Update da minha meta de leitura - 2016

Olá, leitoras e leitores. Tudo bem? Hoje eu vou falar de um assunto que pode interessar a muita gente: meta de leitura. Vocês fizeram uma? Se fizeram, estão satisfeitos com o rendimento das leituras? Ou vocês são do tipo de leitor que não estabelecem metas e leem conforme a vontade aparece? Eu também não costumava estabelecer metas nas minhas leituras, porém, no final do ano passado, resolvi estabelecer uma. Quem se lembra do post que eu fiz contando isso? Clique aqui para relembrar. Enfim, eu me propus a ler 50 livros até o ano acabar, e hoje venho contar a vocês como está meu progresso.

Assim como muitos leitores, eu atualizo as minhas leituras por meio do aplicativo do Skoob. Embora não haja 50 livros na minha meta no site, já que muitas das leituras são de parcerias, livros que as editoras mandam e que vão sendo adicionados conforme chegam, por isso, o número por lá está em 42! Também estão por lá os livros teóricos que eu leio para a universidade, livros estes que não são contabilizados na meta de leitura, já que meu foco é ler 50 livros de ficção. 


Vocês gostaram da nova atualização do App do Skoob? Eu gostei demais dessa nova interface e das funções todas que faltavam e foram adicionadas!

Quem me segue no Instagram, viu que no meu perfil eu contabilizo o número da leitura que estou? Eu marco na "bio", muita gente também faz isso. Então, como vocês podem perceber, estou na 33ª leitura do ano:




Estou num momento em que não estou lendo nada :´(, porque estou lendo alguns livros para me preparar para o TCC e outras leituras dos projetos de extensão que participo, por isso, é provável que esse número aí de cima fique estacionado por um bom tempo. Mas Hel, você não está fazendo maratona de férias? Estava. Li a maioria dos livros que coloquei na TBR e resolvi parar já que a volta às aulas tá quase aí, mas, isso é um assunto para outro post.

Sobre as minhas expectativas para o cumprimento da meta, acredito que eu vá conseguir, pois faltam 17 livros para eu chegar à meta e ainda temos cinco meses pela frente. Torçam por mim!

Me contem nos comentários como estão sendo as leituras de vocês!

Beijinhos, Hel.

Silêncio - Richelle Mead

Olá, leitoras e leitores!
Não sei se vocês têm percebido, mas, ultimamente, tenho experimentado diferentes tipos de leituras, tenho tentado, e acredito com êxito, sair um pouco da minha zona de conforto e dar chance a livros que, normalmente, eu não leria. O livro que vou resenhar hoje é um desses casos. Silêncio surgiu para mim por meio da parceria com a editora, fiquei muito interessada pela premissa da estória e, apesar de saber que era do gênero Young adult, resolvi me arriscar e embarcar nessa leitura. Sempre que leio livros que não são destinados à minha faixa etária, digamos assim, eu visto minha capinha de adolescente (acho que é assim que a Tatiana Feltrin fala) e procuro me desvencilhar de possíveis comparações com obras clássicas que li anteriormente, pois acredito que cada livro é um universo completamente diferente e que seria covardia e descabido comparar livros YA com grandes clássicos da Literatura.

A bela edição de Silêncio, acompanhada do meu Maneki neko, que apesar de não ser chinês, eu achei que combinou com a capa do livro ^^
Mergulhei nessa leitura sem conhecer a escrita da autora, totalmente sem expectativas e me surpreendi positivamente. Silêncio é um livro que mostra muito mais do que uma história de amor que não se concretiza por razões hierárquicas, mas também aborda questões políticas, sociológicas e até mesmo linguísticas. Claro que sem tanto aprofundamento, mas, mesmo assim, são temas importantes, que fazem o livro não ser completamente bobinho e mostram que a autora se preocupou em fazer um pouco de pesquisa para enriquecer o romance.

***

A história se passa num povoado chinês isolado do resto do mundo, lá, eles vivem uma vida muito pobre e são escravos de um sistema de escambo: mandam todo o minério que extraem de suas minas, por meio de uma tirolesa para a cidade que fica logo abaixo da montanha em que vivem, em troca de comida. Além disso, todos que moram lá são surdos, há muitos anos que a surdez estava ali e, para eles, já era algo trivial. Contudo, a cegueira estava começando a se espalhar e, com isso, o desespero também, já que, surdos e cegos, as pessoas não poderiam mais se comunicar, muito menos oferecer sua força de trabalho para que os minérios sejam extraídos e trocados por comida. 

Fei é a protagonista da estória. Logo no início da narrativa, o leitor já se depara com os problemas pelos quais ela sofre: a irmã Zhang Jing está perdendo a visão. Isso é muito ruim, já que ambas são artistas, conseguiram escapar da vida dura nas minas por conta do talento que possuíam na pintura, contudo, se Zhang Jin ficar cega, não poderá mais pintar e, consequentemente, será mandada para as minas, ou pior, terá que virar pedinte nas ruas. As pinturas que são feitas no povoado, longe de serem para apreciação artística - já que a arte não tinha valor ali, onde tudo precisava ser prático - serviam para informar os habitantes, uma espécie de jornal. Desse modo, os artistas, que eram considerados uma classe superior por não exercerem trabalho braçal, observavam durante o dia e relatavam por meio de pinturas tudo o que viam, para expor na manhã seguinte.

