Estante secreta Record - o canal do Grupo Editorial Record no Youtube

Olá, leitores e leitoras! Vamos de novidade? O Grupo Editorial Record agora tem um canal no Youtube! É a Estante Secreta, nova comunidade de leitores do GER!


Agora vocês podem acompanhar os lançamentos, revelações de capas e concorrer a livros do Grupo Editorial Record, incluindo todos os selos que amamos como Record, Verus, Galera Record, Betrand, José Olympio e muitos mais. 
Ou seja, além de ficar sabendo das novidades em primeira mão, vocês podem concorrer aos livros antes que eles cheguem às livrarias, QUE TUDO!
Como faz? É simples: se inscrevam no Estante Secreta Record e não percam mais nenhuma novidade.
Abaixo o último vídeo do canal, não percam e se inscrevam nos SORTEIOS! É muito sorteio e eu sei que vocês gostam!



O objetivo do canal, além de divulgar os livros e a leitura, é aproximar os leitores da editora e, consequentemente, os parceiros dos leitores. Uma ideia maravilhosa, não?

Espero que tenham curtido a novidade de hoje.
Beijinhos, Hel.

[TAG] Mais um leitor

TAG
Olá leitores.

A Tainan do blog Eu curto Literatura me indicou para a Tag "Mais um leitor", então, vamos as minhas respostas:

1 - Como você se tornou leitor?

Acredito que não houve um momento derradeiro, mas sim, fui me tornando uma leitora à medida que algumas pessoas passavam em minha vida. Posso citar minha professora da segunda série, que me fez ler - e me apaixonar - por uma adaptação de A odisseia só pelo fato de ter uma personagem com o meu nome. Posso citar o meu irmão, que sempre trazia mangás e livros de terror para nossa casa e os emprestava para mim. Posso citar também alguns amigos de escola, que insistiram muito para eu ler certos livros e me fazerem cair de amores por certas estórias. Hoje em dia, ainda acho que estou em processo de formação enquanto leitora, a universidade e o curso de Letras me mostraram que não basta só ler, é preciso ser crítico e, por isso, acredito que ainda sou uma leitora em formação.

2 - Já influenciou alguém a se tornar leitor?

Que eu saiba, diretamente não, mas procuro sempre incentivar as pessoas à minha volta, seja falando sobre livros ou os lendo, afinal, o exemplo é muito bom.

Olha eu dando exemplo aí ;)

3 - Tire uma foto da sua expressão ao encontrar alguém na rua que está lendo seu livro favorito:

Como eu amo SQN tirar fotos, vou colocar um gif que me representa:

Ahhhh cara eu também amo O Hobbit, vem aqui, vamos ser amigos!

4 - Um lugar em que você encontra mais pessoas lendo (livraria e biblioteca não vale):

Na universidade. Principalmente na minha sala de aula. As minhas amigas e meus colegas sempre levam um livro na bolsa/mochila e é só surgir a oportunidade (leia-se aula chata ou apresentação de slides) que já tem gente lendo, rsrs.

5 - O número de leitores vem crescendo... E em sua opinião, qual a melhor coisa em ser um leitor?

Acredito que a leitura tem vários benefícios, entre eles o aumento do vocabulário, das ideias, ou seja, melhoria nas habilidades linguísticas. Mas também acredito que  leitura é uma forma de lazer, fruição e, para mim, essa é a melhor coisa de ser um leitor: você se diverte e ainda aprende muita coisa legal e útil, afinal, como dizia Roland Barthes "[...]  todas as ciências estão presentes no monumento literário."

***

Blogs indicados para responder a tag:

Entrelinhas Fantásticas (Thalita, Dê e Jack)
Leitura Virtual (Gustavo)

As gêmeas do gelo - S.K. Tremayne

"Se você consultar o que diz a literatura a respeito de gêmeos de luto, encontrará muitos exemplos. Quando um gêmeo morre, o outro assume as suas características, tornando-se mais parecido com o irmão que morreu."

