Resenha: O mágico de Oz de L. Frank Baum
18:25
“[...] a
história do O mágico de Oz foi
escrita apenas para o prazer das crianças de hoje. Pretende ser um conto de
fadas modernizado, em que a admiração e a alegria se conservam e os sofrimentos
e pesadelos são deixados de fora.”
L. Frank Baum
Chicago, abril de 1900
É
com introdução do próprio Baum que esta obra fantástica inicia, e eu não posso
discordar das palavras dele. Repleta de aventura e elementos fantásticos, a
narrativa de O mágico de Oz nos mostra que “Não existe lugar igual à casa da
gente.” e que a amizade e confiança são os maiores tesouros que se pode ter
nessa vida.
Dorothy,
tia Em e tio Henry moram em uma casa humilde em meio às pradarias do Kansas numa
paisagem cinzenta, até que, certo dia, um ciclone passa por lá e carrega a casa
deles com Dorothy e seu fiel cachorrinho Totó que estavam dentro para longe
dali, para uma terra colorida e curiosa chamada Terra de Oz. Logo que chega,
sua casa acidentalmente cai em cima da bruxa má do Leste, matando-a e
libertando o povo de lá, os Munchkins, da escravidão. A bruxa boa do Leste, ao
saber do que havia acontecido, vai para lá e, conversando com a menina descobre
que tudo o que ela mais deseja é voltar para o Kansas, sendo assim, a aconselha
a procurar o grande mágico Oz, já que só ele com todo o seu poder poderia
ajudar a garotinha. Dorothy calça os sapatos de prata da bruxa má e segue pela
estrada de tijolos amarelos que é o caminho que levará para a Cidade das
Esmeraldas onde o poderoso Oz mora.
Foto: Arquivo pessoal |
Durante
sua trajetória, Dorothy encontra o Espantalho, cujo maior sonho é ter um
cérebro:
“O
fato é que eu não me incomodo de ter as pernas, o corpo e os braços recheados
de palha, [...] Mas não quero que as pessoas digam que eu sou burro, e se a minha
cabeça continuar recheada de palha em vez de miolos, como a sua, como é que vou
conseguir aprender alguma coisa?” (BAUM, p. 39).
Então,
Dorothy convida o Espantalho a se juntar com ela e pedir para Oz que conceda um
cérebro a ele.
Em
seguida, enquanto trilham o caminho dos tijolos amarelos, encontram um Lenhador
de lata, imóvel, pois havia esquecido de lubrificar suas juntas e acabou
enferrujando. Dorothy corre até a casa dele e traz uma lata de óleo. Conseguindo se mover novamente, o Lenhador de lata agradece e conta sua
história à Dorothy. Seu maior desejo é ter um coração, pois, antes de
ser amaldiçoado pela Bruxa má, ele tinha sido um homem de carne e osso muito
bondoso. Então, Dorothy o aconselha a ir com eles pedir a Oz que lhe dê um
coração.
Quando
estão atravessando uma floresta bem fechada, encontram um leão enorme, porém,
Dorothy percebe que, apesar de todo o tamanho e de ser um leão, ele é muito
covarde:
“E
por que você é covarde? Perguntou Dorothy, [...]”
“É
um mistério – respondeu o Leão – Imagino que nasci assim. Todos os outros
animais da floresta esperavam naturalmente que eu fosse corajoso, porque em
toda parte acreditam que o Leão é o Rei dos Animais.” (BAUM, p. 62-63).
Logo,
a menina sugere que ele também os acompanhe e peça um pouco de coragem para o
grande Oz, quando chegarem à Cidade das Esmeraldas.