Essa edição está muito bonita, e o tom vermelho tem uma pequena simbologia para o casal protagonista. Já o dourado, acredito que seja somente pela beleza.

Fei sempre foi conformada com a vida que levava ali, pelo menos até o momento em que a cidade começou a mandar cada vez menos comida e os casos de cegueira começaram a ficar mais graves. Então entra em cena Li Wei, sua paixão de infância e minerador, do qual ela foi separada no momento em que decidiu se tornar artista, consequentemente, as diferenças hierárquicas fizeram com que ela e ele não pudessem jamais ficarem juntos. Li Wei acaba de perder o pai que, quase cego, sofre um acidente letal dentro das minas. Revoltado, ele decide descer a montanha, um empreendimento muito perigoso, para tentar encontrar uma maneira de garantir mais suprimentos ao povoado. Logo, Fei decide que vai junto com ele, já que, misteriosamente, recuperou sua audição e, assim, pode ajudá-lo caso haja algum deslizamento de rochas. Ele aceita a ajuda dela e ambos partem ao destino incerto, em busca de justiça para as pessoas que amam. Porém, ao chegar na cidade, não encontram nada do que esperavam e é aí que a verdade começa a aparecer e estarrece Fei e Li Wei.

"Daqui a quanto tempo as pessoas vão começar a se voltar contra as outras por puro desespero? Foi para isso que meu pai morreu? Quantos outros vilarejos a cidade já dizimou desse jeito?" (p. 113)

***

Silêncio tem uma boa premissa, e foi isso que me chamou a atenção e me fez optar pela leitura, porém, sinto que a autora poderia ter desenvolvido mais alguns aspectos, por exemplo, a mitologia. Se você quer ler Silêncio na esperança de encontrar uma estória rica em cultura e mitologia chinesa, esse não é o livro mais adequado, ele foca demais nas mazelas dos personagens e na questão política, eu esperava que houvesse um aprofundamento maior nesse sentido. Acredito que, se tratando de um romance YA, seria muito mais interessante trabalhar os elementos fantásticos, como as criaturas pixius que surgem só nos últimos capítulos e deixam a impressão de que SPOILER só foram colocados ali na narrativa para salvar a pele dos habitantes já que, obviamente, a população sozinha jamais seria capaz de se livrar da situação de servidão, precisando da ajuda de seres mágicos para conquistarem sua libertação. FIM DO SPOILER.

Apesar disso, a narrativa é muito descritiva, embora eu tenha lido com muita fluidez e de modo algum achado o livro enfadonho. Acho que o fato de a autora ter abordado bem as questões políticas e linguísticas fez o livro ganhar pontos comigo, já que são temas centrais no meu entendimento e que movem as atitudes dos personagens. Algo que achei interessante foi a autora abordar a variação linguística dentro da linguagem de sinais, o que mostra para muita gente que existem várias formas de linguagem e que a variação não é um aspecto somente das línguas orais, já que cada língua representa uma cultura e cada grupo social tem suas idiossincrasias.

Sobre o romance entre Fei e Li Wei, acho que apareceu na medida certa, não foi muito meloso, e achei até plausível, já que a autora faz boas descrições de como era a vida deles antes de Fei se juntar aos artistas. Por fim, recomendo a leitura desse livro, embora com as ressalvas acima. Apesar de tudo, foi uma leitura gostosa e que me entreteve bastante, fiquei ansiando pelo futuro do povoado e do casal e, embora não tenha gostado do desfecho, imaginei que seria daquele modo. Além disso, fiquei muito aliviada ao saber que o livro é volume único.

Beijinhos, Hel.

MEAD, Richelle. Silêncio. 1ª ed. Rio de Janeiro: Galera Record, 2016. 280 p. Tradução de Daniela Dias.

TAG - By the book

TAG

Hoje eu vou responder uma TAG chamada By the book. Eu tomei conhecimento dessa TAG pelo canal da Tatiana Feltrin, e, coincidentemente, a tradução das perguntas foi feita por ela: 

Perguntas traduzidas: 

1. Qual livro está na sua cabeceira?

Má feminista, de Roxane Gay. Em breve a resenha sai por aqui. Já adianto que tô cheia de ideias sobre esse livro e adorando a leitura!

2. Qual foi o último livro realmente bom que você leu?

Ah, tantos! Mas vou citar Pretérito imperfeito, que foi uma leitura muito tocante e que surpreendeu demais. É de um autor nacional e é realmente muito bom saber que há escritores tão bons aqui no Brasil também.



3. Se você pudesse encontrar qualquer escritor/a, vivo/a ou morto/a, quem seria? E o que gostaria de perguntar a ele/ela?

Ultimamente tenho desenvolvido uma admiração muito grande pelo Neil Gaiman. Se o encontrasse, perguntaria se ele foi uma criança leitora, o que ele acredita ser o motivo de sua mente tão fértil e se ele se diverte escrevendo livros.
Claro, também gostaria muito de perguntar várias coisas a Jane Austen, sobre suas estórias e como ela conseguia conhecer tão bem o comportamento humano a ponto de escrever personagens tão verossímeis.

4. Qual livro ficaríamos surpresos de encontrar na sua estante?

A culpa é das estrelas. Foi um livro que eu ganhei de presente. Mas, obviamente, quem conhece meu gosto literário sabe que esse livro não seria a minha primeira opção de leitura. Embora ultimamente eu tenha me aventurado no universo YA, eu não costumo ler os livros que estão no hype.