Foto: arquivo pessoal

Um casal abalado e em crise; uma de suas filhas gêmeas morreu em um acidente trágico. Esse é o pano de fundo de As gêmeas do gelo, um livro repleto de suspense e segredos.

Kirstie é uma menina extrovertida e alegre, assim como Angus, seu pai. Lydia é calada e gosta de ler, assim como Sarah, sua mãe. Cada um tinha sua gêmea preferida, ainda que não declarassem isso. Mas as gêmeas sabiam. Quando Lydia cai da sacada da casa dos avós, Kirstie fica sozinha no mundo, e todos sabemos da ligação que irmãos gêmeos têm. A partir daí, a família se desestrutura e, para mudar de ares, decidem ir morar na ilha Eilean Torran, que foi deixada de herança para Angus. Assim, eles abandonam suas vidas na Inglaterra e partem para a Escócia, ansiando recomeçarem suas vidas em um outro lugar. Contudo, a irmã gêmea sobrevivente, Kirstie, começa a dizer que ela na verdade é Lydia, e que os pais se confundiram, ou seja, enterraram a gêmea errada. A partir dessa revelação, Sarah fica desnorteada, se questionando que tipo de mãe é a ponto de não saber diferenciar uma filha da outra; elas eram gêmeas univitelinas, mesmo DNA, eram uma só, praticamente, e desde a infância vinham sendo vestidas de modo que os pais pudessem reconhecer quem era Lydia e quem era Kirstie. Porém, na época do acidente, as gêmeas cismaram em querer se vestir igual, e a única prova que Sarah e Angus tinham de que fora Lydia quem caiu da sacada foi o grito de Kirstie. Mas Kirstie, agora, nega isso afirmando que havia se confundido. E agora?

"Por que você continua me chamando de Kirstie, mamãe? Kirstie está morta. Quem morreu foi a Kirstie. Eu sou Lydia."

Para complicar ainda mais a situação, a casa e a ilha são lugares assustadores, que despertam sensações estranhas em Sarah, Angus e Kirstie (ou Lydia?). A confusão com a identidade da gêmea e a solidão provocada pelo lugar em que estão piora ainda mais o relacionamento do casal, que descobrimos ser permeado de mentiras e traições.

"Acho que sou Lydia, mas às vezes Kirstie está dentro de mim e ela quer sair, e às vezes Kirstie está nas janelas e às vezes ela só está aqui, bem aqui, conosco."

***

As gêmeas do gelo foi um livro que me chamou a atenção pelo enredo: gêmeas. A premissa do livro me interessou e confesso que a alta expectativa que criei atrapalhou a minha leitura. Achei a escrita arrastada, muito descritiva em momentos que poderiam ser retirados e que não atrapalhariam em nada o desenvolvimento da estória. Contudo, o modo como o autor explorou o terror psicológico e o suspense foi muito bom! Em alguns momentos fiquei com muito medo, principalmente pelo ambiente da narrativa, a ilha, e pela temática tão misteriosa das gêmeas, a dúvida, a tortura, isso causou em mim uma tal curiosidade que mesmo não curtindo tanto a escrita me vi obrigada a ler até a última página para descobrir como tudo ia acabar!
Os personagens são relativamente bem escritos, embora eu não tenha me identificado com nenhum deles e tenha achado a mãe, Sarah, pouco convincente. Em alguns momentos ela fala coisas que mulher nenhuma falaria ou pensaria, e isso ficava me lembrando o tempo todo que estava lendo um livro escrito por um homem que escreveu uma personagem feminina.
Os capítulos são narrados em terceira pessoa onisciente, mas o diferencial é que em alguns o foco é Sarah e em outros o foco é Angus. Nesses capítulos de ponto de vista, ficamos sabendo sobre o relacionamento do casal e descobrimos pouco a pouco um pedacinho a mais do quebra-cabeça de As gêmeas do gelo.

