[TAG] Hábitos de leitura

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Olá, leitores! Faz tempo que eu não apareço com uma TAG por aqui, não é? Hoje eu vou responder a TAG Hábitos de leitura que as meninas do blog parceiro Entrelinhas Fantásticas (que é tudo de bom, vocês deveriam conferir!) me marcaram. Querem ver as respostas? É só continuar lendo!


1-    Quando você lê? (Manhã, tarde, noite ou quando tem tempo)
Eu costumo ler a noite, pois é o período que tenho livre, mas não gosto muito por causa do meu problema de vista (miopia e astigmatismo, odeio vocês). Agora, nas férias, tenho lido em todos os horários, haha, uma maravilha! Mas eu sou daquelas pessoas que tem um livro sempre à mão, ou seja, quando surge uma oportunidade ou uma situação tediosa eu lanço mão do livro salvador!

2-    Você lê apenas um livro de cada vez?
Normalmente, eu leio dois livros de uma vez, mas um é sempre teórico, então, pode-se dizer que eu leio mais de um livro por vez. Eu já fiz a loucura de ler quatro livros de uma vez, mas não deu muito certo. Hoje, eu me contenho com no máximo dois, hehe.

3-    Qual seu lugar favorito para ler?
Eu costumo ler na cama, mas não significa que esse seja o meu lugar preferido. Pode-se dizer que seja o único lugar confortável que eu possua para poder ler atualmente. Um dia ainda compro uma poltrona bem grande e confortável. 

4-    O que você faz primeiro: lê o livro ou assiste ao filme?
Eu prefiro ler o livro, mas isso tem uma explicação, é porque se eu assisto ao filme, depois, quando vou ler, fico imaginando tudo acontecer igual o filme e também fico imaginando os personagens com a mesma fisionomia dos atores do filme. Isso é chato, em minha opinião. Prefiro exercitar a minha imaginação!

5-    Qual formato de livro você prefere? (livro físico, audio-book, e-book)
Eu prefiro o livro físico e acho que não tenho uma explicação para isso, é simplesmente uma questão pessoal. Outra coisa que me impede de gostar de e-books é por que eu não tenho um e-reader, e tenho que ler no notebook.

Fotógrafo: Davi Carrer
 Quem vê pensa eu leio assim toda certinha!
TAG, dada, TAG respondida!
E aí, leitores, se identificaram com alguma das minhas respostas? Quais são os hábitos de leitura de vocês?
Beijinhos, Hel.

Mansfield Park - Jane Austen

“Pois o tempo sempre se impõe entre os planos e as decisões dos mortais, para seu próprio aprendizado e entretenimento dos próximos.” (Austen, p. 302).


Tudo começa quando Fanny Price, aos dez anos, é retirada de seu lar pobre e de seus pais que já tinham muitos outros filhos para cuidar e é levada para Mansfield Park, para ficar sob os cuidados dos tios Sir Tomas Bertram e Lady Bertram, para que cuidassem de sua educação e pudessem dar uma vida melhor para a menina. Contudo, ela servia como uma espécie de empregada para as pessoas da casa e também de chacota para as primas, srta. Maria e Julia Bertram, que eram infinitamente mais ricas e bonitas que Fanny. Ela só encontrava refúgio e consolo no primo Edmund Bertram, que era o único que se importava com ela, sentimento que, com o tempo, acabou se transformando num amor incondicional.
Tom Bertram, o irmão mais velho e herdeiro da propriedade, é totalmente irresponsável e inconsequente, deixando a responsabilidade toda a cargo de Edmund que, sabendo que não herdará muita coisa, portanto, se ordena clérigo – que pelo que entendi é uma espécie de padre – para garantir uma vida confortável e, ao mesmo tempo, fazer o que gosta.
Com o passar do tempo, Fanny cresceu e chegou aos seus dezoito anos, tão bonita e educada quanto as primas, embora ninguém desse a mínima importância para ela.


