Olá, leitores!

Li Os Pequenos Homens
Livres, que pertence à série de livros Discworld, que possui um total de
39(!) livros, criada por Pratchett, cujos textos trazem elementos fantasiosos,
como fadas, bruxas e outros seres mágicos. Entretanto, é válido lembrar que
isso não significa que precise ler todos esses livros para conhecer a história
de Tiffany, já que, aparentemente, as histórias são independentes umas das
outras.
Os Pequenos Homens
Livres conta a história de Tiffany Dolorida, uma menina de nove anos, cujo
irmão é sequestrado pela Rainha das Fadas. Ao descobrir isso, ela parte em uma
jornada para recuperá-lo, munida de uma frigideira, Pensamentos Melhores e um exército de Nac Mac Feegles, também
conhecidos como Pequenos Homens Livres. Além disso, é bom lembrar que Tiffany
também é uma bruxa. Ou bruaca, como é
carinhosamente chamada pelos seus amigos Nac Mac Feegle.
"Parecia que ele
tentava lhe dizer o que fazer e o que pensar. Não se desvie do caminho e não
abra essa porta, mas odeie a bruxa malvada, porque ela é malvada. Ah, e acredite que o tamanho do sapato é um bom jeito de
se escolher uma esposa." (PRATCHETT, 2015, p. 56).
Assim como muitos livros de fantasia, o ponto forte deste é
a mitologia criada pelo autor. Isso porque ele traz personagens comuns desse
gênero e lhes dá uma nova roupagem, tais como as bruxas, pois se antes eram
más, velhas e verruguentas, que transformam belos príncipes em sapos e aprisionam
princesas, aqui, elas são pessoas comuns, mas com a incrível habilidade de ter Pensamentos Melhores, ou seja, elas
podem pensar além das coisas normais e, assim, livrar-se das situações
complicadas. Também há os Nac Mac Feegles, que são seres pequenos, medindo
cerca de quinze centímetros cada, tendo pele azul, devido às tatuagens, e
cabelos vermelhos. Eles possuem uma sociedade diferente e tem crenças
inusitadas, como a ideia de que estão mortos, pois acham o mundo tão incrível
que só pode ser o Paraíso ou algo assim (sinceramente, achei essa definição
muito bonita).
"A habilidade de ter a
Primeira Visão e Pensamentos Melhores é o que cê tem, e isso é um pequeno dom e
uma grande maldição pra você. Vê e ouve o que os outros num conseguem, o mundo
revela os seus segredos pra você, mas você é sempre como aquela pessoa na festa
segurando a bebidinha num canto, que num consegue se enturmar." (PRATCHETT,
2015, p. 129).
Ademais, os personagens são bem construídos. Tiffany é uma
menina muito corajosa e decidida, sempre buscando aprender e questionando mais
sobre o mundo ao seu redor. Outro ponto sobre ela é que, assim como eu, Tiffany
possui um irmão mais novo, o que acarreta ter de cuidar dele a todo o momento.
Caso você tenha um irmãozinho, fácil se identifica com a personagem (o que
aconteceu comigo), que mostra quão legal
é lidar com ele (sentiram o sarcasmo?). Todavia, os personagens que me cativaram
completamente foram os Pequenos Homens Livres, pois são divertidos e esquisitos,
falando de uma maneira diferente. Além disso, eles lembram muito o estereótipo
dos escoceses, com a ferocidade e a bebedeira.
Além disso, todo esse desenvolvimento vem carregado de um
ótimo senso de humor, tornando a leitura muito prazerosa. O autor faz uso da
ironia, do sarcasmo e de brincadeiras, e, por isso, durante a leitura, me
pegava rindo. Alto. Além disso, a linguagem é bem fácil, considerando que esta
obra caracteriza-se como literatura juvenil.
Sendo assim, só posso dizer que, se antes estava animada,
agora estou apaixonada pelos livros de Terry Pratchett e, com certeza, o lerei
mais vezes, pois o autor traz humor, mitologias e histórias bem construídas.
Para um fã de livros fantasiosos, um prato cheio.
Já leu esse livro? Ficou com vontade? Comentem.
Tchau e até a próxima,
Julya Godoy Schmuller J
PRATCHETT, Terry. Os
pequenos homens livres. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016. 304 p.
Tradução de Ludimila Hashimoto.
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