5. Como você organiza a sua biblioteca pessoal?

Bom, recentemente eu "ganhei" uma estante (digo ganhei, mas, na verdade, foi uma invasão à estante do meu noivo) e eu não coloquei os livros organizados, só fui pondo conforme ia pegando da estante em que estavam antes. Dá para perceber que estão numa tentativa de organização por cor, algo que não funcionou muito bem, então, está essa bagunça, como podem ver:



6. Qual livro você "já deveria ter lido"?

Senhor das moscas, que um amigo tem me indicado desde que estamos no primeiro semestre do curso de Letras e ainda não li por razões desconhecidas, já até comprei uma edição, só falta eu botar vergonha na cara. Desse ano não passa.

7. Um livro que o/a desapontou, superestimado, nada bom; Um livro que todos dizem ser a sua cara, mas que não gostou; Último livro abandonado.

Um livro que me desapontou e vocês que acompanham o blog já sabem, foi O pêndulo de Foucault. Cliquem no título e leiam a resenha para saber o porquê. 
Normalmente, quando as pessoas dizem que eu vou gostar de determinado livro, eu realmente gosto, então, pulo essa parte da pergunta.
O último livro que abandonei - a long time ago - foi A paixão segundo GH, da Clarice Lispector. Não tava no momento da leitura e preferi deixar para outra tentativa, gosto muito da autora, mas esse não tava funcionando.

8. Que tipos de histórias chamam a sua atenção? De quais tipo de histórias você mantém distância?

Eu gosto muito de drama, não necessariamente aqueles livros em que os personagens sofrem o livro todo, mas livros em que há questionamentos, principalmente aqueles em que há crítica social e também aqueles em que o protagonista possui conflitos internos. A título de exemplo posso citar A cor púrpura e O morro dos ventos uivantes.
Mantenho distância de romances Hot e livros de autoajuda, sei que não faz meu estilo de leitura e todas as tentativas de leitura, lá no passado, foram fracassadas.

9. Se você pudesse indicar um livro para o/a presidente, qual seria?

Essa é uma pergunta difícil, já que estamos em um momento complicado, politicamente falando, e eu não me identifico nem um pouco com a pessoa que está na presidência atualmente. Então, vou tentar me abstrair disso e imaginar um presidente(a) idealizado. Como qualquer pessoa, eu indicaria 1984, do George Orwell, que é um livro muito bom e que um dos temas centrais é política.

10. Quais livros você pretende ler em breve?

Como dito anteriormente, Senhor das Moscas. Além de O oceano no fim do caminho e Star dust do Neil Gaiman, que são leituras do Clube do livro. Quero ler também Entrevista com o vampiro, que está empacado na estante não sei por que.

***

Bom, estas são minhas respostas, espero que tenham me conhecido um pouco melhor e aos meus gostos literários.
Como eu acho que essa TAG já é bem famosa e antiga, acho que eu fui a última a responder, quem quiser responder também, sintam-se tageados!

Beijinhos, Hel.

Um chapéu cheio de céu - Terry Pratchett

Olá, leitores!

Caso se lembrem, há pouco tempo fiz a resenha de Os Pequenos Homens Livres, de Terry Pratchett, que contava a história de Tiffany Dolorida e dos Nac Mac Feegle. Pois bem, hoje trago a continuação desse livro, chamada Um chapéu cheio de céu. Por essa razão, não irei falar muitos detalhes da trama para evitar spoilers do livro anterior.

Pois então, após os eventos do livro anterior, passaram-se dois anos e Tiffany está se preparando para aprender mais sobre como ser uma bruxa e, para isso, irá morar com Srta. Plana, uma mulher misteriosa. Por sua vez, os Nac Mac Feggle partem em uma jornada para salvar sua bruaquinha de um inimigo milenar.

Assim como no livro anterior, o autor apresenta esse universo mágico, explorando e expandindo a mitologia dele, ao mostrar a organização das bruxas e a função delas na sociedade. Além disso, ele traz novos seres mágicos, como a própria Srta. Plana, cuja história é bem inusitada. Devo confessar que, assim que descobri o mistério sobre ela, o primeiro pensamento que me veio foi: “Nossa, isso seria muito útil para fazer trabalhos acadêmicos.”. Bem, vida de universitária é isso.

Pensamentos Normais são os pensamentos do dia a dia. Pensamentos Melhores são os pensamentos que você pensa sobre a forma como você pensa. Pensamentos Melhores Ainda são pensamentos que observam o mundo e se pensam quase sozinhos. São raros e muitas vezes problemáticos. Escutá-los é parte da bruxaria. (PRATCHETT, 2016, p. 64)

Voltando à obra, a primeira parte do livro é dividida em dois “núcleos”: a história da aprendizagem de Tiffany e a jornada dos Nac Mac Feegle até ela. Obviamente, achei a parte sobre os Pequenos Homens Livres mais divertida, considerando que eles são meus personagens prediletos. Há uma previsibilidade nas situações que eles passam, mas elas são construídas de uma maneira tão interessante que é quase impossível não se divertir com elas.