Certo dia, chega à vizinhança os irmãos Henry e Mary Crawford, e logo fazem amizade com as moças da família Bertram. Edmund acaba se apaixonando por Mary, já Henry flerta com as duas irmãs Bertram ao mesmo tempo, mesmo que Maria, a mais velha, já esteja noiva. Fanny, apesar de tímida, não tem nada de ingênua, e começa a perceber o mal que tais influências poderiam causar em Mansfield Park, enquanto Edmund, cego de amor pela srta. Crawford, não enxerga isso muito bem.
Após devastar os corações das irmãs Bertram, Henry resolve, então, que é chegada a hora de conquistar Fanny:

"Mas não posso satisfazer-me sem Fanny Price, sem abrir uma pequena brecha em seu coração." (Austen, p. 149).

Que cafajeste, não? Todavia, Fanny não se engana com seus galanteios e se mantém firme na decisão de não estimulá-lo a continua-los, embora Henry se mantivesse insistente:

"Estava apaixonado, muito apaixonado; e essa paixão, agindo sobre um espírito  vivaz, confiante, mais ardente do que delicado, duplicava a importância do amor que ela lhe negava." (Auten, p. 209).

Por outro lado, Edmund sofria por Mary Crawford que, ambiciosa e calculista, recuava diante das investidas dele, já que ele era o irmão mais novo e jamais seria dono de grande fortuna, apesar de ela assumir que o amava. 
Fanny percebia tudo isso com grande tristeza, e parecia que só ela enxergava a verdade. Mas como dizem por aí: Um dia as máscaras caem!

Como será que terminam esses romances complicados? Será que Fanny aceitará a proposta de Henry ou será que todos perceberão quem são os irmãos Crawford, afinal? Será que Edmund se conscientizará do amor da prima? 


***
Ao contrário do que eu esperava, Fanny não é uma heroína como Lizzie Bennet, forte e corajosa, pelo contrário, ela é tímida e frágil e sempre se submete às vontades das outras pessoas em detrimento das próprias. Ela é uma espécie de Gata Borralheira, sempre privada das diversões e colocada para fazer as tarefas que ninguém quer fazer, privada dos bailes e dos passeios. Sofre sem poder reclamar. Com o decorrer da estória, podemos perceber o amadurecimento da protagonista e o modo como ela começa a atrair a atenção das pessoas à sua volta.


A trama e o enredo seguem aquele estilo já consagrado de Jane Austen: os personagens são muito bem construídos de modo que se parecem muito reais, as cenas são tão bem ambientadas que tem-se a sensação de estar junto com os personagens e os acontecimentos são tão surpreendentes que é impossível parar de ler sem querer saber qual será o destino de cada personagem!
Como também não pode faltar, Jane Austen faz algumas críticas sociais, como o casamento sem amor e por interesse financeiro, no caso de Maria Bertram, entre outras alfinetadas que a autora muito astutamente dá durante a narrativa.
Nesse romance, percebe-se uma Jane Austen mais madura, com uma estória mais detalhada e focada principalmente nas relações das pessoas com a sociedade da época do que no romance em si. Ao ler Mansfield Park, não espere encontrar um casal apaixonante como Lizzie Bennet e Mr. Darcy, aqui, o foco é outro e o romance fica como pano de fundo para a mensagem que a autora quer passar.
Apesar de ter demorado muuuito para terminar esse livro, ao final da leitura achei que valeu a pena. De início, achei a narrativa meio arrastada, mas depois, percebi que cada informação contida era importante para o desfecho da estória. 

“Que ninguém tenha a presunção de traduzir os sentimentos de uma moça ao receber a certeza de um amor o qual mal se permitia alimentar uma esperança.” (Austen, p. 302).

AUSTEN, Jane. Mansfield Park. Edição especial. São Paulo: Matin Claret. 2015. 768 p.

Orgulho & Preconceito virou HQ!