O livro é repleto de fotografias, que ajudam na hora de se situar na narrativa e dão um tom assustador à estória.
Elementos como o sobrenatural, relações familiares, traição e amizade são abordados nesse livro, além do bullying, que aflige a filha do casal na escola.
É um bom romance de suspense, indico para quem curte o gênero e quer um enredo diferente. Talvez eu não tenha gostado porque esse não é o meu gênero literário preferido, e isso não significa que você, leitor, não irá gostar também ;)

Beijinhos, Hel.

TREMAYNE. S. K.. As gêmeas do gelo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Betrand Brasil, 2016. 365 p. Tradução de Verônica Radulescu.

Holy Cow: uma fábula animal - David Duchovny

"A maioria das pessoas  acha que as vacas não pensam. Oi. Peraí que vou reformular essa frase: a maioria das pessoas acha que as vacas não pensam, e que não têm sentimentos. Oi, de novo. Eu sou uma vaca, meu nome é Elsie (é, eu sei). E isso não é conversa pra boi dormir. Viu? Nós pensamos, sentimos e fazemos graça, a maioria de nós, pelo menos."


É assim que a nossa protagonista e narradora se apresenta ao leitor, de um jeito humorado e, também, crítico.

Foto: arquivo pessoal

Elsie vive na fazendo com as outras vacas e animais, uma vida pacata e simples, contudo, ela não é uma vaca comum! Elsie é uma vaca descolada e, além disso, é do tipo que questiona as coisas.
Certo dia, quando ela e sua amiga Mallory decidem fugir para ver os touros do outro lado da cerca, Elsie passa ao lado da casa dos humanos e se depara com uma cena que mudará sua vida drasticamente dali em diante: a família assistia ao Deus Caixa (TV) hipnotizados, e o horror dos horrores passava na tela:

"Então eles mostraram as vacas.
As vacas eram mantidas dentro de um enorme galpão, separadas por umas baias de metal bem estreitas. Mas isso não foi o pior. Porque o impiedoso Deus Caixa mostrou o que acontecia a elas depois: um homem levava uma vara de metal à cabeça da vaca, e de repente as pernas da pobrezinha cediam, e ela caía dura, morta. Assassinada. Uma após a outra, dando um último suspiro, como se um interruptor estivesse sendo desligado, simples assim."

E é desse jeito traumático que Elsie descobre o seu destino, e o da maioria das vacas, e também para onde sua mãe foi quando sumiu. Triste demais. Elsie fica transtornada, decide tomar uma decisão: vai para a Índia, pois lá as vacas são sagradas, tomadas por deusas, lá ninguém vai querer colocá-la no meio de um hambúrguer.  Decidida do que faria para evitar seu destino cruel, Elsie começa a se preparar para a viagem, porém, como ela mesma diz: "Tente manter alguma coisa em segredo na fazenda. Impossível.", e, assim, o porco Jerry e o peru Tom Turquia, também amedrontados com seus destinos, resolvem se juntar a Elsie em sua viagem rumo ao Oriente Médio. 

"Por que será que na hora de deixar algo para trás é que mais damos valor àquilo?"

O peru Tom Turquia quer ir para a Turquia, pois acredita que ninguém o comerá já que seu sobrenome é o nome do país. Já o porco Jerry, que decide mudar o nome para Shalom, quer ir para Israel, já que lá a carne de porco não é comida porque o animal é considerado impuro, assim, ele poderia andar tranquilamente que ninguém o veria como um bacon ambulante. Então, eles partem para a viagem que mudará as vidas e o modo como eles pensam para sempre, os unindo em uma jornada de descobertas sobre os homens e eles mesmos.

A edição conta com diversas ilustrações, como as da foto: acima, nossos queridos Shalom, Elsie e Tom. À esquerda, detalhe da parte de dentro da capa com pintinhas de vaquinha <3 e ao lado, um dos vários títulos de capítulos com referências musicais, como essa da maravilhosa Free bird, que nos faz pensar e relacionar a melodia com a leitura.