Todavia, nada é perfeito. Percebi alguns problemas narrativos que, particularmente, me incomodaram, especialmente nas partes da história referente à Tiffany. Algumas situações são iniciadas e concluídas muito rapidamente, sem que elas sejam bem exploradas, dando a sensação que foram meio “soltas” no livro, e, consequentemente, não proporcionam aquele impacto emocional ao leitor. Ademais, ele traz elementos clichês, como a protagonista superpoderosa, que faz coisas extraordinárias, algo que uma bruxa novata dificilmente conseguiria. Além disso, ela possui uma boa relação com a bruxa mais importante, embora essa personagem seja tida como antissocial. Por fim, há a melhor amiga da protagonista que é meio esquisita, a menina arrogante e que secretamente tem inveja da protagonista (Ok, é impressão minha ou isso lembra muito Harry Potter?).

Fonte: arquivo pessoal

O autor mantém seu estilo, trazendo um bom humor para a obra, por meio da ironia e do sarcasmo. Esse cuidado na narrativa torna a leitura mais gostosa, permitindo que o leitor se delicie com as tramas do livro. Assim como em Pequenos Homens Livres, essa obra possui uma linguagem fácil, o que torna a leitura bem rápida.

Os Nac Mac Feegle do Giz odiavam a escrita por vários motivos diferentes, mais o maior deles era esse: a escrita permanece. Fixa as palavras. Se um homem disser o que pensa, algum pequeno biltre desagradável pode anotar e sabe-se lá o que vai fazer com as palavras! É como pregar a sombra de um homem na parede! (PRATCHETT, 2016, p. 32)

Por fim, embora a história tenha alguns probleminhas (lembrando que não sou o público-alvo desse livro, o que pode afetar meu entendimento da narrativa. Sim, minha carinha de anjo engana), achei o livro muito bom e divertido, confirmando meu desejo de conhecer mais as obras de Terry Pratchett. Sendo assim, como afirmei na outra resenha, esses livros são uma ótima opção para fãs de literatura fantasiosa, devido à mitologia rica e a narrativa gostosa de ser ler.
Já leu esse livro? Ficou com vontade? Comentem.

Tchau e até a próxima, J
Julya G.S.

PRATCHETT, Terry. Um chapéu cheio de céu. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016. 336 p. Tradução de Alexandre Mandarino.

Pretérito Imperfeito - Gustavo Araujo

"[...] inveja-se o pássaro que com um rufar de asas migra para longe de todos os problemas 'terrenos' da mesma forma que se inveja a trama de ficção, em tudo mais emocionante e organizável do que o tédio caótico da realidade." (Trecho retirado do prefácio).

***

Em tempos de best-sellers, livros autobiografias de youtubers, nos quais o ego sobrepõe a poesia da vida, em tempos de trilogias, sagas e livros "feitos para vender", tempos de livros com enredos previsíveis, clichês já tão batidos e que em nada acrescentam aos leitores, se deparar com uma estória como Pretérito imperfeito é o mesmo que encontrar agulha no palheiro. Uma pérola no oceano do mercado editorial atual.

Quando o Gustavo, criador desse universo tão lindo, entrou em contato comigo para que eu lesse e resenhasse seu livro, eu não imaginava que estaria a ponto de conhecer uma narrativa tão bonita e triste, ao mesmo tempo, personagens tão reais e uma das estórias mais sublimes que já li. Não é exagero dizer que Pretérito imperfeito é um livro completo, bem escrito, bem ambientado, bem narrado (ah... a narrativa!) e tão bem construído ao longo de suas 286 páginas. Logo, preciso, primeiramente, agradecer ao escritor pela oportunidade dada a mim e aos meus leitores de conhecer essa obra.

***

Acompanhamos Toninho, um menino de treze anos que perdeu a mãe e mora com o pai, Pedro Vieira, um homem aparentemente rude, que não tem jeito com o filho e com as palavras. Após a morte de Catarina, pai e filho se veem sozinhos no mundo, já que ela era o elo que os unia. Contudo, eles só precisam de coragem para se aproximar um do outro, sentimento que nem um, nem outro, possuem. Vemos, então, uma relação complicada entre ambos, já que o pai, Pedro, já vinha de uma criação sem carinho e, consequentemente, trata o filho do mesmo modo que foi tratado. O menino, por sua vez, obedece ao pai sem questionar numa espécie de temor ao autoritarismo do pai.

A escola também não é um lugar agradável para Toninho. As aulas de Língua Portuguesa e Literatura, em particular, são um martírio para ele. A dificuldade na leitura e os frequentes gaguejamentos o torna motivo de gozação por parte dos outros colegas, e a professora, Leila, é incapaz de poupar o menino de tamanha humilhação.

Toninho encontra refúgio em um bosque, onde ele pode observar os pássaros, sua grande paixão. E é lá que, certo dia, ele encontra Cecília, uma menina também de treze anos que acaba se tornando sua amiga e confidente. A amizade dos dois é algo tão bonito, pois não há interesses, não há julgamentos. O leitor sabe, de antemão, que Toninho é um menino pobre e um tanto complexado, e Cecília, uma menina rica e que tem oportunidades, porém, quando se encontram no bosque nada disso é falado, são só dois jovens que encontram alento um no outro.

"Aquele era o seu lugar secreto, o pedaço de mundo onde era rei e ninguém o perturbava [...] Não havia problemas com seu pai ou qualquer frustração. Ali no bosque tudo desaparecia. Eram apenas ele e a natureza, o som dos pássaros e o cheiro do mato. Só a saudade da mãe ficava. Disso não tinha como se livrar."