Olá, leitores. E um olá especial para os amantes de Jane Austen! Que notícia maravilhosa essa que fiquei sabendo por meio do Instagram da Editora Nemo que informou por lá que esse ano de 2016 vai apostar nas escritoras mulheres! Além disso, a cereja do bolo, para mim, vai ser o lançamento, em 28/01 (esse mês!) de uma edição em quadrinhos do romance mais aclamado da Jane Austen, Orgulho & Preconceito.


SINOPSE: “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, de posse de boa fortuna, deve estar atrás de uma esposa.”


Elizabeth e suas quatro irmãs estão impossibilitadas de herdar a propriedade de seu velho pai e enfrentam a ameaça do despejo. As irmãs devem garantir sua segurança financeira por meio do casamento, mas nossa heroína tem outros planos. Ela fez votos de se casar somente por amor. Seu olhar acaba capturado pelo distinto Sr. Darcy, mas quem irá salvar os Bennets? Elizabeth deve se casar por amor ou deve salvar sua família?



Jane Austen se referia a Orgulho e preconceito (1813), o primeiro romance que escreveu, como seu “filho querido” – e gerações de leitores lhe têm dado um cantinho em seus corações desde então. A atração irresistível que ela retrata, entre a vivaz e independente Elizabeth Bennet e o austero e solene Sr. Darcy, se insere entre as maiores, mais românticas e mais engraçadas histórias de amor já contadas. Fonte: Site da editora Nemo




Mais informações sobre a publicação:

Páginas: 144 • Formato: 17 x 24 cm • Acabamento: brochura • Título original: Pride and Prejudice • ISBN: 9788582862766 • Código: 12122 • Editora Nemo • Edição: 1 • Data de publicação: 28/01/2016

Eu adorei essa capa, e vocês? As ilustrações ficarão a cargo de Robert Deas e a tradução é de Gregório Bert e Fernando Variani.

Par quem já quiser adquirir os quadrinhos, ele está em pré-venda na Amazon

Par mais informações, consultem o site: http://grupoautentica.com.br/nemo

Fiquei muito feliz com essa notícia, gente! Poder reler essa estória em quadrinhos vai ser uma experiência muito legal e espero poder fazê-lo em breve.

Beijinhos, Hel.


Sobre Literatura e mediocridade

Fonte: Projeto: "Escrevendo sem medo" #ESM


"Para ser popular é preciso ser medíocre." (Oscar Wilde em “O retrato de Dorian Gray”).

Acho que essa frase se aplica em vários cenários, mas na literatura, ainda mais. Mas o que o personagem sincero, Lord Henry, quis dizer é que, basicamente, se você quer agradar a grande massa, você precisa ser raso e supérfluo. Bem polêmico. E o que isso tem a ver com a Literatura? Tudo!

Atualmente, muito se tem discutido sobre preconceito literário, eu, até então, nunca havia me pronunciado sobre isso, mas não significa que não tenha pensado profundamente sobre o assunto. Na verdade, eu me considerava, há um tempo, muito preconceituosa em relação à Literatura contemporânea e aos autores de YA e distopias adolescentes, hoje em dia, graças a um contato com esse tipo de livro, não tenho mais essa mentalidade. Contudo, e de novo uso uma citação de Oscar Wilde, “Livros são bem escritos ou mal escritos. Isso é tudo.”, e não há como negar que muito do que tem sido lido atualmente trata-se de literatura comercial, feita com a única finalidade de vender. É o mal da nossa geração: os números! Percebo que não existe mais aquela preocupação em comentar sobre o livro, mas sim, apenas ostentar a imagem de leitor, passar a impressão de intelectualidade e ser admirado, e isso torna-se um problema a partir do momento em que a obra literária fica em segundo plano e o sujeito leitor se coloca em evidência.