***

Se você procura uma leitura leve, com personagens divertidas, tiradas muito bem humoradas e cheia de referências pop, Holy Cow é o livro ideal. Mas se você quer um livro com questionamentos, metáforas e reflexões profundas, Holy Cow também é o livro ideal! Como o subtítulo informa, Holy Cow é uma fábula, ou seja, nesta narrativa, animais possuem sentimentos e comportamentos semelhantes a humanos, mas diferentemente das fábulas clássicas, aqui, os animais dão um recado muito importante em relação ao modo como o homem tem os tratado principalmente durante as últimas décadas. A questão do consumismo é a que mais aparece durante a narrativa, o modo como os homens usam os animais a seu bel-prazer, sem nenhum tipo de culpa ou ressentimento. 

"Tudo que vocês, humanos, fazem é pegar, pegar, pegar da Terra e de suas criaturas magníficas, e o que dão em troca? Nada. Sei que os humanos consideram um insulto grave ser chamados de animais. Bem, eu nunca daria a um humano a honra de ser chamado de animal porque os animais podem até matar para viver mas não vivem para matar. Os humanos vão precisar reconquistar o direito de ser chamados de animais."

Nessa fala de Elsie, podemos perceber a revolta de um animal caso ele pudesse falar, mas a verdade é que os animais falam sim, com os sentimentos: uma vaca sofre ao ser apartada de seu bezerro, um porco agoniza ao ser abatido, eles têm instinto materno, têm emoções, a única coisa que os difere de nós é o grau da racionalidade, só isso! Eu não estou tentando convencer ninguém a se tornar vegetariano, assim como o autor também afirma não querer, mas acho importante repensarmos algumas atitudes nossas, o desperdício, o consumismo desenfreado, a crueldade para com os animais e o especismo, afinal, por que um cachorro é fofinho e a vaca é um bife? Essa é uma das perguntas que Elsie e o leitor acabam fazendo. 
Além dessas questões, o livro também tem um tom político e até toca em questões religiosas, apesar de ser literatura infanto juvenil, acredito que os adultos também gostarão de ler Holy Cow.
A primeira parte do livro é a melhor para mim, apesar de se tratar de uma vaca falante, ainda é verossímil, contudo, a segunda parte do livro não me agradou, se tornou algo que não consegui assimilar tão bem quanto os primeiros capítulos e o final também não foi bem o que eu esperava, por isso, atribuí quatro estrelas ao livro no Skoob. Foi uma leitura muito rápida, dei boas gargalhadas e, ao mesmo tempo, refleti sobre muitas coisas. A escrita de David é sensacional, mas acredito que a leitura no original seja mais interessante devido às referências culturais que ficaram "esquisitas" na tradução, por exemplo a referência do peru Tom Turquia: em inglês, Turkey é usado tanto para o animal peru, quanto para o país Turquia, e seu nome, e não o sobrenome - que foi a saída que o tradutor encontrou para essa barreira linguística - era o motivo para ele querer ir para tal país. Entre outras referências que ficaram esquisitas em português, ainda assim curti muito o livro, o tema que ele trata, consumo de animais, me interessou de cara quando vi a premissa e comentários sobre o livro. Fiquei feliz demais quando o Grupo Editorial Record me enviou Holy Cow de cortesia!
Indico a leitura para quem está procurando um livro divertido mas não bobinho, com uma protagonista divertidíssima e um enredo fora do comum.

Beijinhos, Hel.

DUCHOVNY, David. Holy cow: uma fábula animal. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2016. 208 p. Tradução de Renata Pettengill. Ilustrações de Natalya Balnova.

