Os pequenos homens livres - Terry Pratchett

11:00

Olá, leitores!

Talvez devesse começar com uma pequena confissão: há muito tempo estava com vontade ler Terry Pratchett. Na verdade, desde que li o livro que ele escreveu em parceria com Neil Gaiman, Belas Maldições (que também é muito bom, então, se encontrar esse livro, leia-o). Sendo assim, quando surgiu a oportunidade, pode-se dizer que me “joguei” na leitura.

Li Os Pequenos Homens Livres, que pertence à série de livros Discworld, que possui um total de 39(!) livros, criada por Pratchett, cujos textos trazem elementos fantasiosos, como fadas, bruxas e outros seres mágicos. Entretanto, é válido lembrar que isso não significa que precise ler todos esses livros para conhecer a história de Tiffany, já que, aparentemente, as histórias são independentes umas das outras.

Os Pequenos Homens Livres conta a história de Tiffany Dolorida, uma menina de nove anos, cujo irmão é sequestrado pela Rainha das Fadas. Ao descobrir isso, ela parte em uma jornada para recuperá-lo, munida de uma frigideira, Pensamentos Melhores e um exército de Nac Mac Feegles, também conhecidos como Pequenos Homens Livres. Além disso, é bom lembrar que Tiffany também é uma bruxa. Ou bruaca, como é carinhosamente chamada pelos seus amigos Nac Mac Feegle.

"Parecia que ele tentava lhe dizer o que fazer e o que pensar. Não se desvie do caminho e não abra essa porta, mas odeie a bruxa malvada, porque ela é malvada. Ah, e acredite que o tamanho do sapato é um bom jeito de se escolher uma esposa." (PRATCHETT, 2015, p. 56).

Assim como muitos livros de fantasia, o ponto forte deste é a mitologia criada pelo autor. Isso porque ele traz personagens comuns desse gênero e lhes dá uma nova roupagem, tais como as bruxas, pois se antes eram más, velhas e verruguentas, que transformam belos príncipes em sapos e aprisionam princesas, aqui, elas são pessoas comuns, mas com a incrível habilidade de ter Pensamentos Melhores, ou seja, elas podem pensar além das coisas normais e, assim, livrar-se das situações complicadas. Também há os Nac Mac Feegles, que são seres pequenos, medindo cerca de quinze centímetros cada, tendo pele azul, devido às tatuagens, e cabelos vermelhos. Eles possuem uma sociedade diferente e tem crenças inusitadas, como a ideia de que estão mortos, pois acham o mundo tão incrível que só pode ser o Paraíso ou algo assim (sinceramente, achei essa definição muito bonita).

"A habilidade de ter a Primeira Visão e Pensamentos Melhores é o que cê tem, e isso é um pequeno dom e uma grande maldição pra você. Vê e ouve o que os outros num conseguem, o mundo revela os seus segredos pra você, mas você é sempre como aquela pessoa na festa segurando a bebidinha num canto, que num consegue se enturmar." (PRATCHETT, 2015, p. 129).



Ademais, os personagens são bem construídos. Tiffany é uma menina muito corajosa e decidida, sempre buscando aprender e questionando mais sobre o mundo ao seu redor. Outro ponto sobre ela é que, assim como eu, Tiffany possui um irmão mais novo, o que acarreta ter de cuidar dele a todo o momento. Caso você tenha um irmãozinho, fácil se identifica com a personagem (o que aconteceu comigo), que mostra quão legal é lidar com ele (sentiram o sarcasmo?). Todavia, os personagens que me cativaram completamente foram os Pequenos Homens Livres, pois são divertidos e esquisitos, falando de uma maneira diferente. Além disso, eles lembram muito o estereótipo dos escoceses, com a ferocidade e a bebedeira.

Além disso, todo esse desenvolvimento vem carregado de um ótimo senso de humor, tornando a leitura muito prazerosa. O autor faz uso da ironia, do sarcasmo e de brincadeiras, e, por isso, durante a leitura, me pegava rindo. Alto. Além disso, a linguagem é bem fácil, considerando que esta obra caracteriza-se como literatura juvenil.

Sendo assim, só posso dizer que, se antes estava animada, agora estou apaixonada pelos livros de Terry Pratchett e, com certeza, o lerei mais vezes, pois o autor traz humor, mitologias e histórias bem construídas. Para um fã de livros fantasiosos, um prato cheio.
Já leu esse livro? Ficou com vontade? Comentem.

Tchau e até a próxima,

Julya Godoy Schmuller J

PRATCHETT, Terry. Os pequenos homens livres. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016. 304 p. Tradução de Ludimila Hashimoto.

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6 comentários

  1. Caramba me apaixonei pela sua resenha, não conhecia o livro e assim que vi a capa aqui no seu blog já achei bem bonita, mas lendo a resenha percebi que preciso, ele tem vários elementos que amo, fantasia, bruxas que fogem ao esteriótipo clássico, criaturas diferentes, uma mitologia, e adorei essa coisa do mundo ser o paraíso, quero já!


    Hey! Se puder dar uma passadinha lá no Estandy Books - A Estante da Andy

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    1. Oi, Andy
      O livro é muito interessante e possuí uma mitologia riquíssima. Além disso, essa crença do mundo como algo paradisíaco é muito tocante.
      Beijos, Julya.

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  2. Olá! =)
    Primeiramente, gostei da resenha~
    Achei meio curioso essas bruxas, de ter Pensamentos Melhores. Interessante~
    Parece um livro muito bom de ler, ainda mais que, embora sendo 39 livros da série, dá para ler apenas uns poucos. Se entendi bem. Porque, uma série assim tão longa, se fosse tudo de sequência me desanimaria bastante. =\
    Mas o melhor de tudo mesmo me pareceu esses Pequenos Homens Livres. Que visão mais incrível~ XD
    Enfim, gostei bastante. =)

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    1. Olá, Paula,
      Realmente, a parte dos Pensamentos Melhores é muito legal, pois trás uma perspectiva diferente, afinal, o que as torna especiais é a capacidade de ver além do que as pessoas querem ver.
      Além disso, embora seja uma série longa, achei interessante ele desenvolver várias histórias num mesmo mundo, sendo que algumas têm relação e outras, não.
      Agora, os Nac Mac Feggles são muito divertidos e se tornaram meus personagens favoritos, devido as personalidades e cultura deles.
      Beijos, Julya.

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  3. Olá Julya!
    Parabéns por sua resenha, está super cativante. Aliás, fiquei super curiosa sobre este livro, parece ser um gênero que eu adoro muito, com bastante fantasia, seres místicos, magia, etc.
    Mas confesso que ele pertencer a uma série de 39 livros me desanimou um pouquinho, porque ainda que sejam independentes um do outro, me sinto estranha se não ler tudo. rsrs

    beijos
    www.blogleituravirtual.com

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    1. Olá, Marina,
      Obrigada, fico feliz que tenha gostado da resenha. Sobre o livro, sim, ele é muito bom, mesmo sendo estranho devido ao número de livros dessa série. Mas como os livros nem sempre tem relações com outros, dá para lê-los de maneira aleatória.
      Beijos, Julya.

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