Muito mais que uma obra de arte, percebo que os livros vêm se tornando, cada vez mais, somente uma capa bonita e um pretexto para adaptações cinematográficas, e isso é alarmante! Não há mais a fruição da leitura como antes havia, embora o movimento da leitura esteja ganhando forma e adeptos, o que percebo é uma comercialização da literatura, aquilo que foi feito com intencionalidade artística, torna-se algo com uma finalidade capitalista, embora alguns teóricos e o próprio Wilde afirmem que toda arte, incluindo a literatura, é inútil. Mas como assim, Helena? A Literatura é inútil?
Sim! Eu respondo, é inútil. É que está tão enraizado em nosso comportamento atribuir uma finalidade/objetivo a tudo que fazemos, que só o fato de ler uma obra não basta! É preciso mostrar que se está lendo, é preciso encontrar uma razão para tal atitude e esquece-se, nesse movimento, de apreciar a arte pela arte.

Mas voltando a falar sobre mediocridade, e sobre preconceito literário, o que há de errado, então, em ostentar a imagem de leitor? Não há nada de errado, eu digo, se a finalidade for incentivar a leitura e o contato com a arte, que deve ser a principal finalidade de qualquer indivíduo que se dispõe a falar sobre livros atualmente. Mas há um problema, sim, caso esse indivíduo se esqueça do conteúdo do livro ( a estória, o enredo, narrativa etc. e a relação disso tudo com a formação do homem enquanto sujeito ) e foca somente no livro enquanto um objeto, uma decoração para a estante, um item de coleção.

Uma coisa que venho percebendo e que me deixa muito triste, é que os leitores mais jovens tem certa aversão à Literatura clássica, livros consagrados pelo tempo e pela crítica, e percebo, também, que isso muito tem a ver com comodismo. Frases do tipo: "Ah, mas a escrita é muito difícil!" ou "Esse livro foi escrito há muito tempo, eu nem era nascido!" são muito utilizadas como argumento para se esquivar desse tipo de Literatura, uma pena! É cômodo ler um livro como "A culpa é das estrelas", claro, a linguagem é simples, o enredo é básico, não há mistérios ou metáforas, é tudo muito claro na narrativa e os personagens são idealizados para agradar os leitores. Não exige do leitor um desprendimento da sua "realidade" nem que ele pense fora da sua "caixinha". Mas eu não julgo aqueles que leem esse tipo de livro com a finalidade de entretenimento, pois eu mesma faço isso quando estou cansada de leituras mais "densas". O que eu quero dizer é que não há como negar que alguns livros que, atualmente, são considerados grande sucesso de vendas, se comparados à grandes obras da Literatura, são considerados medíocres. Mas não se assustem com essa palavra, medíocre, na minha intencionalidade de uso aqui, nesse texto, é mais ou menos isso, de acordo com a definição do dicionário:

medíocre 
me.dí.o.cre 
adj (lat mediocre) 1 Médio ou mediano. 2 Meão. 3 Que está entre bom e mau. 4 Que está entre pequeno e grande. 5 Ordinário, sofrível, vulgar.

Ou seja, não é ruim, mas há melhores! Entendem? Um exemplo prático disso seria eu recomendar que, ao invés de ler uma distopia como "Divergente", que eu vejo muita gente falando que é mal escrita e que a autora não soube usar o recurso do narrador, vocês se dispusessem a ler "1984" ou "Admirável mundo novo", por exemplo, que são distopias clássicas e das quais essas distopias adolescentes muito têm bebido da fonte! Não posso negar, todavia, que muita coisa boa vem sendo escrita atualmente, e que esse crescimento da população leitora é algo majoritariamente positivo, não importa o tipo de Literatura que é consumida.

Eu sei que vou causar polêmica ao publicar esse texto e eu sei que muita gente vai discordar da minha opinião, eu só quero que vocês estejam com a mente aberta assim como eu abri minha mente para ler livros contemporâneos e "famosinhos"e que sejam educados nos comentários.


