, que comete os erros mais primários. Ela julga conhecer o pensamento dos outros com base no pensamento dela própria e é aí que todas as confusões se iniciam.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcbqdRghmkD3B688d1qGjAs73pwCZhO3OHFzZvH9Fja3pqmYuVVx6M_f7VsX8gXtgIvOurBLE_esyMaOldfw-I1JCNG7m5l38t2j-AhFIfmnemhOR4cO2uoSMm0WwGFJwXArCO_nqd3bUb/s1600/SDC10175.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcbqdRghmkD3B688d1qGjAs73pwCZhO3OHFzZvH9Fja3pqmYuVVx6M_f7VsX8gXtgIvOurBLE_esyMaOldfw-I1JCNG7m5l38t2j-AhFIfmnemhOR4cO2uoSMm0WwGFJwXArCO_nqd3bUb/s640/SDC10175.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Essa foto é antiga, mas eu amo.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: center;">
<i>"Com uma imperdoável vaidade, acreditara ser capaz de desvendar os sentimentos dos outros! Com uma irremissível arrogância, propusera-se a criar o destino dos outros!"(AUSTEN, 2015, p. 567)</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recomendo a leitura de <i>Emma</i> para aqueles que já conhecem e apreciam o estilo de Jane Austen. Não é nem de longe um romance tão fluido e animado quanto <i>Orgulho&Preconceito</i> ou <i><a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2015/09/resenha-persuasao-de-jane-austen.html" target="_blank">Persuasão</a></i>. Por isso, se você ainda não leu nenhum livro da autora, recomendo começar por outro que não esse.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijinhos, Hel.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
AUSTEN, Jane. <b>Mansfield Park, Emma, A abadia de Northanger</b>. (Tradução e notas de Alda Porto, Adriana Sales Zardini e Roberto Leal Ferreira). Edição especial. São Paulo: Martin Claret, 2015. 768 p.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-7989481327058879888.post-90816338450045045352017-01-12T17:00:00.000-02:002017-01-12T17:09:59.293-02:00TAG: Dias da semana em livros<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikb8eF0h04s6N-f9qEqOcHmLVQNKPDVS3cTmGqTXB6Ox1K8S5wakszY6SoAGEC2GdCjVtHd7LdpcIlp7NNaySfUcp4LjLq5Fgh1OsSwxjA8aD1wPv77M1U-9T7TfP5QvlHyMEGyetMgn2S/s1600/TAG+dias+da+semana+em+livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikb8eF0h04s6N-f9qEqOcHmLVQNKPDVS3cTmGqTXB6Ox1K8S5wakszY6SoAGEC2GdCjVtHd7LdpcIlp7NNaySfUcp4LjLq5Fgh1OsSwxjA8aD1wPv77M1U-9T7TfP5QvlHyMEGyetMgn2S/s1600/TAG+dias+da+semana+em+livros.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olá, leitoras e leitores! Hoje eu vou responder essa TAG que foi criada pela <a href="https://www.youtube.com/watch?v=KVQmwI1Rzfo" target="_blank">Pam Gonçalves</a> e que consiste em relacionar os dias da semana com livros:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Domingo - Um livro que você não quer que termine ou não quis que terminasse.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O Hobbit</i> de J.R.R Tolkien. Essa foi uma leitura tão divertida que eu li tão rápido, e quando vi já tinha terminado. Fiquei querendo mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Segunda - Um livro que você tem preguiça de começar.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>As aventuras do Sr. Pickwick</i> de Charles Dickens. Eu comprei esse livro porque sempre quis ler Charles Dickens e porque essa edição estava numa superpromoção na feira do livro que teve ano passado aqui na minha cidade, só que... olha o tamanho desse calhamaço!</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo03joQGDXM7ySdWs2HvYciu9nNhJKljyatqFT_ksB_TKWTyiEvIEX8QvE6UWCJYHOw-sWB8iMYxX0hVH8ag2VQD3lfGb8t-H7CMDrQ7JdHtQUOagQCoTZS1h5ssNksjuJMQOUxzLoB7XJ/s1600/SDC10373.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo03joQGDXM7ySdWs2HvYciu9nNhJKljyatqFT_ksB_TKWTyiEvIEX8QvE6UWCJYHOw-sWB8iMYxX0hVH8ag2VQD3lfGb8t-H7CMDrQ7JdHtQUOagQCoTZS1h5ssNksjuJMQOUxzLoB7XJ/s640/SDC10373.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">São 838 páginas nessa edição da Globo livros! Haja fôlego.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Terça - Um livro que você empurrou com a barriga ou leu por obrigação. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/06/o-pendulo-de-foucault-umberto-eco.html" target="_blank"><i>O pêndulo de Foucault</i> </a>de Umberto Eco. Como eu sou muito insistente, e precisava fazer a resenha, eu li até o final, vai que o final surpreendia. Porém, a escrita era tão pedante, tão rebuscada, descritiva por demais e nada fluída. Enfim, na resenha vocês podem conferir porque eu não curti e demorei quase dois meses para finalizar essa leitura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjozGRYhxjxtf-uK7pU3RNPZAjHk5Tlzy1oWQ_H14Nk1keiXST2bP6uk96Sxiz5U0Wth4VmkhRI4n8BHgNMliIpV7O1TLwTwhOHha5qiVF_mSUYQRh5-SA_GQBF9G9etQZc1qyGSp8IVrym/s1600/SDC10739.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjozGRYhxjxtf-uK7pU3RNPZAjHk5Tlzy1oWQ_H14Nk1keiXST2bP6uk96Sxiz5U0Wth4VmkhRI4n8BHgNMliIpV7O1TLwTwhOHha5qiVF_mSUYQRh5-SA_GQBF9G9etQZc1qyGSp8IVrym/s640/SDC10739.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casaubon, Belbo e Diotallevi, não foi dessa vez que vocês me conquistaram.</td></tr>
</tbody></table>
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<b>Quarta - Um livro que você deixou pela metade ou está lendo no momento.</b></div>
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<i>O velho e o mar</i> de Ernest Hemingway. Eu abandonei essa leitura porque estava achando o livro um pouco monótono, mas ainda quero retomar algum dia.</div>
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<b>Quinta - O livro de quinta. Um livro que você não recomenda. </b></div>
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<i>Sementes no gelo</i> de André Vianco. Olha, esse livro é tão mal escrito e a estória tão tosca, que eu não sei como eu consegui finalizar ( na verdade eu tive que finalizar porque foi leitura obrigatória do Clube do livro). A proposta era de ser um livro de terror, mas eu, que sou a pessoa mais medrosa da galáxia, não senti nadinha de medo. Além dos personagens nada carismáticos e dos elementos mal encaixados na narrativa. </div>
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<b>Sexta - Um livro que você quer que chegue logo (lançamento ou compra).</b></div>
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Como eu não sou de acompanhar as novidades e não tenho comprado livros ultimamente, pularei essa pergunta. #sorry</div>
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<b>Sábado - Um livro que você quis começar novamente assim que ele terminou. </b></div>
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Eu poderia encaixar vários livros aqui nessa pergunta, mas se tem um livro que está lá na estante só esperando para ser relido é <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/08/a-elegancia-do-ourico-muriel-barbery.html" target="_blank">A elegância do ouriço</a>. Acho que as pessoas não aguentam mais me ouvir falar desse livro. Vão ter que me aturar mais uma vez dizendo que esse livro é o meu favorito da vida! Tanto eu gostei, que já planejei relê-lo esse ano e já falei disso no post <a href="http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/12/reler-ou-nao-reler-eis-questao-3-livros.html" target="_blank">Reler ou não reler? Eis a questão</a>. #sorryagain</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAr-za6Y0gxH5ZvOdXWZoiemj1mu4LH1-DX5wM1OZ7jR4iwhLuS1emEhfsHkgSDZplGJ_5-FpqThl4d-KsOSkuGrwaxbfYaAjpcyPzqa-FOMLwgSqYFmfDG6tpiT5xez-rmCiU_M8Yfcxs/s1600/A+eleg%25C3%25A2ncia+do+ouri%25C3%25A7o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAr-za6Y0gxH5ZvOdXWZoiemj1mu4LH1-DX5wM1OZ7jR4iwhLuS1emEhfsHkgSDZplGJ_5-FpqThl4d-KsOSkuGrwaxbfYaAjpcyPzqa-FOMLwgSqYFmfDG6tpiT5xez-rmCiU_M8Yfcxs/s1600/A+eleg%25C3%25A2ncia+do+ouri%25C3%25A7o.jpg" /></a></div>
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Bom, eis minhas respostas. O que acharam? Quero saber as de vocês!</div>
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Beijinhos, Hel.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15497421455783118454noreply@blogger.com14