Concomitantemente, o leitor acompanha as cartas que Cecília escreve, para uma amiga - ou para ela mesma, não se sabe - nas quais ela relata tudo que acontece em sua casa e também nas tardes que passa no bosque com Toninho. O pai de Cecília está sendo investigado pela polícia por supostamente apoiar movimentos comunistas e foge, prometendo buscar a filha e a mulher mais tarde. Isso faz com que a menina anseie o resgate do pai, ao mesmo tempo que lamenta ter que, possivelmente, abandonar o amigo.

"Às vezes me sinto como se tivesse noventa anos. Com uma saudade imensa do que já passou. E isso me deixa triste, porque eu sei que nada do que foi bom vai acontecer de novo." (Cecília)

A narrativa também intercala, além do ponto de vista de Toninho e das cartas de Cecília, entre o passado do pai de Toninho, Pedro, quando ele era Sargento Vieira. E nesses momentos podemos entender a personalidade e o comportamento dele, desde a infância na roça, a vontade de estudar não apoiada pelo pai, a entrada na polícia e a vida solitária.

A partir dessas três perspectivas, a narrativa simples se mostra grandiosa, ao passo que a vida desses três personagens se interliga de uma maneira que o leitor possa perceber a trama riquíssima construída pelo escritor e se encerra num final incrível. Foi impossível não levantar os olhos da leitura depois de ler o último parágrafo e perceber como não poderia haver um final mais lindo - e triste - para a estória. Fiquei pensando no que uma amiga, a Paula do Caçando Ouriços, escreveu sobre o drama, e que vem de encontro com o que sempre discutimos sobre a necessidade de finais felizes, que é uma discussão que Toninho e Cecília também tem durante a estória: "Por que evitar temas fortes? Por que evitar o drama?". As pessoas geralmente buscam na ficção consolo para seus problemas, e buscam nos finais felizes dos personagens que acompanham o final feliz que a vida delas provavelmente não terá. Desse modo, nos tornamos frágeis diante dos "dramas" e, consequentemente, despreparados para aceitar as mazelas e infortúnios da vida. Pode parecer um tanto quanto autoajuda o que acabo de escrever, mas é a reflexão - uma das - que essa leitura me proporcionou.

Além disso, não posso negar que o relacionamento de Toninho e o pai me fez lembrar muito do relacionamento que tive com meu pai, no qual a falta de coragem e de tato com as palavras me fez perder muito tempo de uma relação que, hoje em dia, eu vejo que é uma das coisas mais preciosas que tenho na vida. Olha a vida imitando a arte (ou seria o contrário?). E olha eu me abrindo aqui, o que um bom livro não faz com a nossa vida e visão de mundo, não é?

Pretérito Imperfeito é um livro simples, sim. Não é daqueles carregados de aforismos ou personagens estereotipados, longe disso. Foi uma das leituras mais diferentes e prazerosas que fiz nos últimos tempos, talvez por ter me deixado levar pela mão e lido com calma, apreciado cada momento, cada carta, cada flashback. Confesso que foi difícil organizar meu pensamento para escrever essa resenha e tentar mostrar o quão lindo esse livro é, e talvez você, leitor, tenha chegado até aqui e não tenha percebido o que eu tenho tentado dizer. A verdade é que essa é uma leitura para quem sabe apreciar uma estória que cativa não pela sua "comercialidade", se é que você me entende, mas pelo seu conteúdo altamente reflexivo e poético. Recomendo a leitura para quem gosta de bons livros, com temas como política, família, infância e, principalmente, estórias singelas e tocantes.

"Pensando agora, percebo a obviedade dessa receita. O que faz da leitura algo tão prazeroso é justamente imaginar a cena, as pessoas, as vontades, enfim, enxergar a si mesmo, identificar-se com as situações descritas. Claro, só funciona se o livro for bom [...]"

Beijinhos, Hel.

ARAUJO, Gustavo. Pretérito imperfeito. 1ª ed. Campo Grande, MS: Caligo, 2015. 286 p.

Contos de amor, de loucura e de morte - Horacio Quiroga

"Se quiser expressar com exatidão a seguinte circunstância: "Do rio soprava o vento frio", não existe em língua humana mais palavras que essa para expressá-la. Quando for dono de suas palavras, não se preocupe com observar se elas são consonantes ou assonantes entre si." (Horacio Quiroga)

***

O trecho acima, que se encontra na introdução escrita por John O´Kuinghttons para a edição de Contos de amor, de loucura e de morte, me passa exatamente a impressão que tive ao ler os escritos de Quiroga: simplicidade e maestria. O livro de contos é nem mais nem menos do que o próprio título sugere, alguns contos versam sobre amor, como o da abertura, Uma estação de amor, outros falam de loucura, a exemplo O cão raivoso, e, a maioria, fala sobre a morte.