Obs.: Esse texto foi escrito para o projeto "Escrevendo sem medo" idealizado pelo blog Historiar, e para o qual eu fui gentilmente convidada a participar pela Thamiris Dondóssola, autora do blog. Todo mês, um tema novo é lançado com a intenção de que os participantes do projeto exerçam a escrita "sem medo". O tema do texto acima foi "Citação" e consistia em discorrer sobre uma citação dãããã de algum livro e que o autor do texto se identificasse. A partir de agora, todo mês postarei um texto aqui no Leituras&Gatices para vocês!

Beijinhos, Hel.

Review: Mansfield Park; Emma e A abadia de Northanger - editora Martin Claret

Olá, leitores. Hoje, mostrarei a vocês os detalhes desse livro que é lindo de morrer. Sério, quase infartei quando o ganhei de presente. Essa edição contém três romances da rainha Jane Austen: Mansfield Park; Emma e A abadia de Northanger. A capa é dura com detalhes em baixo relevo na cor dourada - puro glamour. O nome dos títulos e o nome da autora são em baixo relevo também:


A contra capa contém os títulos que estão contidos na edição:


A lombada, assim como a contra capa, também informa os livros que fazem parte da edição:


Aí você abre o livro e... TCHÃRÃÃÃMMM! Na folha de guarda, encontra esse padrão de florezinhas lindinho e até um espacinho para escrever o nome do dono do livro:


Além de uma fitinha de cetim azul muito gracinha para marcar onde parou a leitura. Por se tratar de uma edição de capa dura, as páginas são costuradas:


Apresentação da edição:


Vamos aos romances. Antes de tudo, há um sumário em que o leitor pode se situar em qual página começa determinada estória. Cada romance é precedido pelo título, mais o nome do(s) tradutor(es) e uma linda ilustração:


 Minha leitura atual, Mansfield Park:


E a ilustração em preto e branco. Essa é de Mansfield Park: 


Sobre a diagramação: as páginas são amareladas, eu gosto muito, pois páginas brancas doem meus olhos e durante a noite fica impossível ler. A fonte é que eu achei um pouco pequena, o que acaba embaralhando as letras quando eu fico por muito tempo lendo, mas... Eu entendo que se a fonte fosse maior, essa edição que já é um calhamaço ficaria maior ainda. A mesma consideração vale para o espaçamento entre as linhas, que é um pouco pequeno. O livro é bem pesadinho, carregar na bolsa ou na mochila pode dar dores nas costas, então, esse é um livro que vou ler nas férias, para não precisar ficar carregando de um lado para outro :) .


Aqui e na foto acima, dá para perceber os detalhes da fonte e da cor das páginas:


E por fim, como não poderia deixar de ser, há uma nova participação felina, a Felícia:


Gostaram dessa linda edição da Martin Claret? Eu, como Janeite assumida, AMEI de coração. É sempre maravilhoso quando encontramos aquela edição linda do livro que gostamos e que sabemos que vamos ler, reler, re-reler... Enfim, pretendo comprar a edição cor-de-rosa, que contém Orgulho&Preconceito, Persuasão e Razão&Sensibilidade, por mais que eu já tenha lido os dois primeiros e tenha uma edição de bolso de Persuasão em casa, porque essas edições da Martin Claret são simplesmente IRRESISTÍVEIS!

Beijinhos, Hel.

AUSTEN, Jane. Mansfield Park, Emma, A abadia de Northanger. Edição especial. São Paulo: Martin Claret. 2015. 768 p.

O guia do mochileiro das galáxias - Douglas Adams

“O espaço é grande. Grande, mesmo. Não dá pra acreditar o quanto ele é desmesuradamente inconcebivelmente estonteantemente grande. Você pode achar que da sua casa até a farmácia é longe, mas isso não é nada em comparação com o espaço.” (Trecho de O guia do mochileiro das galáxias, p. 63).

Foto: arquivo pessoal.
O guia do mochileiro das galáxias é o “volume um da trilogia de cinco” - sim, você leu corretamente, é uma trilogia de cinco! -  de livros escritos por Douglas Adams, escritor britânico.