Cupom de desconto Hedra - Clássicos de bolso

Olá queridas e queridos leitores! Hoje trago uma novidade maravilhosa para vocês, sim, vocês! A editora parceira do blog, Hedra, disponibilizou um cupom de desconto para os leitores do Leituras&Gatices e, a partir de agora,  vocês terão um desconto de 20% na compra de qualquer livro do selo Clássicos de bolso da Hedra!

A Hedra é a mais nova parceira do Leituras&Gatices!!!

É isso mesmo! Desconto em livros clássicos! Quer coisa melhor?! Alguns títulos que essa coleção oferece são:


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Thumb_o-retrato-de-dorian-grayThumb_memorias-do-subsolo Thumb_a-metamorfose

O consagrado "Oliver Twist" de Charles Dickens. Tem literatura brasileira também, "Iracema" do José de Alencar. Coletânea de contos sobre vampiros com contos de autores consagrados pela crítica. O memorável "O retrato de Dorian Gray" do inglês Oscar Wilde. Para quem curte literatura russa tem Dostô ;). O incrível "A metamorfose" que inclusive já falei dele aqui no blog e amei! E muitos outros títulos incríveis para quem, assim como eu, é apaixonado por literatura clássica ou, quem sabe, quer começar a se aventurar nesse nicho literário!


Mas atenção, para ter acesso ao desconto vocês precisam acessar o seguinte link: http://hedra.com.br/coupon/e860b2b7-52ae-44c7-93f1-541b8aa425e6
Olha que coisa boa: vocês levam um livro maravilhoso por um precinho camarada, com a qualidade editorial da Hedra e, de quebra, estarão ajudando o Leituras&Gatices a se manter! Eu vou deixar um banner na lateral do blog para facilitar a vida de vocês, assim, é só clicar nele que vocês serão redirecionados automaticamente para a página com os descontos, não é uma maravilha?

Bóra ler clássicos, galere! ;)
Gostaram da novidade? Aguardem que em breve terão mais novidades da editora Hedra por aqui!

Beijinhos, Hel.

O papel de parede amarelo - Charlotte Perkins Gilman

"Há coisas nesse papel que só eu sei, e que ninguém mais virá a saber." 
Um clássico da literatura feminista, como a capa da edição informa, e que eu ainda não conhecia, mas que, graças à ação do dia internacional da mulher do Grupo Editorial Record, tive o prazer de finalmente fazê-lo. Li de "uma sentada" e, ao final do processo, um misto de sensações e pensamentos confusos faziam parte de mim! 
Foto: arquivo pessoal
***
Por muito tempo considerado como literatura de terror, O papel de parede amarelo nos apresenta uma mulher que é levada pelo seu marido para passar um período em uma casa de campo, devido a um problema de saúde, uma "depressão nervosa passageira -  uma ligeira propensão à histeria". Lá, ela é acomodada em um quarto com um horrendo papel de parede amarelo, que desde o início a perturba intensamente:

"Nunca vi tanta expressão em uma coisa inanimada, e todos sabemos quanta expressão essas coisas têm." 

De todo modo, por mais que a narradora tente descrever os padrões e características do papel de parede, ao final da leitura, ele ainda estava completamente indescritível para mim. 
Ao longo da narrativa, que é narrada em primeira pessoa pela protagonista em forma de um diário, vamos acompanhando a relação dela com seu marido e o modo como ele ignora totalmente a real situação psicológica - ou psíquica - da esposa, afinal, ele é médico:

"Disse que eu era sua amada, seu consolo e tudo que ele tinha, e que devo cuidar de mim mesma por amor a ele e manter-me saudável.
Ele diz que ninguém além de mim pode me ajudar a sair deste estado; que devo usar minha força de vontade e meu autocontrole e não me entregar a fantasias tolas."