Durante
todo o percurso, Dorothy, o Espantalho, o Lenhador de lata, o Leão e o cãozinho Totó
passam por muitos perigos, aventuras e descobrem muitas coisas ao passo que se
tornam grandes amigos. A história, eu acredito, já é conhecida de quase todos,
portanto, não vou me demorar mais no resumo dela. O interessante é que percebemos,
durante o desenrolar da narrativa, que o Espantalho acaba sendo de todos o mais sábio, sempre
tendo as ideias que os salvam das enrascadas. O Lenhador mostra-se extremamente bondoso com todos a sua volta. E o Leão, o mais corajoso, pois sempre está disposto a encarar os perigos para defender seus amigos, embora eles não
enxerguem as qualidades que possuem.
***
Comparado
por muitos com a obra Alice no País das Maravilhas, O Mágico de Oz, na minha
humilde opinião, é tão rico e importante na literatura infantil quanto a obra
de Carroll. Adaptado para peças teatrais e cinematográficas diversas vezes, a
atemporalidade dos temas que o livro traz é de uma riqueza sem tamanho. A
escrita do autor é fluida, gostosa, mas não infantil, embora seja um livro para
crianças. Mas quem disse que livros infantis precisam ser infantilizados? Os
elementos fantásticos de O Mágico de Oz não chegam ao nível non-sense dos de Alice no País das Maravilhas,
embora sejam tão divertidos quanto. Os cenários e personagens criados por Baum
são tão maravilhosos, tão bem construídos, que tem se a sensação de estar
acompanhando Dorothy e seus amigos durante a jornada. É uma pena as
continuações nunca terem sido traduzidas, eu acho! Sim, Baum escreveu diversas
outras histórias sobre a Terra de Oz!
Foto: Arquivo pessoal |
Crianças,
adultos, idosos, TODOS devem ler O Mágico de Oz, pois é uma história com tantos
ensinamentos de amizade, confiança, lealdade que me senti muito tocada.
Confesso que derramei uma lagriminha no final da história – e olha que é
difícil uma leitura me arrancar lágrimas – pois a trajetória de Dorothy e seus
amigos me envolveu tanto que era como se fossem meus amigos também.
Já
leram O Mágico de Oz?
Beijinhos,
Hel.
BAUM, L. Frank. O mágico de Oz. Rio de Jnaeiro: Zahar, 2013. 224 p. Tradução de Sergio Flaksman.
13 comentários
Gente mas esse livro é muito bonito de fato. Adorei a resenha, acho que até hoje só li adaptações bem fininhas do Mágico de OZ, seria legal ler a versão da Zahar ( a Zahar e seu dom de produzir livros bonitos !!!!)
ResponderExcluirOi, Bibbi! É um livro lindo mesmo, tanto esteticamente quanto no quesito do conteúdo, é uma história muito linda!
ExcluirE a Zahar atualmente é a editora dono do meu coração! Hahahaha.
Beijos, querida!
Olá!! Adorei a sua resenha.
ResponderExcluirQuem não ama o Mágico de Oz, não é?! É uma história tão meiga que nos ensina muitas coisas. É um livro para se levar para a vida toda. <3
http://leitoracretina.blogspot.com.br/
Olá!
ExcluirObrigada, querida!
É verdade, me arrependo por não ter lido antes!
Beijoooos!
Adorei a resenha, Hel. Deu uma vontade enorme de ler o livro, hahaha. Vou voltar mais vezes aqui!
ResponderExcluirBeijos!!
Obrigada, Nath ♥.
ExcluirPode vir sempre que quiser, rsrsrs.
Beijinhos.
Muito boa a resenha! =)
ResponderExcluirAs edições da Zahar são lindas mesmo. *-*
Ainda não li, mas lerei, parece realmente bacana.
Muito obrigada, Paulinha! Leia sim, é muito fofinho este livro!
Excluir^^
Curiosíssima por esse livro! Pretendo ler em breve =D
ResponderExcluirBeijos!
Você que gostou de Alice vai amar O mágico de Oz!
ExcluirBeijinhos.
Oba! Consegui comentar! Hahahahah
ResponderExcluirAeeee hahaha =D
ExcluirOi, Thalita!
ResponderExcluirLeia sim! Eu confesso que gostei mais desse do que de Alice no país das maravilhas!
Beijinhos.
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