Qual o sentido da vida? Quem somos? Para onde vamos? Quem nunca se questionou sobre isso que jogue a primeira pedra.
Em O guia do mochileiro das galáxias, conhecemos Arthur Dent, um terráqueo que está prestes a ter sua casa demolida para que em seu lugar seja construído um desvio, em seguida, conhecemos Ford Prefect, um alienígena de um planeta próximo a Betelgeuse que veio visitar a Terra para fazer pesquisa de campo para seu livro, O Guia do Mochileiro das Galáxias, mas que acabou ilhado no planeta por 15 anos, e teve que se disfarçar de ator desempregado. Os dois são amigos, e Arthur nem desconfia da origem de Ford, que precisa contar ao amigo que a Terra está prestes a ser destruída, para em seu lugar ser construído... Um desvio! Que coincidência, não?
A estória já se inicia no dia fatídico em que a Terra é destruída, e Ford e Arthur conseguem escapar da tragédia ganhando uma carona dos cozinheiros da nave dos Vogons, povo alienígena responsável pela destruição do planeta. A partir de então, Arthur começa a descobrir toda a verdade que o cercava acerca do universo e que ele não conseguia enxergar: a verdade sobre os golfinhos, sobre os ratos e sobre a própria Terra. Arthur conhece novos planetas, nomes impronunciáveis, criaturas inconcebíveis e até A RESPOSTA PARA  A VIDA O UNIVERSO E TUDO MAIS: 42!!!

“Como é sabido, a vida apresenta uma série de problemas, dos quais os mais importantes são, entre outros, Por que as pessoas nascem? Por que elas morem? Por que elas passam uma parte tão grande do tempo entre o nascimento e morte usando relógios digitais?” (ADAMS, 2010, p. 122).

***

Inteligente, irônico, engraçado e sem-noção, O guia do mochileiro das galáxias é uma ficção científica que, apesar de parecer boba e despretensiosa para o leitor mais desatento, é na verdade muito perspicaz e cheia de críticas ao comportamento do ser humano em relação a diversos aspectos da nossa existência. Uma das críticas mais sensacionais é o pouco que sabemos e buscamos saber sobre o universo. A leitura d´O guia do mochileiro das galáxias torna-se uma experiência divertida e ao mesmo tempo libertadora que faz com que o leitor saia da sua caixinha e possa imaginar a infinidade de possibilidades que existem além do nosso planeta.
A estória pode parecer um pouco confusa, de início, já que o leitor pode se deparar com termos da física que, para mim, que não entendo bulhufas dessa ciência, pode complicar um pouco a leitura, mas só um pouco! Os personagens, também, são maravilhosos e divertidíssimos, o meu preferido é Marvin, o Androide Paranoide, que foi projetado com a tecnologia de Personalidade Humana Genuína (PHG), o que faz com que ele seja extremamente depressivo. Embora seja muito inteligente, os seus companheiros o incumbem de tarefas simples que exigem pouco do seu vastíssimo QI, situação que me fez pensar nas pessoas que possuem habilidades magnificas e que não são aproveitadas nas empresas onde trabalham, por exemplo.
Outro personagem que me fez dar boas gargalhadas foi Zaphod Beeblebrox que, apesar de ser o presidente do Governo Imperial Galáctico, não possui poder nenhum sobre a galáxia, o que pode ser comparado com alguns políticos que servem apenas de marionete para "financiadores" do poder.
Como percebido, um livro publicado há tantos anos ainda se conserva atual e atemporal em suas críticas. A narrativa é extremamente fluída, o que torna a leitura rápida. Com certeza continuarei lendo essa série, que comprei para meu noivo, mas que acabei me apaixonando.

Gostam de ficção-científica? Já conhecem essa série de livros? Vamos trocar figurinhas nos comentários ;)?

Beijinhos, Hel.


ADAMS, Douglas. O guia do mochileiro das galáxias. Ed. Popular, São Paulo: Arqueiro. 156 p. Tradução de Carlos Irineu da Costa e Paulo Fernando Henriques Britto.