Percebe-se que, embora ela discorde do marido, ela não ousa desafiá-lo, mas não por medo, e sim porque ela acredita que ele está certo e o problema é ela. Contudo, é o papel de parede que de certa forma a alerta da situação em que ela está. O papel é uma metáfora, pois, ao cismar com suas cores e padrões, e com o próprio quarto em que ela é obrigada a permanecer contra a vontade, ela começa a enxergar nele uma mulher presa, ela mesma:

"Nos pontos mais iluminados ela se mantém quieta, e nos pontos mais sombrios segura as grades e as sacode com força.
E o tempo todo tenta escapar. Mas não há quem consiga atravessar esse padrão - ele é asfixiante; [...]"

Esses pontos mais claros, pode se dizer que são os momentos em que ela está sendo observada, vigiada, e que precisa esconder o que está sentindo e pensando, por isso, quieta. Os pontos mais sombrios são os momentos em que ela não aguenta mais a solidão e o tédio e tenta se libertar da condição de isolamento a que foi obrigada a ficar.
Ela tenta arrancar o papel numa tentativa de se libertar, mas não se libertar do papel, e sim das amarras de seu marido e da sociedade. 
***
Foto: arquivo pessoal















Privada de fazer o que gosta, pois seu marido a impede de se esforçar, a protagonista não pode escrever, que era a atividade que mais lhe dava prazer, assim, ela escreve este diário escondida. E é perceptível que ela está se sentindo pressionada e ansiosa pelo modo como escreve: frases curtas, entrecortadas, parágrafos curtos e objetivos, muitas vezes ela precisa interromper a escrita pois alguém está chegando, e isso faz da leitura uma experiência de agonia e suspense.
Não preciso nem dizer que o conto faz uma crítica à relação de alienação entre marido e mulher -  e não um conto somente de terror -, de modo que o desfecho da narrativa deixa bem claro os prejuízos que tal relação causou a nossa protagonista. E o interessante é que o conto tem traços muito pessoais da própria autora, Charlotte, os quais podemos saber ao final da edição, que vem com uma apresentação de Marcia Tiburi, intitulada A política sexual da casa e um posfácio que apresenta muito da biografia da autora, escrito por Elaine R. Hedges. Uma edição completíssima de um conto indescritível, O papel de parede amarelo foi uma leitura que jamais esquecerei e que com certeza revisitarei, dada a brevidade do texto mas que é tão grande nas reflexões e questionamentos que provoca.


Beijinhos, Hel.

GILMAN, Charlotte Perkins. O papel de parede amarelo. 1ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. 110 p. Tradução de Diogo Henriques.

[DIVULGAÇÃO] Lojinha de marcadores Entrelinhas Fantásticas

Olá, leitores!
Venho trazer uma novidade para vocês que amam marcadores personalizados e com temática nerd/geek: a lojinha do blog parceiro Entrelinhas Fantásticas!
Acessem a fanpage da lojinha Marcador nerd no Facebook para saberem das novidades em primeira mão!


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Abaixo, algumas fotos do trabalho feito pela Marcador Nerd. É muita fofura em cada detalhe e tem para os mais variados gostos:

Tem para fãs de Super Mario. Que Mario?
Tem para fãs de Legend of Zelda
Tem para fãs de O Hobbit/ Senhor dos anéis para lerem no conforto de uma toca Hobbit e de quebra com um lindo marcador

Tem para fãs de O estranho mundo de Jack

Para os "das antigas" que jogavam um Pac Man no Atari :D

Cuidado com o fantasminha!

E que tal capturar aquele livro lindo e maravilhoso na sua própria pokebola?


Eu me apaixonei por vários, e vocês?
Quem se interessou pode comprar pelo link da Marcador Nerd no Mercado Livre: http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_206539190 que o preço tá lindo também!
Espero que tenham curtido a indicação de hoje!