Acredito que, antes de partir para os contos, seja importante falar da biografia de Quiroga, que, ao estilo de Poe, também teve uma trajetória lúgubre e trágica: a morte do pai, o suicídio do padrasto, a morte de dois irmãos pela febre tifoide, o suicídio por envenenamento da primeira esposa... Por fim, e depois de se descobrir em estado terminal, Quiroga ingeriu uma dose letal de cianureto, à meia noite de 19 de fevereiro de 1937. Uma vida tão nefasta não poderia deixar de ter algum reflexo em sua escrita:

"Não existe obra de arte literária que não seja autobiográfica: o autor se revela na escolha do tema, nos espaços, nos nomes, nos julgamentos, nas conclusões, na preferência por este ou aquele verbo, adjetivo ou sintaxe." (p. 9)

E o próprio autor admite a inspiração em Poe, assim como Maupassant, Kipling, Tcheckov. Para os fãs do primeiro, indico fortemente a leitura dos contos de Quiroga, se assemelham muito ao estilo dele ao tratar de modo simples e, diria até trivial, os horrores do mundo e do ser humano.

***

Ao me propor a análise de um livro de contos, assumo a responsabilidade de informar que, de modo algum, pretendo falar de todas as estórias de Contos de amor, de loucura e de morte, que, ao todo, são quinze. Assim sendo, resolvi falar de um modo geral acerca do estilo narrativo do autor e, concomitantemente, estender-me um pouco mais detalhadamente sobre os três contos que mais me causaram impacto.

Como dito anteriormente, Quiroga possui uma escrita simples e precisa; sem floreios ou uso de termos rebuscados. Isso torna a leitura fluida e, somado à brevidade de cada conto, faz com que o leitor sinta a leitura voar. Ademais, os narradores, em sua maioria em primeira pessoa, são, a meu ver, o ponto alto da escrita e isso se apresenta de forma bem exemplar em O cão raivoso, conto cujo protagonista, ao ser mordido por um cão com raiva, passa incólume pela temida quarentena, contudo, se irrita profundamente com a esposa e a mãe que o vigiam o tempo todo, temendo que ele manifeste a raiva, fazendo com que ele, literalmente, enlouqueça. A ambientação desse conto também merece comentário, já que, com o surto de cães raivosos, a família se torna a mais vulnerável do vilarejo, dado que a casa deles está inacabada e sem as portas. Isso faz com que o leitor sinta o pavor que assola a família. O desfecho do conto vai, progressivamente, mostrando os estágios pelos quais o protagonista vai passando até seu momento derradeiro.

"Havia um motivo real para esse temor. Aqui, como em todo lugar, onde as pessoas pobres têm muito mais cachorros do que os que conseguem manter, todas as noites as casas são visitadas por cães famintos, cujos perigos do ofício - um tiro ou uma pedrada - criaram neles um verdadeiro comportamento de feras. Avançam lentamente, agachados, com os músculos frouxos. Nunca se sente sua passagem." (p. 122)

Alguns dos contos são narrados por animais ou com foco neles, como A insolação, O arame farpado e Yaguaí.

Mas se me perguntarem qual o conto que mais "gostei", diria que são dois: A galinha degolada e O travesseiro de plumas, por me causarem um horror sem tamanho ao final da leitura.

Em A galinha degolada conhecemos um jovem casal que anseia muito por ter filhos. Quando nasce o primeiro filho, aparentemente perfeito, o casal logo vê suas esperanças afundadas depois que o menino passa por convulsões e fica "[...] profundamente idiota, babão, molengão [...]" (p. 99). Tentam, então, um segundo filho, e o mesmo acontece. Um terceiro, um quarto, e a "idiotice" sempre aniquilando as esperanças do casal.

"Ele tinha vinte e oito e ela vinte e dois, e toda sua apaixonada ternura não conseguia criar um átomo sequer de vida normal. Já não pediam beleza e inteligência, como no primogênito; queriam apenas um filho, um filho como todos os outros!" (p. 100)

Desse modo, quando o quinto filho nasce, uma menina, e com perfeita saúde mental, o casal se vê realizado e deixam praticamente abandonados os quatro filhos preteridos. Sobre o final desse conto, que acredito ser o ponto alto e culminante de horror da narração, não sei nem comentar sobre de tão chocante: é brutal, bestial, frio e "desumano", acho que esta última palavra descreve bem a cena final, que não vou contar para que vocês descubram.

Em O travesseiro de plumas, a protagonista é uma jovem recém-casada, Alicia. Infeliz e com as fantasias do casamento perfeito arruinadas, devido ao comportamento rude de seu marido, ela definha cada dia mais depois de uma gripe que a abateu nos primeiros meses do matrimônio. Impossibilitada de se levantar da cama, ela caminha para a morte certa, e seu marido se vê impotente diante de tão inesperado desvanecimento. Por fim, Alicia morre, e a causa, relacionada ao travesseiro de plumas no qual ela repousava a cabeça e que dá título ao conto, causa horror e repulsa no leitor mais frágil.

***

Seria redundante dizer que recomendo os contos de Quiroga para os admiradores de Poe, mas a verdade é que o estilo de narrar daquele é muito mais simples do que o deste. Quiroga descreve de forma natural e efetiva os acontecimentos, alguns normais ao nosso cotidiano e outros nem tanto. Muitos dos contos são ambientados no Uruguai, alguns na Argentina e até nas fronteiras com o Brasil, lugares provavelmente familiares ao escritor. A maioria dos contos me encantaram, outros achei um pouco monótonos. No geral, achei um bom compilado de contos e que cumprem com a promessa do título (isso se você não tem uma visão romântica e açucarada de amor). 

