Sobre a tal independência...
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Foto: Historiar |
Talvez não tenha sido exatamente especial, mas ter saído da casa dos meus pais foi triste e feliz ao mesmo tempo, além de muito importante. Como assim, Helena? Triste, pois eu sempre fui muito próxima deles, feliz, pois me descobri mais madura e, principalmente, mais preparada para a vida adulta morando sozinha. Lembro que, na época que saí da casa deles, nos primeiros dias, até semanas, eu chorava e sentia muita falta da minha "casa". Hoje em dia, não vejo mais a casa dos meus pais como minha casa, é só um lugar que visito nos finais de semana. Além do mais, o distanciamento da minha família me mostrou o quanto eu os amo, para vocês terem uma noção, quando eu morava com meus pais, vivia brigando com meu pai e com o meu irmão, hoje em dia, quando nos reunimos, não há espaço para discussões por bobagens, pois queremos aproveitar o momento presente, em que estamos juntos.
Outra coisa que aconteceu muito importante nesse mesmo período foi a minha entrada na universidade (foi por isso que eu saí da casa dos meus pais). Era um sonho que eu tinha desde muito pequena e que se realizou. Hoje em dia, em comparação com a pessoa que eu era antes de ser acadêmica, eu me vejo como uma pessoa muuuuito diferente. Entrar na universidade me fez ver o mundo de outra maneira, lá, eu conheci gente muito diferente de mim, e isso me fez perder muitos preconceitos, pois, convivendo com pessoas diferentes eu passei a não só respeitá-las, como também a entendê-las. E também conheci muitas ideologias e filosofias de vida que acabei adotando para mim mesma como o feminismo e o vegetarianismo que, de certa forma, me tornaram uma pessoa mais sensível ao próximo. Além de tudo isso, ainda há a certeza de que escolhi o curso certo para minha vida, Letras. O contato com a literatura e com línguas que a graduação tem me proporcionado não afetou somente o modo como eu falo e escrevo, mas também a minha visão do mundo e da sociedade. Como é bom saber que se está na profissão certa!
Talvez, de uma forma ou de outra, eu tivesse amadurecido mesmo sem ter ido à universidade ou saído de casa, mas a verdade é que a intensidade dos impactos de tais acontecimentos, na minha vida, foi muito grande e as mudanças que aconteceram foram muito rápidas. A independência que adquiri não foi só financeira ou pessoal, mas foi uma independência que transcende esses aspectos da vida cotidiana. Sinto que me tornei uma pessoa melhor e que esse foi só o estopim de mudanças ainda maiores, para querer mudar é só começar.
Beijinhos, Hel.
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Text escrito para o tema #11 do Projeto Escrevendo sem medo, idealizado pelo blog Historiar. Na temática para escrita, nesse mês, nós, participantes, vamos escrever sobre algum acontecimento especial que nos tornou pessoas melhores, algo grandioso que mudou nossas perspectivas. Simples assim. Vasculhe suas lembranças e escreva sem medo!
- 11:38
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