Beijinhos, Hel


[DIVULGAÇÃO] Sorteio no site parceiro - Estante de Luxo

Olá, queridos leitores! Estou passando para avisá-los de que o site parceiro Estante de Luxo está com um sorteio maravilhoso que os fãs de Stephen King e livros de terror vão amar! O sorteio está acontecendo na Fanpage do Estante de Luxo no Facebook, para acessar o link do sorteio é só clicar aqui. E claro, seguir as regras que estão explicitadas na foto a seguir:



Para deixar vocês com vontade deixo fotos desse livro de contos do mestre King que está MA-RA-VI-LHO-SO! Essa edição da Suma de letras tá linda de morrer, não é gente?



E se vocês quiserem dar uma conferida em alguma resenha do livro, eu indico a da Thalita do blog parceiro Entrelinhas Fantásticas, confira a resenha dela aqui.




PARTICIPEM E BOA SORTE!

Beijinhos, Hel.

PS.: apesar de o sorteio estar agendado para o dia 30/04, caso o número de participantes chegue a 200 antes desta data, o sorteio será adiantado.

Por que precisamos do feminismo? #movimentovamosjuntas

"Quando nos identificamos com a vivência de outra mulher ou nos colocamos no lugar dela, a mágica da sororidade acontece." (SOUZA, p. 75)

Publicação: Galera Record
Livro recebido numa ação em homenagem ao dia das mulheres <3
Você já ouviu falar em sororidade? Se a sua resposta é não, saiba que estamos juntas (os) nessa! o/
Basicamente, sororidade é o equivalente feminino de fraternidade, embora usemos este último para ambos os gêneros. Confesso que nunca tinha ouvido falar nesse termo, mas depois que li Vamos juntas?, de Babi Souza, me apaixonei pela ideologia e pelo #movimentovamosjuntas. 
O #movimentovamosjuntas começou no Facebook:

"Essa ideia, tão simples, mas tão revolucionária, ganhou o Brasil depois que a jornalista Babi Souza criou o movimento Vamos juntas? [...] Em pouquíssimo tempo, a página alcançou milhares de meninas e mulheres, que aos poucos começaram a mudar sua forma de encarar o dia a dia e a mulher ao lado. Não se trata unicamente de caminhar lado a lado até um local seguro. Mas de construir um novo futuro, em que possamos olhar com carinho e compaixão umas às outras. [...] Um futuro em que todas nós tenhamos sororidade."

Isso é sororidade!

Na página do Facebook, a Babi começou a receber relatos de meninas e mulheres sobre situações em que se sentiam inseguras por estarem sozinhas na rua, por exemplo, e que, por causa do movimento, começaram a olhar para a mulher ao lado e pensar: por que não a convido para irmos juntas?

"Só as mulheres entendem o alívio de olhar para trás na rua e ver que a pessoa que está caminhando atrás de você é outra mulher. Na próxima vez que estiver em uma situação de risco (à noite, num lugar pouco movimentado), observe: do seu lado pode haver outra mulher passando pela mesma insegurança. E se vocês fizessem juntas esse trecho do caminho?" (SOUZA, p. 19)

A Babi não imaginava, mas, com esse movimento, ela começou uma onda de cumplicidade e confiança entre diversas mulheres no Brasil todo e, de quebra, ainda conseguiu abordar diversas temáticas pertinentes ao universo feminino, como o machismo e a necessidade do feminismo, afinal, nem só de medo de andar sozinhas à noite é que sofremos quem dera fosse só isso!

No livro Vamos juntas?, Babi explica como surgiu e a evolução do movimento - desde o surgimento da Fanpage até a ideia de escrever o livro - e fala também sobre a história da mulher na sociedade; sobre como o pensamento patriarcal e machista nos colocou como rivais, como sendo menos capazes do que os homens e como a própria Simone de Beauvoir diz, como o segundo sexo. Babi questiona os motivos históricos que causaram tais pensamentos, como a falta de representatividade das mulheres, no âmbito político, social, e cita exemplos muito interessantes de como esse pensamento é presente em nossas vidas, nos convidando a quebrar tais paradigmas:

"Mulheres precisam ser recatadas para não 'perderem o valor'.
A responsabilidade sobre a limpeza da casa é unicamente da mulher.
A responsabilidade sobre os filhos é sempre mais da mulher.
As mulheres não têm capacidade de fazer trabalhos braçais como dirigir, por exemplo.
Mulheres estão no mundo para competir por homens e eles são o centro de todas as atenções.
Mulheres não têm capacidade de criar laços entre elas e são naturalmente rivais."