***

Ficou interessado(a) no livro? Comprando pelo link do Leituras&Gatices no site da editora Hedra, vocês ganham 20% de desconto e ainda ajudam o blog com uma pequena comissão! Vocês também encontram o link para a página com desconto em todo o catálogo "Clássicos de bolso" no banner na lateral direita do blog. :D

Beijinhos, Hel.

QUIROGA, Horacio. Contos de amor, de loucura e de morte. São Paulo: Hedra, 2013. 256 p. Tradução e introdução de John Lionel O´Kuinghttons Rodríguez.

TBR de férias

Olá, leitoras e leitores! Quem já está de férias e colocando a leitura em dia? Eu estou! 
Esse é o primeiro ano que estou com meta de leitura e participando de maratonas, e tem sido uma experiência muito interessante para mim. Porém, nessas férias de inverno, não vou aderir à nenhuma maratona literária "famosa". Eu até cogitei participar da Maratona Literária de Inverno 2016 #MLI2016 do Geek Freak, mas, como eu estou sem tempo e paciência para selecionar livros que se encaixem nas categorias de cada semana, resolvi utilizar as férias para adiantar as leituras atrasadas. Como terei cerca de um mês sem aulas, que terei que ocupar também com as leituras preparatórias para o famigerado TCC, fiz uma humilde TBR:

Não estão na foto Pretérito imperfeito e Demian, que estou lendo no Kindle.


1. Pretérito Imperfeito (Gustavo Araujo): E-book cedido pelo autor.
2. Demian (Herman Hesse): Leitura de julho do Clube do livro do curso de Letras. Vou ler em e-book.
3. Silêncio (Richelle Mead): Livro cedido pela Galera Record.
4. Filhas de Eva (Martha Mendonça): Livro de contos cedido pela Record.
5. Má feminista (Roxane Gay): É um compilado de ensaios sobre feminismo dããã, gênero, sociedade, raça etc. Livro cedido pela Novo Século.
6. Emma (Jane Austen): Leitura de junho do Clube do livro do curso de Letras (que eu não finalizei #shame).
7. A elegância do ouriço (Muriel Barbery): Livro emprestado pela Paula, do blog Caçando ouriços e muito bem recomendado por ela. Estou bem ansiosa para ler!

A leitura de Emma e Pretérito imperfeito já estão iniciadas. Coloquei os títulos mais ou menos na ordem que pretendo ler. Mas como não costumo ler um único livro por vez, é provável que eu intercale as leituras, principalmente quando estiver lendo o livro de contos.
Tomara que eu consiga finalizar as sete leituras, torçam por mim! No começo do mês que vem, quando as minhas aulas começam, eu venho aqui mostrar para vocês como eu me saí. Boas leituras a todos nós!

Beijinhos, Hel.

TAG dos 50% - Melhores e Piores do 1º Semestre 2016

TAG



Olá, leitoras e leitores! Faz tempo que eu não respondo nenhuma TAG, não é? Além da falta de tempo, eu não encontrava nenhuma legal e que me chamasse a atenção. Mas... A Geo do blog Inícios marcantes me marcou na TAG dos 50%, eu achei interessante e resolvi responder. Essa TAG foi traduzida pelo Victor do Geek Freak e possui 15 perguntas em relação às leituras feitas até a metade do ano e as expectativas para o restante. Confiram:


1 – O melhor livro que você leu até agora, em 2016.


Sem sombra de dúvidas, A cor púrpura foi uma leitura linda, emocionante e me fez ver o quanto é interessante a releitura de livros em momentos diferentes da nossa vida, já que quando li esse livro pela primeira vez, eu era uma pessoa totalmente diferente do que sou hoje. 


2 – A melhor continuação que você leu até agora, em 2016.


Bom, essa foi a ÚNICA continuação que li esse ano. Eu não costumo ler livros que são lançados em série, é uma milagre eu ter uma opção para colocar nessa categoria, rsrs. O restaurante no fim do universo é a continuação de O guia do mochileiro das galáxias, e eu adorei!

3 – Algum lançamento do primeiro semestre que você ainda não leu, mas quer muito.




A guerra dos mundos, do H. G. Wells. O livro não é lançamento, mas a edição é. A Paula, colaboradora do blog Eu curto Literatura, me indicou a escrita do autor e também fiquei encantada com essa edição nova da Suma de Letras, que além de ter essa capa que remete à minha lembrança do filme, ainda é hardcover.

4 – O livro mais aguardado do segundo semestre.


Crenshaw, da Katherine Applegate, vai ser lançado no Brasil em agosto, pela Plataforma 21 sob o título Crenshaw: fome de imaginação. O que primeiramente me chamou a atenção foram as cores e o gato na capa, depois que pesquisei sobre a estória achei muito fofinha e me interessei demais na leitura.

5 – O livro que mais te decepcionou esse ano.




Com certeza foi O pêndulo de Foucault. Eu esperava tanto da escrita do Umberto Eco, criei uma expectativa tão grande, e acho que a decepção maior foi comigo e não com o livro.

6 – O livro que mais te surpreendeu esse ano.


Carry on, da Rainbow Rowell. Ele me surpreendeu porque eu não costumo ler autores contemporâneos, muito menos livros voltados para o público jovem, por isso, eu fiquei muito feliz quando me peguei devorando a cada página, simpatizando com os personagens e ansiosa pelo desfecho.

7 – Novo autor favorito (que lançou seu primeiro livro nesse semestre, ou que você conheceu recentemente).

Uma autora que conheci recentemente e que me apaixonei foi a Rainbow Rowell. Já tinha muita vontade de ler Anexos, por indicação de um amigo meu, agora também coloquei Fangirl na lista, depois de ler Carry on.

8 – A sua quedinha por personagem fictício mais recente.

Ah... o Baz Pitch, de Carry on. Ele é um pseudovilão muito carismático, uma pena que é gay.

9 – Seu personagem favorito mais recente.

A mesma resposta da pergunta anterior: Baz Pitch!

10 – Um livro que te fez chorar nesse semestre.

O final de A cor púrpura me arrancou umas lagriminhas, não vou contar porque seria spoiler, mas só digo que aquele final é emocionante DEMAIS!

11 – Um livro que te deixou feliz nesse semestre.

Felizmente, o leite. Só o título já é feliz. Eu adoraria ter lido esse livro na infância, é uma estória muito fofinha e nada moralizante para crianças, escrita pelo Neil Gaiman, um autor que eu tenho me apaixonado cada vez mais.



12 – Melhor adaptação cinematográfica de um livro que você assistiu até agora, em 2016.

Não assisti nenhuma adaptação de livros para o cinema esse ano.

13 – Sua resenha favorita desse primeiro semestre (escrita ou em vídeo).

Amei a resenha de Lolita que a Mell Ferraz, do Literature-se, fez, ela mostrou de uma forma bem didática que podemos, sim, amar um livro polêmico e mesmo assim não concordar com o que está escrito nele. Eu também resenhei Lolita no ano passado, e tive uma impressão muito parecida com a da Mell. Confiram:



14 – O livro mais bonito que você comprou ou ganhou esse ano.

Não sou capaz de opinar. Essa foi difícil, não porque eu tenha ganhado ou comprado muitos livros bonitos, mas porque eu não sei avaliar a beleza de um livro: seria a beleza estética ou literária nesse caso? Vou juntar os dois e escolher A cor púrpura, que é um livro lindo em todos os sentidos.




15 – Quais livros você precisa ou quer ler muito até o final do ano?

Tenho uma wishlist bem modesta, dentre os títulos estão: Demian, O sorriso da Hiena, O senhor das moscas, Laranja mecânica, O apanhador no campo de centeio e O sol é para todos. Nem os li, mas já sei que vou amá-los! Alguns já estão baixados no Kindle e só esperando um tempinho livre para serem lidos.

Bem, agora tenho que indicar outros blogs, lá vai: Tainan, do Eu curto Literatura, Thalita, Jack e Dê, do Entrelinhas Fantásticas e a Lívia do Check-in virtual.

Beijinhos, Hel.

Leituras de Junho

Olá, leitores e leitoras! Tudo bem? Já estão sentindo o cheirinho de férias? Pois eu já estou! Mas hoje vou falar de um mês que foi sofrido nas leituras. Muitas provas, trabalhos, estágios, relatórios etc., etc... acabaram me tomando todo o tempo livre e li pouquíssimo, como vocês verão:

*** 
O PÊNDULO DE FOUCAULT - UMBERTO ECO (Record)


Um dos livros que eu "li" esse mês, foi O pêndulo de Foucault, do Umberto Eco. Eu expliquei na pseudoresenha que fiz sobre ele porque eu demorei taaaanto para finalizar essa leitura, que não foi muito prazerosa, diga-se de passagem. Na verdade, eu comecei lendo esse livro no começo de maio, e só fui terminar no final desse mês, a partir disso, tirem suas próprias conclusões.

CARRY ON - RAINBOW ROWELL (Novo Século)



Mas, para compensar, depois de ler um calhamaço tão cansativo, eu parti para Carry on, da Rainbow Rowell, que apesar das suas 448 páginas, eu li em apenas quatro dias (e cinco sentadas). Foi uma leitura muito gostosa e nem senti o tempo passar enquanto lia. Claro que tem uma carga histórica e literária bem menos densa do que o nosso coleguinha ali de cima, mas é um livro leve e divertido para se ler em momentos para relaxar. Os personagens são apaixonantes e o enredo lembra muito Harry Potter. Além de ter feito eu querer muito ler Fangirl agora. Bom, tá tudo explicadinho lá na resenha, que eu postei em homenagem ao Dia internacional do orgulho LGBT Ademais, essa leitura foi a minha estreia no e-reader Kindle, e foi uma experiência nova para mim.

CORALINE -NEIL GAIMAN (HarperCollins)



Coraline eu já havia lido no ano passado, e até fiz uma resenha na época, aqui no blog. Esse ano, eu precisei ler o original para um trabalho de inglês, e achei a leitura bem simples. Indico para quem quer começar a ler em inglês. Em relação à edição brasileira que eu li, da Rocco, achei a tradução muito boa, mesmo. Já a edição em inglês tem uma entrevista muito fofa que o Neil Gaiman deu, no final da estória, vou colocar um trechinho para vocês:

"I think most things are pretty magical, and that it´s less a matter of belief than it is one of just stopping to notice." (Neil Gaiman)

"Pretty magical" é você, Neil!

***

E foi só isso, gente! Além disso, eu estou com umas mil leituras iniciadas, e espero terminá-las no mês que vem, uma delas é parceria e outra é um livro da minha autora favorita. Quem será? Quem será?

Beijinhos, Hel.