Vocês já se deparam com situações ou falas que reforçam as frases acima? Aposto que sim! E é para acabarmos de vez com esse pensamento que a Babi escreveu esse livro maravilhoso que todas nós devemos ler! Afinal de contas, como diz Chimamanda Adichie em seu Sejamos todos feministas, não nascemos com o gene da limpeza em nossos DNA´s, apesar de homens e mulheres serem biologicamente diferentes, nós, mulheres, não somos intelectualmente inferiores! É preciso que nos unamos a fim de que ideias como a de que somos rivais parem de atrapalhar as conquistas das mulheres! É preciso sororidade! <3

O livro tem um projeto gráfico lindo: é cheio de ilustrações, tabelas, imagens e gráficos que tornam a leitura ao mesmo tempo leve e informativa. As cores e as fontes usadas deixam o livro esteticamente muito bonito e agradável para a leitura.

Curtam a fanpage do movimento Vamos juntas? no Facebook!
Adicionem o livro Vamos juntas? no Skoob!


SOUZA, Babi. Vamos juntas?: o guia da sororidade para todas. 1ª ed.. Rio de Janeiro: Galera Record, 2016. 144 p. 

Leituras de março

Olá, leitores, tudo bom com vocês?
Fevereiro foi um mês maravilhoso, pois comecei a receber os livros da parceria com o Grupo Editorial Record (GER) e só chegou livro maravilhoso aqui, gente! Tô encantada com os lançamentos das editoras!
Eu acho que li bastante, apesar de ter lido uns livros e contos bem curtos, li 5 livros, 1 peça e 1 conto no mês que passou, vejamos quais foram eles:

MORTE SÚBITA: essa não foi bem uma leitura que eu comecei em março, mas sim, comecei a ler no final de fevereiro e concluí no mês seguinte olha eu dando uma roubadinha hehe. [Confiram a resenha]


A COR PÚRPURA: esse livro, além de ser a leitura do mês de março do clube do livro do meu curso, Letras, foi um dos lançamentos que a parceria com o GER disponibilizou, juntei o útil ao agradável! [Confiram a resenha]


QUARTO - mais um livro lido em parceria com o GER, livro muito bom! [Confiram a resenha]


MACBETH - li a peça para a disciplina de Literatura Inglesa do meu curso. Já havia lido Macbeth há alguns anos atrás e, particularmente, é uma das peças que menos gosto das que li do Shakespeare, contudo, foi muito bom ler em conjunto com a turma.

VAMOS JUNTAS? O GUIA DA SORORIDADE PARA TODAS - livro recebido na ação do GER em homenagem ao dia internacional da mulher. Um livro com um tema muito necessário e que eu também amei demais a leitura. [Segunda-feira tem resenha desse livro por aqui ;)]



O PAPEL DE PAREDE AMARELO - conto feminista - e de terror - da autora Charlotte Perkins Gilman. Em breve falo sobre ele aqui no blog porque eu simplesmente AMEI esse conto e vocês precisam conhecer. O exemplar também foi recebido em homenagem ao dia internacional da mulher juntamente com o livro acima <3

Foto: retirada do site da Record

SEJAMOS TODOS FEMINISTAS - leitura rápida e muito interessante, esse pequeno grande livro é a transcrição de uma palestra da Chimamanda em que ela fala sobre o feminismo e a sua necessidade, tentando mostrar que ser feminista é algo positivo, pois visa a igualdade entre os gêneros.

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Essas foram as leituras desse mês. E vocês, o que leram em março? Já leram algum desses títulos?

Beijinhos, Hel.